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Gado resistente ao calor ganha certificação genética

Foto: Marcelino Ribeiro/Divulgação Embrapa

A Embrapa Semiárido (PE) recebeu o registro de Pureza de Origem (PO), concedido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), para o seu rebanho da raça Sindi. Os animais são mais adaptados às condições extremas de calor e, agora, são oficialmente reconhecidos pela pureza genética. As informações foram disponibilizadas pela estatal nesta terça-feira, por meio de comunicado.

A certificação é a segunda e última etapa de reconhecimento da qualidade genética dos 91 animais da unidade, entre machos e fêmeas, e abre caminho para sua utilização em programas de conservação e melhoramento genético da pecuária na região.

O registro chancela a origem dos animais e permite que a Embrapa amplie a oferta de material genético certificado — como sêmen, embriões e exemplares vivos — para pecuaristas que buscam animais mais adaptados ao clima quente e seco do Semiárido. A conquista contou com apoio técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi).

“Com o registro, poderemos socializar esse material por meio da venda de sêmen, embriões e animais vivos, todos com documentação e certificação genética”, declarou o pesquisador Rafael Dantas, responsável pelo Núcleo de Conservação da Raça Sindi, por meio de comunicado.

Para o conselheiro da ABCZ José Kléber Calou Filho, com a conquista, toda a pecuária nacional tem a ganhar. “É um material rico nessa genética zebuína, que vem fortalecer a cadeia do Sindi no Brasil, uma das raças que mais está crescendo no cenário da pecuária nacional”, afirmou.

Rigor técnico
A Embrapa concluiu o registro do rebanho Sindi seguindo critérios rigorosos da ABCZ. O processo incluiu dois trâmites: o normal e o de resgate. No rito normal, há etapas como comunicação de cobertura, nascimento e inspeção técnica. Já no resgate, mais complexo, o DNA foi usado para identificar a filiação dos animais sem histórico. “Essa foi a etapa final. Agora, agora o rebanho é todo registrado como PO”, afirmou Dantas. A exigência de exames e avaliações garante a identidade genética e racial da raça Sindi, essencial para sua preservação no Semiárido.

A raça Sindi, originária do Paquistão, é valorizada por sua resistência ao calor e capacidade de produzir carne e leite em ambientes hostis. De porte pequeno e baixa exigência nutricional, adapta-se bem ao Semiárido. “Esse animal consegue converter alimentos de baixo valor nutricional em carne e leite”, explicou o pesquisador.

O criador Mário Borba concorda: “É um gado universal, de origem milenar, e que a gente tem que preservar”. Além da preservação genética, a Embrapa utiliza os animais em pesquisas sobre nutrição, sanidade e cruzamentos para melhorar a produtividade regional.

Fonte: Estadão.

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