O Friboi Ltda anunciou ontem o reordenamento de sua produção para as unidades de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rondônia, que atenderão as exportações de carne “in natura”. Cerca de 40% da produção da empresa é destinada ao mercado externo.
A produção destinada às exportações da Indústria e Comércio de Carnes Minerva Ltda também deverá ser redirecionada. Como a planta de São Paulo só pode embarcar o que foi produzido até 30 de setembro, a unidade de Goiás passará a responder pelas exportações.
O presidente da empresa, Edivar Vilela de Queiroz, acredita que até a semana que vem o problema esteja resolvido e não precise fazer as mudanças. Por isso, até terça-feira, as escalas atuais de abates se manterão.
“Não podemos ser penalizados, pois estamos livres de aftosa há 10 anos”, diz Queiroz. A indústria tem unidades apenas em São Paulo – embargado pela proximidade com Mato Grosso do Sul e por receber gado em pé daquele estado – e Goiás.
Segundo analistas de mercado, os abates em Mato Grosso do Sul se reduziram pela metade – o estado abate aproximadamente 15 mil animais por dia – e, no restante do País também está ocorrendo redução. “O mercado está praticamente parado”, disse José Vicente Ferraz, consultor do Instituto FNP. Fabiano Rosa, da Scot Consultoria, diz que o setor está à espera porque acredita que o embargo ficará restrito. Segundo Ferraz, apenas nos estados distantes do foco e do embargo é que houve comercialização. Na Bahia, Tocantins e Minas Gerais, o preço da arroba do boi subiu R$ 1.
A grande diferença do último foco de aftosa em Mato Grosso do Sul, que ocorreu em Naviraí, em 1999, é que naquela época apenas 4% da produção era destinada à exportação. Agora são 20%.
Pelo terceiro dia consecutivo, ontem, os contratos futuros do boi gordo na BM&F atingiram limite de baixa. “A carne não exportada vai ficar no mercado interno”, diz Théo Amaral, analista da SLW Corretora. No último mês, devido à entressafra, o contrato de outubro chegou a se valorizar 25% e, com a crise, caiu 15%, cotado a R$ 53,60 a arroba.
Fonte: Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint