Na última semana, a pressão dos frigoríficos aumentou e arroba do boi gordo recuou quebrando a série de altas consecutivas que vinham ocorrendo desde o início de outubro. Compradores informam que na semana passada conseguiram comprar melhor e alongar as escalas, assim o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo registrou queda de 1,03% nos últimos 7 dias, sendo cotado a R$ 117,71/@ na última quarta-feira.
Na última semana, a pressão dos frigoríficos aumentou e arroba do boi gordo recuou quebrando a série de altas consecutivas que vinham ocorrendo desde o início de outubro. Compradores informam que na semana passada conseguiram comprar melhor e alongar as escalas, assim o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou queda de 1,73% nos últimos 7 dias, sendo cotado a R$ 114,17/@ na última quarta-feira.
O indicador a prazo teve retração de 1,03% no período analisado (10/11 a 17/11), sendo cotado a R$ 117,71/@. Apesar da retração, este indicador ainda está 19,37% acima do valor apurado um mês atrás e 54,23% acima da cotação levantada no mesmo período do ano passado
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio
Em algumas regiões os frigoríficos conseguiram adquirir matéria-prima com maior facilidade e as escalas aumentaram, mas o mercado ainda trabalha com grande indefinição, sem a certeza de que a oferta aumentou ou se o movimento atual é apenas pontual.
Muitos pecuaristas não se sentiram confortáveis com o forte recuo imposto pela indústria nos últimos dias e se mostram mais retraídos na hora de negociar seu gado. Caio Junqueira Neto, da Cross Investimentos, postou os seguintes comentários no Twitter: “Pecuarista ainda não engoliu o recuo da arroba. Frigoríficos que pagaram boi de R$ 115,00 à vista no início do mês, hoje compram a R$ 105. Hoje boi de R$ 112,00 à vista virou um glorioso passado!”.
Para Fabiano Tito Rosa, do Minerva, “tá tudo muito heterogêneo. Tem escala longa e curta. Frigorífico abatendo cheio e frigorífico com pulos e falhas. Em geral, segue a pressão de baixa”.
Mesmo com a forte pressão de baixa e os comentários de escalas maiores, o volume de negócios nos últimos dias tem sido muito baixo. Segundo informativo da BM&FBovespa, “o mercado paulista neste dia 17/11 foi caracterizado por um número bastante reduzido de negócios a prazo. Na composição do Indicador ESALQ/BM&FBOVESPA estas informações foram descartadas por critérios estatísticos, e a amostra válida foi composta por negócios à vista. Neste dia será repetida a informação do preço a prazo do dia anterior (16/11)”.
Durante teleconferência para apresentação dos resultados da Marfrig Alimentos no 3º trimestre de 2010, o presidente da empresa, Marcos Molina dos Santos, afirmou que os preços da arroba do boi continuarão firmes no país, sustentados pela demanda interna aquecida. “A manutenção da alta da arroba do boi gordo no país dependerá muito da demanda do mercado interno. Mas há uma demanda forte, mesmo com repasse de preços. Daqui a pouco também teremos o final do ano, o pagamento do 13º salário, que contribuem para vendas aquecidas. Então, vejo novembro e dezembro de consumo aquecido e o preço da arroba ficará sustentado”, afirmou Molina.
O leitor do BeefPoint, Fábio Maia da Cruz, de Presidente Venceslau/SP, nos enviou o seguinte comentário: “frigoríficos da região iniciaram a semana com R$ 5,00 a menos por arroba, mas não conseguiram comprar nada e voltaram a subir R$ 2,00 no segundo dia (ontem). Acredito que novamente não conseguirão comprar nada. Alguns frigoríficos ainda não reabriram as compras após o feriado. A indústria aproveita-se da queda do boi futuro na bolsa para pressionar os preços, numa tentativa de “testar” o mercado, apoiados, também, numa escala de 1 ou 2 dias mais longa (quem tinha algum boi gordo ofertou agora, antes da vacina contra a febre aftosa). É fato que as pastagens ainda não se recuperaram, não há volume de gado em confinamento e não há crescimento na oferta que justifique uma queda no mercado físico”.
“Na semana estive em Água Clara/MS e Inocência/MS,dois fatos foram importantes: não vi pastagem e muito menos gado erado pastando. Na região de Brasilândia/MS, confinamentos imensos quase vazios. Acho que o regulador de mercado é o consumo e não a oferta de boi, pois essa vai continuar curta e escassa”, comentou Marcelo G. Boskovitz.
O leitor do BeefPoint, Silvio de Melo e Souza, informou que em Barra do Garças/MT compradores ofertavam R$ 105,00 à pela arroba do boi gordo na última quarta-feira e conseguiram comprar um bom volume de animais para serem abatidos nesta semana (16 a 19/11). “Em seguida suspenderam as compras, aguardando uma oferta a preços menores, o que não está ocorrendo”, comenta Souza.
Frederico Medeiros de Souza, informou através do formulário de cotações do BeefPoint, que em Redenção/PA a arroba do boi gordo está valendo R$ 98,00 (30 dias de prazo) e vaca gorda é negociada a R$ 88,0/@.
