Gabriel Maciel, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é duro ao criticar os procedimentos do Paraná no caso de São Sebastião da Amoreira. “O único caminho para o Paraná é fazer o sacrifício naquela propriedade [fazenda Cachoeira] para voltar ao mercado em seis meses”, disse.
Maciel reafirmou que não voltará atrás na decisão de reconhecer o foco. “Já tomamos uma posição definitiva, referendada pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Afinal, quem anunciou o foco foi o próprio governo do Paraná”.
Diplomático, Maciel isenta o Paraguai de “culpa” pelos focos em Mato Grosso do Sul. “É uma questão de vigilância sanitária. Houve erro de todos. O produtor não vacinou, o Estado não fez seu trabalho de vigilância corretamente e o ministério não fiscalizou”, resumiu.
O secretário apresenta uma receita ambiciosa para controlar a aftosa no país. Vacinação conjunta em fevereiro e uso do geoprocessamento de imagens por satélite pela Embrapa na fronteira com Paraguai e Bolívia.
Também o foco dos gastos federais mudará radicalmente, para 80% em investimentos e 20% em custeio. “Vamos investir em informatização dos sistemas de defesa, GTA eletrônica e renovação da frota dos Estados”, avisou. “Vamos controlar 25 quilômetros de ambos os lados das fronteiras, cadastrar todas as propriedades nessas regiões e identificar rebanhos com brincos de cores diferentes”.
Na outra ponta, o governo investirá forte em laboratórios. Em Pedro Leopoldo (MG), será aberta a quarta unidade do mundo de biossegurança máxima. Com R$ 15 milhões em recursos, o laboratório terá equipamentos de precisão exigidos por Europa e EUA para testes de aftosa, análise de resíduos e microbiologia. Porto Alegre terá R$ 8 milhões para aperfeiçoar o controle da qualidade de vacinas.
Fonte: Valor (por Mauro Zanatta), adaptado por Equipe BeefPoint