Gigantes do agronegócio anunciam compromisso em prol da biodiversidade

Um grupo de 19 multinacionais com atuação no agronegócio, que faturam conjuntamente US$ 500 bilhões, junto com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) anunciaram nesta segunda-feira (23), em paralelo à Cúpula do Clima da ONU, a criação da coalizão “One Planet Business for Biodiversity” (OP2B) que visa “ações tangíveis” para proteger a biodiversidade e os sistemas agrícolas.

A ação cita o dado de um relatório de março da Agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), segundo o qual das 6 mil plantas cultivadas para alimentos, apenas nove representam 66% de toda a produção agrícola global. O relatório também informou, na época, que 26% das 7.745 raças de animais domesticados estão em extinção, e 67% não puderam ter o risco avaliado.

Entre as companhias signatárias do OP2B estão a suíça de alimentos Nestlé, a suíça de chocolates Barry Callebaut, a holandesa de biotecnologia DSM, o grupo brasileiro Balbo, de açúcar orgânico, a norueguesa de fertilizantes Yara, a holandesa Jacobs Douwe Egberts (JDE e, a anglo-holandesa Unilever, entre outras.

Saúde dos solos

As ações estarão focadas em aumentar as práticas de agricultura regenerativa para proteger a saúde dos solos, em desenvolver portfólio de produtos para incentivar o cultivo de biodiversidade e aumentar a resiliência dos modelos agrícolas e alimentares, e em eliminar o desmatamento, através do fortalecimento da gestão, restauração e proteção de ecossistemas de “alto valor natural”.

Em um calendário de ações, o grupo prevê desenvolver, até junho de 2020, um compêndio de soluções “sistêmicas, significativas e mensuráveis” que as companhias signatárias possam adotar em suas cadeias de suprimentos. Até outubro de 2020, essas companhias se propuseram a divulgar compromissos “ambiciosos, com prazos adequados e mensuráveis” durante a Convenção sobre Diversidade Biológica de 2020.

A Barry Callebaut aproveitou a ocasião para anunciar também compromissos para tirar 500 mil agricultores da pobreza até 2025 e se tornar positiva em carbono e florestas até 2025. A ação de combate à pobreza, segundo a companhia, prevê o apoio de soluções “customizadas” para os agricultores.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

Mapa lança nova página do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros
24 de setembro de 2019
Demanda da China por carne impulsiona preços em todo o mundo
24 de setembro de 2019