Lideranças representativas da cadeia produtiva da carne bovina no Rio Grande do Sul já buscam solução para a superoferta de boi gordo no estado a partir da segunda quinzena de setembro, quando o boi acabado terá que sair das terras onde será semeada a safra de verão.
Na semana passada, dirigentes da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Rio Grande do Sul (Sicadergs) e da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), estiveram reunidos em Porto Alegre, quando discutiram uma série de ações visando a comercialização do boi na primavera, sobretudo preços a serem praticados na carne.
No final de junho, durante a Agromix, o diretor-executivo do Sicadergs, Zilmar Moussalle, já apontava para tratativas no sentido de que a carne produzida no estado fosse comercializada em outras regiões ou mesmo no exterior. “Para que o preço da carne não caia, estamos pensando num programa de incentivo aos produtores através da certificação dos animais. Os animais que estão em terras de plantio e que terão que sair ainda terão tempo de ser colocados no Sisbov, o que reduziria inclusive a ociosidade junto aos frigoríficos de exportação”.
Essa iniciativa, segundo Moussalle, derivaria num próximo passo: o de fazer um mapeamento no Rio Grande do Sul para detectar onde estão concentrados frigoríficos com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e indústrias exportadoras. “Os produtores precisam saber que os frigoríficos estão pagando bem mais do que eles gastam na certificação e que estão dando prioridade à aquisição dessa matéria prima”, observa o dirigente.
Segundo ele, além do frigorífico Mercosul, que paga R$ 15 a mais pelo animal que chega ao Frigorífico com D.I.A (se o animal estiver enquadrado na Classe Exportação e Exportação Plus o bônus é de R$ 20), outros frigoríficos do estado como o Silva, Riograndense e Coriva também estão remunerando melhor pelo boi rastreado.
Outra idéia, ainda em discussão, ventilada na reunião é a de uma campanha de incentivo ao consumo de carne bovina. “Um plano de mídia incentivando o consumo interno pode se constituir numa saída. A carne bovina tem tudo contra na mídia. Seria uma oportunidade de passar a contra-informação de que é um excelente alimento”, avalia o presidente do Sicadergs, Mauro Dante Lopez.
Fonte: Agro Amazônia (por Vanda Araújo), adaptado por Equipe BeefPoint