Depois de um período de baixa, após uma safra com preços recordes e altas constantes, o mercado do boi gordo voltou a ter uma semana de alta. A maioria dos fatores aponta para a firmeza do mercado, mas será que a arroba do boi gordo terá força para ultrapassar os R$ 95,73 alcançados em 08/07 e buscar os tão esperados R$ 100,00 em outubro?
Nesta quarta-feira, o presidente da Comissão Científica da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Enzo Caporale, comunicou à Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a decisão de reconhecer o estado de Mato Grosso do Sul como livre de febre aftosa com vacinação.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, o próximo passo será fazer com que o Estado retome as exportações para a União Européia. Atualmente, pouco mais de 100 fazendas estão habilitadas para fornecer animais aptos para serem vendidos ao mercado europeu. “Queremos voltar a vender para a Europa e nos tornar um Estado de referência sanitária para todo o Brasil”, disse Tereza.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, comemorou a decisão da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Ele informou que o rebanho de boa parte do território brasileiro está nesta mesma situação sanitária, o que facilita o trânsito de animais e a rastreabilidade. “Há uma área contínua livre, o que facilita muito a rastreabilidade porque não existe mais o grande complicador que é o trânsito de animais, de zona livre para não livre”, afirmou Stephanes.
“Essa decisão, ansiosamente aguardada, veio em muito boa hora para reforçar a mobilização dos setores público e privado das regiões Norte e Nordeste. As ações necessárias à estruturação dos serviços de defesa nesses estados deverão ser intensificadas, com vistas à obtenção de status livre de febre aftosa até 2010”, comemorou o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz.
Depois de um período de baixa, após uma safra com preços recordes e altas constantes, o mercado do boi gordo voltou a ter uma semana de alta. A maioria dos fatores aponta para a firmeza do mercado, mas será que a arroba do boi gordo terá força para ultrapassar os R$ 95,73 alcançados em 08/07 e buscar os tão esperados R$ 100,00 em outubro?
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&F boi gordo a prazo
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
O real já acumula 124,2% de valorização frente ao dólar desde o início do governo Lula. Segundo levantamento feito pela empresa de informações financeiras Economática, a moeda brasileira teve o maior avanço entre países da América Latina e União Européia, no período que vai de 31 de dezembro de 2002 a 25 de julho de 2008.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x Dólar
No mercado físico, a oferta é reduzida e os produtores querem preços mais altos para entregar seus animais. Os frigoríficos que compraram relativamente bem nos últimos dias e estavam fora do mercado na semana passada voltaram às compras, mas só conseguiram adquirir matéria-prima após reajustar os preços.
Parece que realmente o aumento de oferta no início do mês foi apenas pontual, provavelmente um resto de bois de pasto que ainda estavam sendo retidos. Agora a maioria dos fatores aponta para um mercado mais firme e com possíveis altas para os próximos meses.
Em São Paulo, os frigoríficos que tem escalas maiores estão comprando animais para abate na metade da semana que vem e os compradores reclamam que não estão comprando da maneira com desejam. Em todo o país existem frigoríficos trabalhando com grande ociosidade e a cada dia pipocam notícias de plantas com dificuldade na compra e planejando férias coletivas.
Para amenizar a situação a indústria conta com o aumento de oferta que pode vir com o abate dos animais e com a melhora nas vendas de carne no atacado e varejo.
A primeira opção parece que não trará tanto alívio. Hoje a Associação Nacional do Confinadores (Assocon) divulgou os dados da Pesquisa de Intenção de Confinamento (atualização de Agosto de 2008). A entidade que possui 47 associados, informa que estes confinadores irão terminar, em 2008, 578.451 animais. Isto significa um aumento de 6,7% em relação aos números realizados no ano passado.
O custo elevado do boi magro e de insumos para nutrição fizeram os sócios da Assocon tirar o pé do acelerador e diminuir o ritmo de crescimento esse. Na mesma pesquisa, realizada em março de 2008, os números indicavam um crescimento de 22,2%.
Já o mercado de carne começa a se aquecer novamente, após um final de junho com preços em queda. As cotações do atacado voltaram a subir e a expectativa dos agentes do mercado é novas altas para os próximos dias, já que amanhã entramos em agosto – período (início de mês) que tradicionalmente o consumo aumenta devido ao pagamento dos salários -, teremos a volta às aulas e no segundo final de semana do mês teremos as festas do Dia dos Pais.
Ontem, o equivalente físico foi calculado em R$ 81,36/@, com a alta de 8,44% na semana, a diferença entre o preços da carne no atacado e o valor pago pelo boi gordo ao produtor diminuiu. O spread (diferença) entre indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista e equivalente recuou R$ 3,59, ficando em R$ 11,85/@.
Tabela 2. Cotações do atacado da carne bovina
Segundo o broker de mercado, Rodrigo Brolo, da Terra Futuros, “depois de fechar em forte queda ontem na Bolsa, os contratos futuros voltam a subir neste último dia do mês. Graficamente o contrato out/08 atingiu o primeiro objetivo de médio prazo que era alcançar R$95,60, fazendo com que grandes investidores comprados entrassem vendendo para realizar lucro. O volume intenso de venda fez o mercado “patinar” provocando queda para realização de lucros. Como o mercado físico continua firme, bem como o atacado, a tendência é de mercado de lado com viés de alta no médio prazo.”
