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Frigoríficos reduzem prêmios para animais rastreados

Com a maior oferta de bois dentro das normas exigidas pela UE, os frigoríficos reduziram muito os prêmios pagos pela arroba de animais provenientes de propriedades aptas a exportar para a UE. Juan Carlos Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), diz que os prêmios, antes entre 15% e 20% por arroba, hoje são de 3% a 4%. "Esses percentuais não justificam o esforço que o pecuarista faz para manter a estrutura de controle, que exige tolerância zero."

Com a maior oferta de bois dentro das normas exigidas pela UE, os frigoríficos reduziram muito os prêmios pagos pela arroba de animais provenientes de propriedades aptas a exportar para a UE.

Juan Carlos Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), diz que os prêmios, antes entre 15% e 20% por arroba, hoje são de 3% a 4%. “Esses percentuais não justificam o esforço que o pecuarista faz para manter a estrutura de controle, que exige tolerância zero.”

Lebrón diz que essa é uma visão curta da indústria que leva, mais uma vez, o setor ao descrédito. A partir de março de 2009, quando a demanda cresce na Europa, os frigoríficos não vão encontrar animais rastreados porque os pecuaristas foram obrigados a abandonar essa prática devido a custos e à menor valorização do produto.

A redução da remuneração pode levar algumas fazendas aptas a exportar para a UE a não acompanhar corretamente as medidas de exigência de controle. Se isso ocorrer e surgirem novos problemas sanitários, o país voltará à estaca zero na reconquista desse mercado.

A matéria é de Mauro Zafalon, publicada na Folha de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Márcio Vinícius Ribeiro de Moraes disse:

    Eu concordo em partes com o Sr. Juan Carlos Lebrón, diretor-executivo da Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON):

    – (Concordo em parte) Com a maior oferta de bois dentro das normas exigidas pela UE, os frigoríficos poderiam reduzir os prêmios pagos pela arroba, se o número de propriedades habilitadas para Europa chegasse pelo menos a metade do número existente anteriormente, ou seja, 7.000 de um total de 15.000 ERAS. Portanto o que caracteriza a queda do valor do diferencial da arroba com aproximadamente 500 propriedades ERAS no Brasil habillitados a exportar, chama-se simplismente Cartel.

    – (Não concordo) O Real valor comercializado hoje nas praças de MG, GO e MT, do diferencial por arroba, é entre 10 e 15%, e não o comentado pelo Sr. Juan. E ainda temos clientes confinadores entregando seus últimos animais de confinamento, com @ no valor de R$100,00 no estado de MT, ou seja, a indústria com toda crise mundial, quer o boi da Europa, pois seus clientes pagam por isso.

    – (Concordo) A redução da remuneração pode levar algumas fazendas aptas a exportar para a UE a não acompanhar corretamente as medidas de exigência de controle. Se isso ocorrer e surgirem novos problemas sanitários, o país voltará a estaca zero na reconquista desse mercado. Eu ainda acrescentaria que para que isso não ocorra, o mercado precisa de um equilíbrio, ou seja, se os Europeus querem nossa carne mesmo que seja com todas as exigências, então paguem por ela, e que as indústrias cumpram sua parte, pois não podem sempre usufruírem dos melhores mercados sozinhos, cadê o senso de parceria e cooperativismo das indústrias frigoríficas? Até quando vão colocar culpa da queda do diferencial na crise mundial?

    Os trabalhos realizados pelas equipes do MAPA, do INDEA/MT, IMA/MG e AGRODEFESA/GO, e principalmente das certificadoras não foi apenas “BRINCAR”. Para chegar até agora onde chegamos com a rastreabilidade, existiram muitos atores anônimos que não podem ser desmerecidos e/ou esquecidos pelos outros elos da cadeia: Veterinários, Agronomos, Zootecnistas, Técnicos Agricolas, Produtores, Auditores, Peões, Capatazes e outros estiveram presentes nesse novo processo de ratreabilidade e certificação.

    Não esqueçam disso!

  2. celso de almeida gaudencio disse:

    Não é permetido o uso do mesmo centro de manejo de ERAS diferentes, mesmo em áreas contíguas e de propriedade de mesmos titulares (NIRF diferentes).

    Medida que exclue do processo pequenos pecuaristas que usam de boas práticas. ERAS nesta situação deverão se recusar a Auditoria do MAPA, até que este fato seja mais bem esclarecido, ou desistir em rastrear os animais, solicitando a desativação técnica dos animais, antes que receba punições e dissabores da Auditória para habilitação para UE.