Em Rio Branco/AC, segundo José Airton Caleffo, os frigoríficos estão ofertando R$ 85,00/@, com 5 dias de prazo. “Acho um despropósito o preço ofertado, sendo que o valor justo seria de 15% abaixo do preço de mercado (SP) o que seria em torno de R$ 95,00/@” comenta.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Movido por realizações e Stops, no mercado futuro a queda foi ainda maior. Os contratos que vencem em novembro/10 acumularam desvalorização de R$ 9,12 na semana, fechando o pregão da última quarta-feira a R$ 104,79/@. O maior recuo aconteceu nos contratos com vencimento em dezembro/10 (-R$ 11,79) que fecharam a R$ 98,59/@.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 10/11/10 e 17/11/10
No Twitter, Roberto Barcellos comentou: “conversei ontem com diversos pecuaristas, técnicos da Nutron e corretoras no PecForum, em Uberlândia/MG, e o sentimento é de que o boi sobe em dezembro”.
O atacado da carne apresentou o mesmo movimento da arroba. Depois altas consecutivas nas últimas semanas, os preços perderam a sustentação e recuaram.
Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado da carne bovina está marcado por grandes oscilações e instabilidade com relação a preços. Isso pode ser considerado um reflexo da sensível melhora das escalas de abate e também da retração observada no varejo ante as constantes altas verificadas. As ofertas estão mais regulares. A tendência para os próximos dias ainda é indefinida, já que as ofertas deverão seguir com volumes mais estáveis e regulares e a procura somente deve sinalizar recuperação no final e início do mês.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 9,10 na última quarta-feira, o dianteiro a R$ 5,30 e a ponta de agulha a R$ 5,70. O equivalente físico registrou variação negativa de 4,40% na semana, sendo calculado à R$ 107,64/@. Assim o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente subiu para R$ 6,53/@ e ficou acima da média dos últimos 12 meses que é de R$ 3,30/@. Vale lembrar que quanto maior o spread menores devem ser as margens do frigorífico.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Veja alguns assuntos que foram destaque na semana:
JBS: lucro recua 11,9% no 3º tri
Marfrig registra prejuízo de R$ 30,9 mi no 3º trimestre
Minerva divulga aumento na receita e no lucro no 3º tri
Marfig: consumo dará sustentação ao preço da arroba
EUA: JBS prepara IPO para 2011
Por que o valor de mercado da JBS não decola?
EUA reconhece SC como livre de aftosa
FAO prevê alta de até 20% nos alimentos em 2011
Exportações do agronegócio crescem e já são recordes
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Vamos aguardar para ver. Acho que os preços não podiam continuar subindo indefinidamente, mas não vejo muito espaço para quedas bruscas no curto prazo. Não há animais acabados suficientes para isto. Aposto em estabilidade até o final do ano.
Em Goiânia o boi gordo esta cotado a 100 reais á vista e a vaca caiu para 95 reais. O preço de 105 reais boi e vaca de 100 foi passado.
bom dia ,aqui em Rio Verde nao tem mais bois so no Ricardo Merola tem um pouco de bois mas ja estao saindo desde asemana passada e calculo qe ate neste fim de semana ja escoou um lote bem robusto deixando poucos bois, nos temos aqui no entorno de Rio Verde uns 10 confinamentos todos sem bois , que represetaria um total de no minimo uns uns 60mil bois e hojr nao passa de uns 5000 bois si tiver .Eu nao sei mas so tradicional na Pecuaria e to na regiao .O que estao matando a agora fora alguns lotes de conf sao femeas magras sem acabamento nenhum i muito pouco. Eu nao to vendo boi aqui no municipio nao , so aqui nas cidade de RV e as do entorno ja consome todo ogadinho liso que acha com muito esforco e pagando bem por uma mercadoria fraca.Quem nao tem cao vai com gato mesmo porque na hora da fome espetinho de gato tambem passa, ate.
Ainda há muita volatilidade. Apesar do movimento de baixa dos últimos dias acredito em preços firmes até o final do ano.
A oferta já encurtou e o consumo vai ser em alta com 13 salario , festa de confraternização e festas de final do ano!
Quem tiver carne para vender em dezembro com certeza vai comemorar dobrado!
Abraço aos amigos que frequentam o nosso BeefPoint.
O mercado tem que achar um equilibrio , muita especulaçao no momento , acredito que um boi na faixa de 105 SP e 95 Norte em geral da um certa tranquilidade a todos e normaliza as comercializaçoes de carne inclusive com exportaçoes , isto ajudaria a equilibrar as vendas e parar com altas absurdas do boi(em dolar muito caro) e gerando prejuizos enormes a todos . Culik
Pela primeira vez em anos, o valor da @ no mercado físico supera o valor negociado no mercado futuro. Movimentação dos frigoríficos na ultima semana apenas desacelerou maiores altas. Sustentado pela demanda cotações atingem teto de voo, tendendo a permanecer inalteradas (maiores altas ou maiores baixas) até o final do ano.
Um grande abraço Andre.
Bom dia.
Eu vendi na semana passada meus bois de confinamento, aqui na região de Martinópolis – SP. Consegui um preço de R$ 116,00 reais à vista, mas esta compliocado para negociar a um bom preço o restante do gado confinado.
Abraço………………..
Thiago A. Reis