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Genética: mercado externo em expansão

O país ainda tem muito potencial a ser explorado na exportação de animais vivos e material genético. Conforme levantamento do consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics (BCG), no ano passado o País exportou 246.176 bois para abate e para melhoria genética de rebanhos. Em 2005, foram vendidos 113.205 animais. Tirando o que foi embarcado para o Líbano - o maior comprador -, o restante são animais destinados para reprodução. Os principais destinos foram, além do Líbano, a Costa do Marfim, o Paraguai e o Senegal. Este ano, até maio, já foram vendidos 87.176 bois, para o Líbano e Senegal.

O país ainda tem muito potencial a ser explorado na exportação de animais vivos e material genético. Conforme levantamento do consórcio de exportação Brazilian Cattle Genetics (BCG), no ano passado o País exportou 246.176 bois para abate e para melhoria genética de rebanhos. Em 2005, foram vendidos 113.205 animais. Tirando o que foi embarcado para o Líbano – o maior comprador -, o restante são animais destinados para reprodução. Os principais destinos foram, além do Líbano, a Costa do Marfim, o Paraguai e o Senegal. Este ano, até maio, já foram vendidos 87.176 bois, para o Líbano e Senegal.

Segundo o gerente-executivo do BCG, Gerson Simão, este ano a previsão é exportar mais de 130 mil doses de sêmen. “No ano passado, foram exportadas 123 mil doses, um volume recorde.” Este ano, até agosto, já foram comercializadas 99.204 doses de sêmen. Entre os principais compradores, Simão destaca Colômbia, Paraguai e Venezuela.

O consultor internacional de Vendas da Lagoa da Serra, Maurício José de Lima, diz que o mercado externo de sêmen bovino tem enorme potencial. “Para gado de corte, o nelore é um fenômeno, em termos de adaptabilidade, fertilidade e rusticidade”, diz Lima. A Lagoa comercializa 1,6 milhão de doses de sêmen por ano, mas, deste total, as exportações ainda representam menos de 5%. A genética para gado leiteiro representa 60% do mercado, enquanto a voltada para gado de corte equivale a 40%. Segundo Lima, o Paraguai é maior comprador de genética nelore.

As exportações de embriões ainda estão começando. Este ano, segundo Simão, serão enviados os primeiros lotes. “Já tivemos a experiência de exportar embrião para o Canadá, mas foi em caráter experimental.”

Custos

O pecuarista Luiz Humberto di Martino Borges, diretor-superintendente da Fazenda Nova Índia, de Uberaba (MG), diz que o País deve aproveitar o potencial de exportação de material genético. “Exportar animal vivo é muito caro e há um série de restrições sanitárias. O Brasil até tem como cumprir o protocolo sanitário dos países compradores, mas, para o criador, às vezes, não é viável economicamente”, afirma Borges. A Nova Índia possui 740 cabeças de gado nelore.

Hoje, a Nova Índia exporta embriões e sêmen. A última venda foi de 80 embriões de nelore para a Venezuela. “Vender material genético é mais viável e seguro.”

Exportação depende de protocolo

Um indicador de que o mercado externo para material genético é promissor é o fato de comitivas estrangeiras virem ao País durante o ano inteiro. “Não só durante grandes mostras de gado. Recebemos grupos de vários países, principalmente colombianos, venezuelanos e mexicanos”, conta o gerente-executivo do projeto Brazilian Cattle Genetics, Gerson Simão.
Ele diz que o principal atrativo dos animais, além da rusticidade, é a eficiência na produção de carne em clima tropical. “Neste quesito, o gado zebuíno é imbatível”, afirma Simão. A primeira viagem feita pelo BCG foi em setembro de 2003. Até agora, o projeto soma 32 feiras, 5 missões comerciais em 16 países e 18 associados.

Este ano, a meta do projeto é exportar US$ 28 milhões, incluindo animais vivos, material genético e produtos veterinários. Em 2006, as empresas associadas ao projeto exportaram US$ 26,5 milhões.

Para poder exportar, é preciso obedecer ao protocolo sanitário de cada importador. “Esse protocolo inclui todas as exigências em relação ao material a ser exportado.” Segundo Simão, respeitado o protocolo, o País tem todas as condições de logística para efetuar a entrega. “Temos o quarentenário, o transporte até o porto e centrais certificadas pelo Ministério da Agricultura.” As exigências dos países para importar sêmen, embriões, produtos veterinários e sementes para pastagem são menos restritivas do que as relacionadas a animais vivos, diz Simão.

Febre aftosa

A condição ideal para exportar animais vivos é ter status livre de febre aftosa, sem vacinação. No Brasil, porém, ainda se vacina o gado. “Muitos animais para melhoramento genético deixam de ser exportados por causa disso. Estados Unidos e México, por exemplo, impõem restrições por causa do status do País em relação à aftosa”, afirma. “Exportar produto vivo é mais complicado.”

Os principais mercados para animais vivos são Venezuela e países africanos, como Angola e Senegal. Para sêmen e embriões, os mercados mais receptivos são Mercosul, Bolívia, Colômbia e Equador. “Estamos agora tentando entrar no mercado panamenho.”

Representatividade

O diretor da trading especializada em exportação e importação de gado vivo e material genético Agroexport, Alexandre de Castro Cunha Carvalho, diz que, este ano, a expectativa da empresa é exportar cerca de 50 mil animais, para cria e abate. Deste total, a raça nelore deve responder por 80% dos negócios, dada a representatividade da raça no Brasil. “São embarcadas em torno de 9 mil cabeças de nelore/mês, para abate”, calcula. Segundo Carvalho, os pontos positivos da raça são a rusticidade, a precocidade e a boa adaptação a outros países de clima tropical. “Temos mercado no Senegal, na Costa do Marfim, em Angola e na Venezuela. A África Tropical tem enorme potencial”, diz Carvalho.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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