Após as altas registradas no final de maio, nesta semana os preços da arroba recuaram frente a pressão do frigoríficos. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou queda de 0,48% nos últimos 7 dias, sendo cotado a R$ 81,44/@. O indicador a prazo foi cotado a R$ 82,29/@ e teve retração de 0,47% na semana.
Após as altas registradas no final de maio, nesta semana os preços da arroba recuaram frente a pressão do frigoríficos. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou queda de 0,48% nos últimos 7 dias, sendo cotado a R$ 81,44/@. O indicador a prazo foi cotado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea) a R$ 82,29/@ e teve retração de 0,47% no período analisado (02 de junho a 09 de junho).
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio
Segundo o Cepea, de modo geral, os compradores se retraíram, na esperança de que as temperaturas mais baixas aumentem a oferta de animais. Do lado vendedor, no entanto, pecuaristas seguem ofertando poucos lotes.
O leitor do BeefPoint, José Ranulpho Tostes, de Rondonópolis/MT, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que na sua região o boi gordo está sendo negociado a R$ 77,00/@ e a arroba da vaca gorda vale R$ 71,00, ambos com prazo de 30 dias. “Já tivemos negócios na região a R$ 78,00/@, mas a escala aumentou e hoje as ofertas estão entre R$ 76,00 e R$77,00”, comentou Tostes.
Do Paraná, Ricardo A. A. Gonçalves, de Nova Esperança, informou que o boi gordo está sendo vendido a R$ 75,00/@, com prazo para pagamento de 2 dias e a vaca vale R$ 69,00/@, nas mesmas condições.
Leandro Afonso de Lima, de Serranópolis, no sul de Goiás, comentou que frigoríficos que atendem o mercado local – região de Jataí/GO – estão comprado lotes de fêmeas para o abate a R$ 71,00/@.
O leitor do BeefPoint, Diemerson Freire, de Porto Velho/RO, informou que em sua região a arroba do boi gordo está valendo R$ 68,00.
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
A reposição segue aquecida e o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 729,31/cabeça, com valorização de 1,05% na semana. Com esta variação, a relação de troca voltou a recuar, ficando em 1:1,84.
José Ranulpho Tostes, nos informou que em Rondonópolis/MT, o bezerro Nelore de boa qualidade, com 8 meses de idade, está sendo negociado a R$ 690,00.
O leitor do BeefPoint, Dario Esteves da Silva Junior, informou através do formulário de cotações do BeefPoint que no sul de Goiás lotes de garrotes estão sendo negociados a R$ 820,00/cabeça.
Em Cruvelo/MG, a novilha Nelore de 330 kg, de excelente qualidade e aproximadamente 24 meses está valendo R$ 990,00/cabeça, são as informções enviadas por Leandro Afonso de Lima.
Em maio às reclamações de invernistas e confinadores que estão encontrando dificuldade para fazer a reposição do rebanho, Luiz Paulo Piotto, de Aparecida do Taboado/MS, nos enviou o seguinte comentário:
“A R$ 720,00/bezerro eu não vendo! Se este é o preço do bezerro nelore desmamado com média de 185kg, então nada mais justo do que pagar R$800 em bezerros de cruzamento industrial com 200kg de média. Com preço de R$3,80 a R$4,00/kg este é o valor correto atualmente.
Sou produtor. Compro tudo que consumo por peso; sal mineral(kg), remedios(mL/L), vacina(doses=mL), combustível, comida, etc., tudo é negociado por alguma medida de peso ou volume. Quando vou negociar meus bezerros com invernistas eles fazem as contas em arrobas de boi, mas quando eu falo em negociar por kg parece que estou louco.
Tenho 4 meses de estação de monta, mais 9 meses de período de gestação e depois mais 9 meses (média) de tempo para o desmame. São no mínimo 22 meses para produzir este animal que, em mais 15 meses é abatido com 18 arrobas de média. Sim, 15 meses, com dois anos eu garanto que meus animais chegam a 18 arrobas em condições semelhantes as que temos na nossa propriedade, à pasto.