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&F e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 23/07/08 e 30/07/08
Com o bezerro apresentando desvalorização e o preço do boi gordo subindo, a relação de troca melhorou e agora está em 1:2,06.
O leitor do BeefPoint, Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista/SP, comenta que o mercado de reposição continua calmo em sua região. “As chuvas ainda estão longe, a arroba do boi segue estável “pelo menos no mês de julho” e o invernista menos eufórico”, comenta e informa que na região o bezerro Nelore de 180 kg é negociado a R$ 700,00.
Para André Sverzut, da Agropecuária Vale do Sonho, de Barra do Garças, o problema tem sido o bezerro que não quer andar junto com o boi, ou seja, não caiu nem um real. “As fêmeas também estão no mesmo patamar, bezerras com negócios em R$ 430 a R$ 450, vacas solteiras com negócios em R$ 750 a R$ 900 e R$ 1100 a R$ 1200 para vacas paridas”, ressalta.
Após 7 anos de negociações, inúmeros encontros, protestos no mundo todo e centenas de ligações entre presidentes, a Organização Mundial do Comércio (OMC) fracassou em chegar a um acordo na Rodada Doha. O processo, que tinha como objetivo corrigir as regras do comércio e dar novo impulso à economia global, desabou ante os conflitos entre Índia e Estados Unidos, que não aceitaram um pacote de liberalização.
O Brasil tentou até o último minuto mediar uma solução, mas não conseguiu convencer os parceiros a aderir ao pacote e um acordo agora poderá ser retomado, na melhor das hipóteses, em 2010. Os americanos recusaram-se a fazer concessões para tentar acomodar os interesses dos emergentes e o presidente George W. Bush concluirá o mandato sem o acordo comercial. Para os demais ministros, faltou vontade política, sobretudo de Washington, Nova Délhi e, de certa forma, de Pequim.
“Vai levar anos para que as pessoas voltem a negociar”, afirmou o chanceler Celso Amorim, visivelmente chateado diante do resultado. “É um fracasso coletivo”, definiu o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson.
O fracasso das negociações da Rodada Doha sobre a liberalização do comércio mundial alivia alguns países e setores, enquanto outros lamentam a falta de um acordo que poderia dinamizar a economia do planeta. Para entender quem ganha e quem perde clique aqui.
O chanceler Celso Amorim adverte que a principal conseqüência negativa para o Brasil, após o fracasso das negociações da Rodada Doha, é o aumento dos subsídios agrícolas americanos nos próximos anos, já que ficarão sem novas regras. O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, alerta que o Brasil será um dos países que sairão perdendo com o fracasso da OMC. Em declaração, o francês reconheceu que o colapso do processo será sentido por todos os países emergentes.
Depois da recuperação de status de livre de Aftosa com vacinação pelo MS, uma notícia bem menos agradável incomodou os agentes da cadeia produtiva da carne.
O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) dos EUA desabilitou duas unidades frigoríficas, localizadas no estado de São Paulo, que estavam autorizadas a exportar carne bovina industrializada para o país. Com isso, o número de plantas habilitadas a vender esse produto para o mercado norte-americano caiu de 22 para 20. Durante o período de 11 de junho a 22 de julho, técnicos do FSIS estiveram em missão oficial no Brasil e apontaram não-conformidades no relatório preliminar.
A Agência Estado noticiou que as duas plantas desabilitadas seriam a unidade de Andradina (SP) do JBS-Friboi e a planta de Itupeva (SP) da International Food Company (IFC) Indústria de Alimentos. Segundo especialistas, apesar de ser o principal destino para o produto brasileiro, as desabilitações não trarão perdas significativas em volume de vendas.
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Acho que a tendencia do mercado é de alta, principalmente o mercado de reposição sou criador e tenho tido muita procura, porém os compradores que são muitos, tem tentado reduzir os preços de reposição, não é hora de cedermos, o bezerro desmamado tenho vendido entre R$ 690,00 e R$ 710,00, e entre 11 a 12 meses a R$ 750,00. Com os preços da arroba em processo de estabilidade, no inicio do periodo mais critico da entresafra, agosto, a arroba tende a ir para o R$ 100,00. É ver para crer.
O mercado esta muito conturbado neste fim de julho começo de agosto, fiz vendas no começo de julho à R$ 88,00 a arroba, já duas semanas depois senti uma pressão dos frigorificos dizendo que estavam com escalas fechadas contradizendo todas as matérias pegaram R$ 84,00.
Imagino que seja uma pressão para baixar os preços, já que estão com dificuldades para comprar.
Já na ponta final os preços estão estaveis para o consumidor. Dificil fazer uma previsão, mas acredito em um preço entre R$ 85,00 a R$ 95,00 para os próximos meses em Goias.
Para ressaltar, na minha região apesar da grande seca que atinge os três vales Mucuri, Rio Doce e Jequintionha ,o preço do boi gordo continua, parado vamos aguardar até quando. Boi gordo fechou 78,00 reais.