A concentração no mercado de frigoríficos no Paraná aponta para uma deterioração na relação com os pecuaristas. Desde o último dia 1o de setembro, os dois maiores frigoríficos do estado se fundiram e como resultado prático aumentaram as exigências e as pressões de mercado. O Frigorífico Margem, de Paranavaí, incorporou a unidade do Frigorífico Amambai, de Maringá. Com isso está funcionando no Paraná apenas um frigorífico com unidades exportadoras.
Os pecuaristas ficaram sem opção de venda no Paraná e o frigorífico remanescente está aproveitando a oportunidade para impor uma nova ordem na relação com o pecuarista, que incorpora as relações internacionais de mercado, admitiu o consultor José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria.
O Frigorífico Margem, que abatia em torno de 18 mil bois por mês, dobrou a escala desde a incorporação do Amambai, e está abatendo em torno de 36 mil cabeças por mês, o que corresponde a sete vezes a média dos frigoríficos paranaenses, que abatem cinco mil cabeças por mês.
De acordo com o consultor, a fusão no setor de frigoríficos representa uma nova tendência de mercado que é a existência de grandes unidades, com elevado capital de giro e escala de produção, como instrumentos para abater os custos fixos. Ferraz disse que as alterações nesse mercado vêm sendo impulsionadas pelo aumento das exportações de carne bovina e também pela forte possibilidade da entrada de capital estrangeiro no setor.
O agravante é que os frigoríficos estão pressionando os pecuaristas. Em vez de serem beneficiados com a valorização da produção em decorrência do aumento nas exportações de carnes, eles passaram a cumprir uma série de exigências sem ganhar nada a mais por isso.
Fonte: Folha de Londrina/PR (por Vânia Casado), adaptado por Equipe BeefPoint
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É uma pena que isso aconteça no Paraná também. O monopólio é extremamanete prejudicial ao produtor. Espero que não aconteça o mesmo que no Rio Grande do Sul, onde os preços são os mais baixos do país e o produtor cumpre diversas regras para poder vender boi gordo.