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18 de junho de 2007

Frigoríficos querem acordo sobre formação de cartel

Com a nova lei que autoriza o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) a fazer acordos entre as partes, alguns frigoríficos procuraram a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para saber se existe interesse dos produtores rurais em interromper o processo que corre contra as indústrias por formação de cartel.

Com a nova lei que autoriza o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) a fazer acordos entre as partes, alguns frigoríficos procuraram a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para saber se existe interesse dos produtores rurais em interromper o processo que corre contra as indústrias por formação de cartel.

Segundo o presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, existe interesse, mas com um condição: que seja fechado com todos os frigoríficos e não apenas com os envolvidos no processo.

Os produtores entraram com processo no Cade em 2005, acusando um grupo de 11 indústrias de adotarem uma tabela única de preços para aquisição de boi. As informações são de Alexandre Inácio, do jornal O Estado de S.Paulo.

Em declaração ao jornal Valor Econômico, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), então presidente da Comissão de Agricultura, diz que um acordo não é o que o setor deseja. “E os milhares de pecuaristas que tiveram prejuízos? Vão assistir a um acordo depois de tudo o que foi feito? Todo mundo vai sair de mocinho dessa história?”, questiona. O deputado ressalta que espera o julgamento e que para agora não condizente com tudo que já foi foi até agora.

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  1. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Até que enfim concordo com uma fala do deputado Ronaldo Caiado e também recomendo ao pessoal da CNA solicitar orientações ao senador Renan Calheiros (Dr. em acordos frigoríficos) para intermediar as negociações com os cartelistas!

    É brincadeira estes nossos representantes.

  2. Gladston Machareth disse:

    Concordo com as declarações do deputado e produtor Ronaldo Caiado (GO) feitas ao jornal Valor Econômico.

    Tudo na vida tem o seu preço e esse processo junto ao Cade é o preço à ser pago pelos frigoríficos envolvidos na adoção da tabela única para a arroba paga aos produtores, caracterizando nitidamente, a formação de cartel pelos mesmos.

    Um acordo, agora, seria uma desmotivação para a classe produtora que começa, muito lentamente, se unir em torno de um único propósito.

  3. Sérgio Eigi Takano disse:

    Mais do que não aceitar esmolas, este é um momento ideal para aquecermos este discurso. Existe um abismo enorme entre os participantes da cadeia da carne, vamos iniciar o processo de ajuste.

  4. Rubens Laboissiere Loyola disse:

    Concordo com o deputado Ronaldo Caiado. Acordos de cúpula não levam em conta a opinião dos produtores, além do que a prática do cartel frigorífico ainda continua, embora, saibamos ser de difícil comprovação.

    O crescimento que os frigoríficos apresentam nos últimos anos, o Friboi é a face mais visível deste processo, não é fruto só de competência administrativa, o mercado perfeito pelo lado da oferta (pecuaristas) e oligopolizado pelo lado da compra (frigoríficos) explica porque, mesmo com a pujança do mercado externo, com cada vez maiores volumes vendidos a preços mais altos, os preços pagos ao produtor são mantidos sob controle.

  5. Lucio Meirelles Vieira disse:

    Gostaria de saber como os frigoríficos vão nos pagar referente ao processo no CADE em 2005 até os dias de hoje, pois acho que nada mudou os carteis ainda continuam igual a laranja e o leite.

  6. Paulo Sérgio de Abreu Pierin disse:

    A proposta de acordo pressupõe a admissão de culpa pela parte envolvida, mas que deseja ter certeza de resultado que a isente. Teme, tal parte, em ver, contra si o resultado do julgamento, acarretando-lhe o ônus das conseqüências de seu ato, contra a outra parte. Aceitar acordo é reconhecer o possível fracasso da ação. A parte que aceita acordo, por sua vez, admite fraqueza. A parte que propõe acordo confessa incerteza.

  7. Jucelino dos Reis disse:

    Todos sabemos que uma corrente não é mais forte que o seu elo mais fraco. E o elo da pecuária está rebentando.

