Sete gestoras de recursos europeias estão pressionando empresas do agronegócio que atuam no Brasil e nas quais têm capital, inclusive com ameaças de desinvestimento, por causa do desmatamento da Amazônia, segundo a agência Reuters.
A pressão vem das investidoras nórdicas Storebrand, AP7, KLP, DNB Asset Management, Robeco, Nordea Asset Management e da britânica LGIM, que juntas têm 5 bilhões de dólares em investimentos no Brasil.
O fundo de pensão da Noruega KLP disse à Reuters que pode desinvestir das tradings americanas Archer Daniels Midland (ADM), Bunge e Cargill “ainda neste ano” caso uma análise sobre as políticas ambientais dê negativo.
A empresa de seguros e pensões Storebrand, da Noruega, e o maior fundo de pensões da Suécia, AP7, também disseram à agência que podem desinvestir na ADM e na Bunge se elas não adotarem medidas apropriadas para combater o desmatamento.
A DNB Asset Management, da Noruega, também disse que os fundos de índice que administra, que incluem aportes na Bunge, podem excluir empresas que não cumprem com padrões de sustentabilidade.
A gestora britânica LGIM disse que pode adotar sanções ou “desinvestimentos direcionanados” contra JBS, Minerva e Marfrig caso elas não adotem “metas climáticas robustas e políticas de uso de terras”.
O braço de gerenciamento de ativos do Nordea, um dos maiores bancos dos países nórdicos, disse, por sua vez, que pode vender os títulos do governo brasileiro que tem em mãos, enquanto a gestora holandesa Robeco disse que pode reduzir sua exposição ao Brasil, de forma genérica, se a situação ambiental do país piorar.
Segundo a Reuters, algumas dessas investidoras citaram como preocupação o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, em que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu “passar a boiada” na flexibilização das regras ambientais enquanto a imprensa estava ocupada com a cobertura da pandemia.
Fonte: Valor Econômico.