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Gaúchos querem que SC volte a vacinar contra aftosa

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), disse ontem que a liberação do comércio de carne de Santa Catarina para a Rússia prejudicou o Estado. Ele não citou valores do possível prejuízo. Ele e mais representantes do setor agropecuário gaúcho estiveram em reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

“Centraliza-se em Santa Catarina a comercialização para a Rússia, que é um mercado muito importante. A fatia russa era dividida entre muitos estados, mas esse mercado agora está com um único parceiro”, resumiu o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto.

O líder da Farsul lembrou que o rebanho catarinense é pequeno na comparação com o restante do país. “Inclusive, o rebanho de Santa Catarina não ultrapassa 2,5 milhões de cabeças para um rebanho brasileiro de 195 milhões de cabeças”, comentou Sperotto.

A comitiva gaúcha que esteve ontem com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pediu a unificação do status sanitários dos estados. O Rio Grande do Sul integra, ao lado do Paraná e de Santa Catarina, o Circuito Pecuário Sul. Os dois primeiros registraram focos de febre aftosa nos últimos anos e são obrigados a vacinar seus rebanhos contra a doença, o que não acontece com Santa Catarina, que é considerado livre de aftosa sem vacinação.

Essa condição, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), permitiu o comércio de carne de Santa Catarina para a Rússia. Rigotto lembrou que o Rio Grande do Sul tem vacinado seu rebanho e que a não vacinação no estado vizinho é muito perigosa. “O fato de não ter vacinação ao lado pode nos comprometer”, afirmou. “Rio Grande do Sul e Paraná estão sendo submetidos a um risco sanitário muito grande”, comentou Sperotto.

O presidente da Farsul defendeu “unidade sanitária para os circuitos pecuários”, ou seja, que Santa Catarina volte a vacinar seu rebanho contra a febre aftosa. “Não podemos ter ilhas no Brasil. Quem vacina não pode ser penalizado”, comentou Rigotto. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, segundo o governador, se comprometeu a avaliar o assunto.

Rodrigues garantiu que o embargo russo à carne brasileira será “levantado rapidamente”, segundo o governador Germano Rigotto. Ele disse que o ministro está otimista com o fim do embargo após a conclusão da visita de veterinários russos ao País.

Depois de inspecionar várias regiões do País, as visitas terminaram na sexta-feira (26) e os russos retornaram a Moscou, onde devem elaborar relatório sobre a situação sanitária do rebanho do País. O embargo da Rússia à carne brasileira vigora desde 21 de setembro, quando o governo brasileiro confirmou um foco de febre aftosa, o segundo do ano, no município de Careiro da Várzea, a 26 quilômetros de Manaus.

Os governos dos dois países fecharam acordo que permitiu a entrega dos carregamentos já contratados. No último dia 16, a Rússia suspendeu parcialmente o embargo e permitiu a venda de carne de Santa Catarina. O secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, participou da reunião e disse, ao final do encontro, não há novidades em relação ao caso.

Fonte: Estadão Agronegócios (por Fabíola Salvador), adaptado por Equipe BeefPoint

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