    Esta chegando à hora da saída em massa do SISBOV, em virtudes de mudanças de rota a todo o momento, sem respeitar o direito dos que rastreiam os animais desde o primeiro momento.

    Aos que pretendem entrar fica o alerta que a qualquer momento as regras podem mudar, novas exigências serão adicionadas, sem respeitar o direito adquirido. Estão cometendo um erro primário em não separar sistema ERAS de Programa de Carne Certificada, nivelando por cima.

  3. Alberto Pessina disse:

    Isto é uma loucura, pois já perdemos o mercado uma vez e quando tentamos reconquista-lo, há esta falta de apoio.

    Eu diria que já não existe mais premio, uma vez que, segundo os frigoríficos, o mercado Europeu não está mais comprando carne. Com a oscilação do dolar e a falta de crédito no mercado mundial, varios importadores estão renegociando as compras já feitas e brecando as novas compras.

    Com isso, o produtor que investiu para estar na lista, acaba arcando sozinho com todo este custo. A cadeia está dando um tiro no pé, ao jogar fora um cliente importante como a Europa em um momento de crise mundial.

    Eu sou um destes que já investiu, está na lista e não recebi premio nenhum, e sugiro a quem está iniciando os investimentos a segurar um pouco e esperar o mercado se firmar. Pois estou arcando com todo o custo de entrada e ainda com o custo de manutenção, que não é barato.

    Este é um dos motivos por que o nosso país só vende carne para mercados baratos, pois na hora de enfrentar os desafios dos bons mercados, o produtor fica sozinho e os outros elos se aproveitam para tirar vantagem.

    Desejo boa sorte aqueles que estão investindo para fornecer a este mercado.

  4. washington ferreira de oliveira disse:

    Tenho vergonha de ser brasileiro, e de trabalhar para o sucesso de um país medíocre que não merece respeito e crédito! Que se dane o Eras e seus idealizadores.

  5. José Batista de Oliveira disse:

    Isso já era esperado, antes tínhamos a cotação do “boi rastreado” e “boi não rastreado” sempe com um diferencial e hoje já não vemos mais isso, porque ao invés de se pagar mais pelo boi rastreado eles vão manter os preços atuais e abaixar o preço do boi atual para tratar como um “boi não rastreado”.

    Concordo com as palavras do Sr. Juan. “Esses percentuais não justificam o esforço que o pecuarista faz para manter a estrutura de controle, que exige tolerância zero.” Acaba sendo uma piada, quantas expectativas de colocar minha fazenda no ERA´s, auditorias do Ministério que mais parece um julgamento em júri popular, quantas insinuações, por mais que explicamos o nosso entendimento eles não querem aceitar, para que isso? Quantos esforços que se deram em vão.

    Eu pergunto: para que rastrear? Será que vale a pena? Cada dia que passa sinceramente acho que não vale a pena rastrear!

  6. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Não quero ser tão eloquente como nosso amigo goiano da fazenda imperial, mas este é o sentimento que domina a classe. Tivemos alguns clientes, que fizemos o rastreamento e incentivamos para agregar valor, hoje orientamos a aguardar.

    Os frigoríficos estão dando um tiro no pé como disse o sr. Pessina e os dirigentes não tem competência para tocar o negócio.

    Vamos continuar exportando boi em pé como muitos querem e entregando o que temos de melhor, o nosso trabalho.

  7. José Leonardo Montes disse:

    Acho que cada um puxa para si mesmo, pois se estamos alavancando um processo que se arrasta desde 2002, não só uma crise de proporções mundiais que irá estragar e destruir uma cadeia produtiva de um pais rico e grandioso como o Brasil, o mais dificil e concordo plenamente com o meu colega Marcio, não é crise não aumento de bois liberados e sim os aproveitadores que estão arrasando mais uma vez a classe pecuarista, acho tambem que os sr. deputados da frente agropecuaria teriam sim que trabalhar para defender os produtores invês de ficar arrumando emendas para desarticular coisas que estão sendo feitas, saem da camara e vêm até as fazendas ver o que é feito para rastrear o rebanho brasileiro, e tambem porque não cobram dos frigorificos esta vergonha de cartel que são feitos por gente que só pensa em ganhar e nunca alavancar uma ação de ajuda a todos, mais uma vez vamos ficar a ver navios.