    Como invernista que sou, ando por muitas fazendas, no interior do Paraná e Mato Grosso do Sul, e um fato chama atenção, e de modo preocupante, é o estado de penúria que se encontram as propriedades pequenas e médias, cujos proprietários vivem exclusivamente da pecuária. Não me lembro mais de ter visto um curral novo. Ou, uma casa nova. Cerca nova? Nem pensar.

    Os empregados morando em verdadeiras taperas. As sedes das fazendas de um modo geral estão derretendo. Porque o proprietário quer? Óbvio que não.

    O que acontece é que, a mais de dez anos estamos comendo a fazenda. Estamos esmirilhando-a, e a maioria delas já estão no fim. Se não voltar a acontecer alguma margem de lucro na atividade, que possibilite investimentos urgentes em qualidade de pastos, aguadas, cercas e demais estruturas, penso que muitas propriedades vão mesmo fechar.

    A pecuária e os frigoríficos passarão por uma aguda crise nos próximos 10 anos. Aprenderemos a manter algum equilibro orientado do tamanho do rebanho, pelo modo mais doloroso, a quebradeira. Se nós pecuaristas, não temos organização suficiente para determinar o tamanho adequado do rebanho nacional, por outro lado os senhores empresários do ramo de frigorífico, também não têm o mínimo bom senso para adotar uma política de preços ao produtor, que lhes garantam longevidade ao seu negócio e por conseguinte à pecuária. Esses empresários vão ter de aprender a produzir o seu próprio boi, e não estou me referindo a esses confinamentos de 100.000 ou 200.000 cabeças, pois isto corresponde a apenas 10 ou 15 dias de abate de um grande frigorífico. Vão ter mesmo é que produzir bois aos milhões. Dezenas de milhões. E aí vão conhecer verdadeiramente os custos. Eles também vão conhecer dias em que dirão “era feliz e não sabia”.

    Os banqueiros que estão apoiando a abertura de capitais desses frigoríficos, com lançamento de ações no mercado de capitais e aquisições de outras empresas no exterior, confiando apenas na performance da produção brasileira, devem pensar bem no que estão avalizando. Esta corrente não tão forte como pensam. Tem um elo rebentando.

    Jucelino dos Reis

  8. Gordon Lee Hartstein disse:

    Sou pecuarista tendo fazendas em Mato Grosso, e Goiás.

    Estou enviando uma lista parcial das reindivicações dos pecuaristas para ser discutida, caso haja uma tentativa de acordo entre pecuaristas e frigoríficos, diante do processo da CADE.

    Temos que reduzir o controle e a manipulação do mercado que os frigoríficos vêm exercitando, e estabelecer punições previamente combinadas, se houver violações de nosso acordo, tais quais: classificações, tabelamento, e outras manipulações dos preços na compra de bovinos dos pecuaristas. Abaixo seguem nossas reivindicações:

    1. Fim dos confinamentos dos frigoríficos.

    2. Pagamento do couro para o pecuarista.

    3. Aumento imediato dos preços da arroba e aumentos anuais pela inflação.

    4. Participação nas receitas das exportações, de tal forma que quando a receita aumentar, proporcionalmente, aumentará a arroba do boi.

    5. Fim das classificações entre macho e fêmea, castrados e inteiros, e no peso abaixo de 16 arrobas (15 arrobas acima deve ser considerado normal).

    6. Iniciar bonificações verdadeiras e significativas para espessura de gordura, idade, e peso de abate.

    7. Oferecer a opção de vender peso vivo com rendimentos por peso pré-estabelecidos.

    8. Rastreamento pago pelos frigoríficos.

    9. Fundo de indenização contra catástrofes e moléstias. Obrigar os frigoríficos a contribuir para um fundo de indenização para os pecuaristas contra catástrofes como aftosa, vaca louca, cobrando um percentual nas receitas de exportações.

    10. Punições para frigoríficos que violam acordos, e para aqueles que manipulam preços no mercado.

    11. Fundo de indenização oriundo das receitas de exportações para ressarcir os pecuaristas para os danos causados pelas práticas de classificação de preços, tabelamento de preços, manipulação do mercado, etc. pelos frigoríficos.