Eu demoro 22 meses para desmamar meu bezerro, quem compra demora 15 meses para matar, e bem, e ainda acham que está caro? Sinceramente, acho que invernistas e frigoríficos tem que pensar um pouco na cadeia como um todo. O produtor é aquele que começa todo o processo, sem o produtor não existe cadeia.”
Na BM&FBovespa, o primeiro vencimento, junho/10, fechou a R$ 82,09/@ no pregão de quarta-feira, acumulando desvalorização de R$ 0,20 durante a semana. Os contratos que vencem em julho/10 apresentaram recuo de R$ 0,40 na semana, fechando a R$ 83,19/@. Outubro/10 fechou a R$ 84,66/@, com leve variação positiva (+R$ 0,02) no período analisado.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 02/06/10 e 09/06/10
Segundo o Boletim Intercarnes, as ofertas seguem bem retraidas para carne com osso, devido as ofertas de animais para abate se mostrarem irregulares. Do outro lado, a procura segue ativa pelos compradores que já estão visando posicionamento para o próximo final de semana. Assim, no atacado os preços seguem firmes e mais definidos. A tendência para os próximos dias é de estabilidade e se as ofertas permanecerem reduzidas, como mostra o atual quadro de mercado, os preços tendem a permanecer em alta.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,40, o dianteiro a R$ 4,40 e a ponta de agulha a R$ 4,00. O equivalente físico apresentou valorização de 0,74% na semana, sendo calculado a R$ 79,62/@. O spread (diferença) entre indicador e equivalente recuou para R$ 2,67/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina
Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico
Exportações brasileiras de carne bovina em maio
Durante os 21 dias úteis de maio, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 90.400 toneladas de carne bovina in natura. Estes embarques foram responsáveis pela geração de uma receita de US$ 358,8 milhões, evidenciando retomada nas exportações.
Em relação ao mês anterior, o volume foi 15,27% maior e cresceu 20,43% em relação a maio de 2009. A receita das exportações de carne bovina in natura de maio foi 19,52% superior aos resultados apurados em abril passado. Na comparação com o mesmo período do ano passado (maio/09) o crescimento registrado foi de 53,06%.
Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura
Gráfico 4. Exportações brasileiras de carne bovina in natura
A variação maior na receita, evidencia uma valorização da carne bovina in natura brasileira no mercado internacional. O preço médio da carne bovina in natura exportada em maio foi de US$ 3.969/tonelada.
Restrições às exportações para EUA e Rússia geram preocupação
A disputa entre Brasil e Estados Unidos, que levou a um recall de carne bovina industrializada brasileira em maio, ganhou um novo capítulo. Representantes do Ministério da Agricultura e de exportadores brasileiros reuniram-se segunda-feira e ontem com técnicos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em Washington, para discutir a metodologia de análise para detectar resíduos do vermífugo ivermectina na carne proveniente do Brasil.
Saíram das reuniões apontando que as divergências continuam, o que mantém a carne brasileira fora dos EUA – no fim de maio, o próprio ministério decidira suspender as exportações de carne industrializada brasileira ao país.
Segundo Otávio Cançado, diretor da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec), a metodologia usada pelos EUA, e que detectou resíduos do vermífugo acima do permitido em produto exportado pela JBS, não é sistematizada e nem reconhecida pelo Codex Alimentarius (organismo internacional de referência para a segurança dos alimentos). Enquanto não se chega a um consenso sobre métodos de análise, o governo brasileiro vai apresentar um plano aos EUA que prevê a análise do produto no Brasil, pelos frigoríficos, para que as exportações possam ser retomadas, segundo Cançado.
