Na última sexta-feira, os preços da arroba continuaram sendo pressionados pelos frigoríficos e o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo teve desvalorização de R$ 0,15, sendo cotado a R$ 89,15/@, acumulando baixa de 2,97% na semana. No mercado físico, os frigoríficos seguem pressionando por novos recuos mesmo com oferta de animais para abate restrita e escalas curtas. A BM&F fechou a sexta-feira em alta, com todos os vencimentos apresentando variação positiva.
Na última sexta-feira, os preços da arroba continuaram sendo pressionados pelos frigoríficos e o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista apresentou recuo de R$ 0,12, sendo cotado a R$ 87,80/@. O indicador a prazo teve desvalorização de R$ 0,15, sendo cotado a R$ 89,15/@, acumulando baixa de 2,97% na semana e 3,19% no mês. Em outubro a média do indicador (para pagamento com 30 dias) foi de R$ 92,15/@.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
A BM&F fechou a sexta-feira em alta, com todos os vencimentos apresentando variação positiva. Outubro/08 fechou a R$ 88,52/@, no dia do seu encerramento, com leve valorização de R$ 0,02. Os contratos com vencimento em novembro/08 tiveram alta de R$ 2,19, fechando a R$ 87,03/@, com 5.015 contratos negociados e 11.573 contratos em aberto. A maior variação (+R$ 2,48) ocorreu para os contratos que vencem em dezembro/08, que fecharam o pregão a R$ 87,64/@.
Segundo Rodrigo Brolo, broker da TradeWire Brazil, “com a melhora geral dos preços das commodities no mercado financeiro, o pecuarista sentiu que não vale a pena entregar os bois a preços mais baixos e o sentimento geral é de que a queda no físico foi muito grande, e os preços agora tendem a melhorar. Com negócios praticamente inexistentes abaixo de R$ 85,00/@ no MS e abaixo de R$ 88,00/@ em SP, a tendência é de mercado físico de estável para alta no curto prazo, sendo que a Bolsa já subiu, precificando essa melhora que pode vir no fisico”
Tabela 2. Fechamento do mercado futuro em 31/10/08
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x contratos futuros para novembro/08
No mercado físico, os frigoríficos seguem pressionando por novos recuos mesmo com oferta de animais para abate restrita e escalas curtas. Muitas plantas anunciaram férias coletivas devido a escassez de animais para abate e outras declaram que também estão estudando a possibilidade, assim o mercado se mostra menos demandado, há um leve aumento na disponibilidade de animais de confinamento e negociados a termo, dando maior força à pressão das indústrias no momento.
Compradores paulistas afirmam que conseguiram comprar melhor na semana passada e aumentar a escala, mas de maneira geral, em todo o país a situação é de pouco boi disponível e muitas plantas trabalham com ociosidade.
Produtores e gentes desse mercado comentam que devido ao agravamento da crise mundial e receio de uma retração nas exportações, alguns frigoríficos colocaram o pé no freio e não estão mais pagando o prêmio para os animais que podem ser exportados para a UE. No mercado corre o comentário de que a Europa diminuiu muito a compra das carnes brasileiras e assim produtores que investiram em rastreabilidade e conseguiram entrar na lista de propriedades aptas a exportar para este mercado, estão negociando seus animais no preço normal de mercado.
Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.
No atacado da carne bovina, o traseiro foi cotado a R$ 6,50, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 4,40, com o equivalente físico sendo calculado a R$ 81,12/@. Apesar do equivalente ter apresentado um recuo de 4,45% na última semana, espera-se uma melhora nos preços para os próximos dias, já que estamos no início do mês, período em que o consumo tradicionalmente é maior.
O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico subiu para R$ 6,68/@. Vale lembrar que quanto maior o spread mais apertada será a margem bruta do frigorífico.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico x equivalente físico
Na reposição os preços também apresentam tendência de baixa, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 708,89/cabeça, recuo de R$ 0,64. A relação de troca recuou para 1:2,04.
André Camargo, Equipe BeefPoint
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Amigo produtor,
Vamos segurar o boi no pasto. É início de mês, dia 05 tem salário e dia 20 a primeira parcela do 13º.
A demanda vai subir, e os frigoríficos vão ser obrigados a promover reajustes se quiserem ter carne para vender.
Não tem boi suficiente. Não é hora de quem têm, se afobar para vender, porque é exatamente isto o que eles querem.