    Gordon Lee Hartstein…

  9. Claudio Alberto Zenha Carvalho disse:

    Não dou um tostão furado na punição dos frigoríficos cartelizados, nem na “indignação” do Caiado que é pura encenação. Indignados ficamos nós quando ficamos a ver navios ao sermos deixados e esquecidos pelo presidente da UDR que se aproveitou e usou a UDR para entrar na política ,manipulando a classe produtora rural, aliás, o que continua fazendo até hoje por meio da sic,”Bancada Ruralista”.

  10. Adriano Apolinário Leão de Oliveira disse:

    O fato é que com processo ou sem processo, o cartel continua e os preços do boi gordo só não atingem preços mais significativos para os produtores por que esse cartel não foi desmantelado.

    Para fazer um acordo agora, só se a CNA tiver encontrado uma fórmula meio que mágica para desmantelar de vez esses acordos rotineiros entre frigoríficos, caso contrário teria toda razão o deputado Ronaldo Caiado em ser contra e a ele deveriam somar-se um coro de milhões de produtores prejudicados.

  11. Renato Ricci Grandinetti disse:

    Acho interessante a “disposição” dos frigoríficos em querer resolver agora um problema criado por eles! Que tipo de acordo podem fazer os pecuaristas diante de pessoas que se sentem acima da ética e seriedade nos negócios ?

    O grande problema brasileiro é este , onde sempre se cogitem acordos, após ter lesado inúmeras famílias e pessoas que lutam e trabalham todos os dias, para tentarem manter a sua dignidade e pagar as suas contas em dia. E como ensinar aos nossos filhos, princípios básicos para uma vida social, no mínimo descente, já que eles só têm acesso a informações em que, os desonestos sempre acham uma brecha, e saem ilesos, em detrimento dos cidadãos de fato.

  12. Pedro Luiz de Falco Marinelli disse:

    Acordo nunca, pois já pagamos muito por este cartel.

  13. José Oton Prata de Castro disse:

    Sou mini, mini produtor de leite e criador de ovinos mas concordo em gênero, número e grau com a posição do Deputado Ronaldo Caiado, por quem tenho grande admiração. Não havendo julgamento, vai possibilitar a repetição do feito no futuro, sem que possa, salvo melhor juízo, ser considerado reincidência.

  14. Roges Pias disse:

    Acordo, isto é uma palhaçada. O simples fato de alguns frigoríficos proporem um acordo, para mim, já é confissão de culpa.

    E as autoridades vão assistir a tudo como se nada tivesse acontecido?

  15. Cassio Bueno Rodrigues disse:

    Creio que tal atitude da indústria demonstra o que há por trás da cortina, é desesperador ver que quem faz a lição de casa, e quem não faz está no mesmo mexido. Falo dos pecuaristas, que buscam técnicas e fornecer um boi gordo e acabado, sendo colocado na vala comum, eu sempre disse e repito, há uma fogueira de vaidades no setor, compradores e administradores se achando reis, determinando, sob pressão.

    Cito um caso na região de Tapirai – MG, atrás da porteira, vacinação curral, balança, brete, cocho, pastagem, forragem, mão de obra e outras cocitas mas. Ai o prejuizo. Conheces alguém dentro do frigorífico?

    Pois bem boi saindo em média com 520kg da fazenda, entre descontos e cortes, boi pago a 15,14,5@.

    Acorda povo, mostrar que a pecuária nacional é pujante, crescente, se modernizando, é mais uma vez o Brasil de salto alto, um desfile de estrel”os” e estrelas, se exibindo, em um setor engatinhando, como na seleção brasileira, os estrangeiros dizem que somos o máximo, e ao invés de sermos humildes e dizer o que é isso?

    E não caiam no engano. Difícil não é chegar lá, e sim se manter, e ninguém é tão grande que não possa cair, pois somos elogiados e continuamos a cometer erros, ai fracassamos, na frente dos elogios, e vem o pior, temos que nos vender.