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GO, MG e MT devem abastecer demanda por carnes

O embargo a Mato Grosso do Sul e São Paulo, responsáveis por quase 70% das exportações de carne bovina brasileira, deverá favorecer pecuaristas de estados que têm frigoríficos exportadores.

“Grandes produtores terão de absorver o que iria para as exportações”, diz José Vicente Ferraz, do Instituto FNP. Segundo levantamento da consultoria, Minas Gerais fechou a semana com a arroba do boi comercializada a R$ 55.

O analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, diz que, se São Paulo continuar impedido de vender para a União Européia, os estados de Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, que possuem plantas habilitadas para a exportação e estão próximos ao Porto de Santos (SP), terão de suprir essa demanda. Grandes frigoríficos exportadores como Friboi e Bertin, já anunciaram o redirecionamento de sua produção.

Por outro lado, se a restrição comercial a São Paulo for retirada, esses estados, além da Bahia e Tocantins, precisarão mandar gado em pé para as indústrias paulistas, que se abasteciam de animais de Mato Grosso do Sul. “Certamente não conseguiremos atender à demanda”, acredita o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Tocantins, Renato Costa.

Vacinação

Entre os fortes candidatos a suprir a demanda das exportações brasileiras, Goiás e Mato Grosso têm investido pesado no combate à febre aftosa. Pequenos produtores recebem vacina da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). “Não podemos deixar brechas”, argumenta o presidente da Faeg, Macel Caixeta.

Em Mato Grosso do Sul, foram aplicados, neste ano, R$ 32 milhões em defesa sanitária, mais do que o total investido pelo governo federal em todo o país. Este ano, o estado não recebeu nenhum recurso do Mapa. Para conter a doença, o estado investe também no controle com a fronteira com a Bolívia, fornecendo vacinas e capacitando técnicos locais.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Neila Baldi), adaptado por Equipe BeefPoint

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  1. Antonio Tadeu de Andrade disse:

    Apesar da febre aftosa causar enormes entraves às exportações brasileiras de carne bovina, esses focos isolados, não podem por em risco todos os pecuaristas brasileiros honestos e responsáveis, que com responsabilidade, cumprem religiosamente o protocolo do controle sanitário do rebanho, produzindo carne de qualidade e segura.

    Isto é um absurdo, pois por irresponsabilidade de maus produtores ou até mesmo por pirataria, milhares de inocentes pagar por dois ou quatro pecadores.

    A meu ver, a polícia federal deveria entrar em ação identificar os responsáveis e puni-los com os rigores da lei, pois só assim é que esses maus produtores ou contraventores (no caso de estarem contrabandeando gado do Paraguai) iriam pensar varias vezes antes de causar essas devassas aos produtores honestos e cumpridores da lei, aos frigoríficos, aos municípios, estados e ao País, frente os olhos do mundo, denegrindo o produto do maior exportador de carne do planeta, o nosso tão querido Brasil.

    Outro ponto importante a levar em consideração é a enorme distância entre esses focos e as praças afetadas, como é o caso do embargo a São Paulo. Um raio de uns 350 km é distância mais que suficiente para controlar o foco da doença.

    Agora é hora de toda a comunidade agropecuária, entrar em ação, pedir a punição dos culpados e exigir dos governos estadual e federal as explicações para tais casos. Isto não pode acontecer mais.

    É uma vergonha. Maus produtores não podem pôr em risco toda a cadeia produtiva da carne bovina brasileira, principalmente neste mundo do agronegócio tão competitivo nos dias atuais.