Mercados Futuros – 12/03/08
12 de março de 2008
Indicador Esalq/BM&F boi gordo à vista x equivalente físico
14 de março de 2008

Genética: da elite para o campo

Dos 108 animais do lote vencedor do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças de 2007, abate técnico organizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), 90% pesaram entre 17 e 19 arrobas e tinham idade até 36 meses (4 dentes). No quesito gordura, 80% do lote recebeu avaliação "mediano" (a nota máxima). É em busca de um plantel homogêneo e com esse perfil - precocidade de abate, ganho de peso mais rápido e qualidade de carcaça - que cada vez mais pecuaristas brasileiros, tanto criadores de gado de elite quanto criadores de plantel comercial, investem em genética.

Investimentos em genética também são obrigatórios no gado comercial, para aumentar a precocidade do rebanho

Dos 108 animais do lote vencedor do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças de 2007, abate técnico organizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), 90% pesaram entre 17 e 19 arrobas e tinham idade até 36 meses (4 dentes). No quesito gordura, 80% do lote recebeu avaliação “mediano” (a nota máxima).

É em busca de um plantel homogêneo e com esse perfil – precocidade de abate, ganho de peso mais rápido e qualidade de carcaça – que cada vez mais pecuaristas brasileiros, tanto criadores de gado de elite quanto criadores de plantel comercial, investem em genética.

Hoje em dia, a cadeia de produção do nelore é bem definida. De um lado estão os criadores de animais de elite, um setor que já está consolidado no País. E, na outra ponta da cadeia, o criador comercial, que tem à disposição uma série de tecnologias e reprodutores ou sêmen com genética garantida para melhorar o desempenho de todo o plantel.

Média menor

Não é à toa que a média de idade de abate do nelore caiu de 50 para 30 meses. “Carne de qualidade começa com genética de qualidade. E o criador brasileiro já está consciente da necessidade de ter esse melhoramento, senão não tem lucro”, defende a presidente da ACNB, Alice Ferreira.

O rebanho de elite é o grande fornecedor de genética para o rebanho comercial, principalmente por meio da venda de touros e sêmen, destaca o assessor de Marketing Jeferson Nomelini, da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP). A associação atua na área de pesquisa e melhoramento genético das raças nelore, guzerá, brahman e tabapuã.

As pesquisas sobre nelore são feitas em parceria com a ACNB, no Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore, há 20 anos. “Trabalhamos para melhorar características como ganho de peso, fertilidade e habilidade materna. Além das características reprodutivas, como precocidade sexual dos animais e melhorias de carcaça (acabamento e rendimento de cortes nobres).”

De acordo com o assessor, atualmente a transferência de tecnologia do gado de elite para o comercial é feita, basicamente, de duas formas: inseminação artificial e venda de touros jovens, para monta natural. Um dos resultados do programa mostra que o peso do animal na hora do abate aumentou 6,37 quilos/animal entre 1999 e 2005. “A cada ano, os animais ficam 1,1% mais pesados.”

O criador associado ao programa, explica Nomelini, faz, quatro vezes por ano, a pesagem e aferição do perímetro escrotal (para verificar a fertilidade do animal) nos animais até 18 meses de idade. ´Depois, enviam os dados para ANCP, que faz a avaliação genética.´ Todos os resultados dos programas de melhoramento genético da ANCP são publicados em sumário. A edição 2008 do sumário Nelore Brasil será lançada no dia 25 de abril, em Ribeirão Preto (SP).

Fonte: jornal O Estado de São Paulo / Agrícola / Seção Nelore

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