  8. Roberto Ferreira da Silva disse:

    Produtores estão bancando o sistema, estado está bancando o sistema (auditores oficiais do ministério), município está bancando o sistema (auditores oficiais das agencias rurais), certificadoras e fábricas de elemento de identificação estão bancando o sistema (pois operam com preços que podem ser chamados de gratuitos). Podemos citar vários outros elos da cadeia.

    E os frigoríficos?

    Engraçado que sempre vemos produtores, auditores oficiais, certificadoras e demais elos da cadeia participando, emitindo opinião neste fenomenal site de informações.

    E os frigoríficos?

    E os amigos compradores de boi dos frigoríficos?

  9. Silmar Serafim disse:

    Também concordo com os diversos comentários.

    Está na hora dos frigorificos terem um pouco mais de respeito pelos produtores, pois eles não gastam sequer um centavo para nos ajudar na produção de um quilo de carne se quer.

    Nós da cadeia produtiva que batalhamos, rezamos para não aparecer foco de Aftosa, para que a cobra não pique o boi, para que o caminhão não encrave ou sofra um acidente enfim, muitos entraves, sem contar a parte dos funcionários que tem sim um sindicato muito unido e forte. Enquanto nós que produzimos o filé da carne, nem se quer temos uma forte representatividade lá no congresso.

    Já passou da hora deles fazerem alguma coisa contra estes cartéis que querem só nosso couro, e não ajudam em nada para que possamos ser produtivos.

    Estão matando as galinhas dos ovos de ouro deles.
    Só pensam neles, tinham que pelo menos ter respeito pela classe produtora já que não investem nem um centavo para ajudar a melhorar nem a produtividade nem a qualidade das carcaças.

    Eles tinham sim de ser fiéis conosco, vindo até a fazer um tipo de adiantamento para quem produz, visando um vinculo e a não descapitalização do produtor na hora de melhorar seu manejo ou trato para chegar seu boi com um peso ou qualidade melhor.

    Está virando muita cana aqui na região, não que seja um bom ou mau negócio, só que o proprietário que entrega suas terras para a Usina, fica tranquilo em termos desta sacanagem que tem no caso do boi.

    Eles podiam deixar de aumentar suas unidades frigorificas e apoiar um pouquinho a classe produtora, mas eles são que nem morcegos, só querem sugar. Não investem em nada para ajudar a produtividade do que eles mais precisam, que no caso é o produtor e o seu boi.

    Está na hora deles entrarem junto conosco para podermos melhorar a oferta e a qualidade do que eles precisam e que nós produzimos com a maior boa vontade.

    O dia que eles vierem um pouquinho para este lado, acho que o mercado comprador vai também ser parceiro deles, visto que saberão que eles também se preocupam em produzir um bom produto desde o nascimento do bezerro.

    É cobra comendo cobra.

    Poderia os frigorificos verem os produtores com outros olhos e não só com os olhos da cara.

    Acontece com o frango, que tem uma parceria, imaginem uma com o boi!

    Produtor é muito persistente, só não tem união e nem apoio dos nossos governantes. Vi muito se falar sobre acabar com o SISBOV, mas numca vi se pedir ou se dar apoio para quem quer produzir de acordo do que os compradores exigem.

    Quando vou em um comércio e vejo um funcionário fazendo algo que prejudica o patrão, não compartilho disto não, pois acho que todos tem de ganhar e chegar no final do dia com todos ganhando.

    Eles tem o dinheiro para nos pagar bem nossos Bois, porque fica só na mão das industrias de abates?

    Será que o pessoal do frigorifico sabe quanto custava o sal a um ano atrás e quanto esta custando agora?

    E o adubo, será que eles sabem para que serve?

  10. Maurício de Faria Marin disse:

    Concordo com muitos dos depoimentos descritos e acredito que existe uma deficiência dentro do mecanismo de rastreabilidade, mas não concordo com alguns argumentos de colaboradores onde procuram responsabilizar os frigoríficos por não conseguir viabilizar o seu negócio ou empresa.

    Todas as empresas estão sujeitas ou expostas á oscilação do mercado e todas devem estar preparadas para tal situação. Exemplo maior disso tudo são os frigoríficos que passam por uma fase difícil no mercado.
    Nessa “novela” os vilões são os frigoríficos. De qualquer forma gostaria de lembrar que os frigoríficos também passam por auditorias periódicas e tem que se adequar conforme as exigências dos diferentes tipos de mercado, para poder escoar a produção de carne do Brasil e assim garantir o “pão” de frigoríficos, produtores e colaboradores.