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Genética também no boi de corte

Formar um plantel com animais precoces, ganho de peso rápido e qualidade de carcaça é o objetivo de qualquer pecuarista, principalmente dos criadores comerciais. Mas para conseguir tudo isso é essencial investir em genética.

Pecuarista pode ter acesso a um gado mais produtivo e precoce por meio dos programas de melhoramento

Formar um plantel com animais precoces, ganho de peso rápido e qualidade de carcaça é o objetivo de qualquer pecuarista, principalmente dos criadores comerciais. Mas para conseguir tudo isso é essencial investir em genética.

“O pecuarista tem de entender que é preciso utilizar animais geneticamente superiores em toda a cadeia, não apenas nas criações de elite”, diz o professor José Bento Sterman Ferraz, da USP Pirassununga. “Não tem sentido fazer seleção em bovinos de corte se o melhoramento não chegar ao rebanho comercial.”

O primeiro passo para o pecuarista que quer começar a melhorar seu rebanho é procurar um programa de melhoramento genético. Há várias opções no País, para as raças de corte. Segundo Ferraz, para a raça nelore há pelo menos oito bons programas de seleção. “Genética não é um custo, é um investimento, porque continuará no plantel.”

Conteúdo e embalagem

Os programas de melhoramento genético avaliam a aptidão dos animais e estimam a capacidade desses animais repassarem a genética para seus filhos, a chamada diferença esperada de progênie (DEP). “Para vender touros, é preciso preocupar-se mais com o conteúdo do que com a embalagem”, diz o criador de nelore-mocho Carlos Viacava. O conteúdo é a avaliação genética, que permite que o pecuarista tenha mais informações sobre o que está comprando.

Um dos programas disponíveis é o Nelore Brasil, da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP). O programa, que está completando 20 anos, avalia mais de 300 rebanhos associados e cerca de 1,2 milhão de animais. Nas últimas décadas, para se ter idéia, a idade média de abate do nelore caiu de 50 para 30 meses. Outro resultado mostra que a cada ano os animais ficam 1,1% mais pesados.

Antes de investir, porém, o pecuarista precisa ter em mente quais as suas necessidades. Se for uma fazenda que faz todo o ciclo, da cria até a engorda, além de comprar bezerros precoces, pesados e com bom rendimento de carcaça e acabamento de gordura, é preciso comprar fêmeas melhoradas. “Melhorar a habilidade materna significa obter vacas que produzem mais leite e, conseqüentemente, bezerros mais pesados no desmame”, diz a zootecnista Roberta Gestal da Siqueira, responsável pelo departamento de Transferência Tecnológica da ANCP.

Outro ponto a ser analisado em relação às fêmeas é a precocidade sexual. “Queremos obter fêmeas parindo com 30 meses”, diz Roberta. Hoje, a média é de 37 meses para as fêmeas do programa Nelore Brasil e 48 meses em rebanhos com animais não melhorados.

Uma novidade do programa é o uso do ultra-som, que vem sendo feito, há três anos, em animais entre 15 e 20 meses. “Medimos a espessura da gordura de cobertura na região lombar (contra-filé). Quanto maior for a área do contra-filé, maior a quantidade de músculo distribuída no corpo, portanto, maior rendimento de carcaça e melhor o acabamento de gordura.”

A novidade estará no sumário da ANCP deste ano, que será lançado no dia 25, em Ribeirão Preto (SP).

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

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