No final de maio a Rússia suspendeu temporariamente as importações de carne bovina de oito unidades frigoríficas do Brasil. A informação foi publicada no site do Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia. De acordo com o Mapa, a Rússia não aponta problemas sanitários para a restrição. Diz apenas que os frigoríficos não estão completamente adequados às exigências impostas por aquele país para importação de carne bovina, sem especificar quais são elas. Ainda segundo o ministério, o comunicado do governo russo informa que, das 29 unidades visitadas durante a última missão ao País, oito tiveram as compras suspensas.
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Otávio Cançado, reclamou da falta de clareza da Rússia na interrupção das compras de alguns frigoríficos brasileiros. “Essa falta de transparência nos remete imediatamente a uma medida protecionista sem embasamento sanitário técnico.”
O ministro de Agricultura, Wagner Rossi, vai à Rússia na primeira quinzena de julho para tentar reverter o embargo de carne do Brasil. “Uma equipe técnica voltou recentemente da Rússia e a expectativa (dessa viagem) era mais produtiva, mas não se confirmou. Então, o que nós vamos fazer é ir a Bruxelas e Moscou na primeira quinzena de julho”, disse Rossi em Buenos Aires. “Nós temos uma visita marcada à UE e Rússia sobre esse tema e eu mesmo vou estar presente, além do secretário da área de sanidade.”
Diante de tais acontecimentos, os irlandeses não perderam tempo e o presidente da Associação dos Produtores da Irlanda (IFA, na sigla em inglês), John Bryan, defendeu, na semana passada, que a União Europeia suspenda as importações de carne bovina do Brasil.
No site da IFA, o dirigente irlandês diz que a Comissão de Saúde e Consumidor da UE (DG Sanco) deve banir a carne brasileira e retirar dos supermercados carne industrializada do Brasil, como ocorreu nos EUA. Ele defendeu que a Comissão da UE reavalie os procedimentos de análises usados em suas visitas ao Brasil. Disse ainda que o órgão deve rever as práticas relacionadas à produção bovina no Brasil e que “produtores e consumidores estão sendo expostos a um risco desnecessário”.
Para Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), o pedido da IFA não tem fundamento já que a UE também segue as regras do Codex Alimentarius.
Código Florestal
Esta semana foi apresentado em comissão especial da Câmara dos Deputados o projeto com mudanças no Código Florestal, que deve flexibilizar as atuais regras de proteção do ambiente, estabelecidas desde os anos 60. Caso a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) atribui mais autonomia aos estados para legislar sobre meio ambiente, retira a obrigatoriedade de reserva legal para pequenas propriedades e prevê que as áreas atualmente em uso para produção rural serão consideradas espaço consolidado da atividade agrícola.
“Eu busquei fazer um projeto que beneficiasse todos, pois precisamos da proteção da natureza e da produção agrícola”, disse Rebelo.
Pesquisa Top 50 BeefPoint de Confinamentos 2009-2010
No momento a 8ª pesquisa Top 50 BeefPoint de Confinamentos, que objetiva levantar dados sobre os 50 maiores confinamentos do Brasil, analisar as tendências entre os maiores produtores e gerar informação para o setor.
O levantamento é realizado anualmente desde 2003, com dados referentes ao ano anterior à pesquisa e projeções para o ano corrente. Após a coleta, os dados obtidos serão compilados para a confecção de um relatório. Este trará o ranking dos 50 maiores confinamentos com sua localização e número de animais confinados; além de informações gerais sobre o perfil das empresas, práticas de gestão utilizadas e perspectivas para a atividade no Brasil em 2010.
A iniciativa conta com o significativo apoio das empresas Nutron Alimentos e Elanco Saúde Animal, as quais patrocinam a pesquisa, sendo fundamentais para o sucesso do trabalho.
Você conhece ou trabalha em algum confinamento? Clique aqui e nos envie sua indicação. Vamos sortear, entre os que participarem indicando confinamentos, DVDs com palestras dos eventos BeefPoint e outras surpresas.