A Genial Investimentos lançou o primeiro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) focado em obter ganhos com a valorização da arroba do boi (Fiagro). A intenção é captar até R$ 50 milhões, em oferta pode se estender até maio de 2024.
O valor unitário da cota do chamado Fundo Genial Agro Boi Brasil é de R$ 1 mil e é destinada a investidores profissionais, com prazo de três anos.
“O agronegócio já representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, mas ainda é um segmento bastante afastado das soluções financeiras disponíveis no mercado. Queremos unir a sofisticação financeira da Faria Lima ao produtor”, diz Rodolfo Riechert, CEO da Genial Investimentos, em nota.
A Genial é especializada em oferecer hedge aos produtores de milho e de boi gordo. “Queremos nos aproximar dos grandes produtores rurais, empresários, poupadores da região e oferecer o que um banco comercial não consegue oferecer: a solução financeira se adaptar ao cliente, e não o contrário”, complementa o executivo.
Os recursos captados pelo fundo serão aportados em produtores rurais do Grupo Nova Fronteira, que está em atividade desde 1985 e fornece animais para empresas como JBS e Minerva Foods. As fazendas da empresa, localizadas no Mato Grosso, abatem mais de 40 mil cabeças de gado por ano, sendo que 21 mil hectares estão direcionados para a pecuária.
Entenda a tese
Para fomentar o funding aos pecuaristas, os recursos aportados no Genial Agro Boi Brasil serão utilizados para a aquisição de cédulas de produto rural financeira (CPR-F) destes produtores parceiros com a garantia de alienação fiduciária do gado. Trimestralmente, a multinacional Control Union fará o monitoramento dos animais e, semestralmente, o produtor rural paga juros equivalentes a 1% ao mês – esse recurso será utilizado para distribuir rendimentos aos cotistas.
Conforme cronograma da CPR-F, o produtor realiza a programação da venda dos bois e efetua a amortização do título, com base na cotação atualizada do Preço do Boi Gordo Esalq do dia anterior ao pagamento – considerando a média das últimas cinco cotações.
“Em termos práticos, o produtor acessa um crédito de longo prazo para financiar a criação do gado e pagará esses valores reajustados ao longo dos próximos três anos. Enquanto o pecuarista passa a contar com uma solução inovadora para financiar sua produção, o investidor encontra uma oportunidade de retornos financeiros dentro do setor que movimenta a economia nacional e que deve crescer ainda mais nos próximos anos”, afirma Riechert.
Fonte: Globo Rural.