O dia 25 de novembro de 2003 entrou para a história da economia goiana como a data em que as exportações do Estado romperam a marca recorde de US$ 1 bilhão em um mesmo ano. A ampliação da pauta de exportações, com a consolidação de produtos como couro, frango e suínos, e a intensificação de negócios com novos países, como a China, foram determinantes para atingir o resultado.
As vendas externas de Goiás passam por um período de crescimento acelerado. Em 1999, as vendas para outros países fecharam em US$ 325,8 milhões, o que hoje representa praticamente 50% da receita apenas da soja e seus derivados.
O item carnes, segundo na lista da pauta de exportações, também se fortaleceu nos últimos anos. Se até há pouco tempo a venda externa se resumia à carne bovina, a partir de 2001, a carne de frango e de suínos passou a integrar os contêineres goianos.
Para 2003, a previsão do Sindicato das Indústrias de Carnes do Estado de Goiás (Sindicarne) é que sejam negociadas com o exterior 50 mil toneladas de carne bovina e 100 mil toneladas de frango e suínos, o que deverá representar US$ 100 milhões, cerca de 10% da exportação do Estado.
Esse acréscimo se deve, principalmente, à entrada e ampliação de algumas empresas, como a Perdigão, em Rio Verde, e de novos frigoríficos, entre eles o Estrela, em Mineiros, e o Bertin, em Mozarlândia.
Ainda relacionado à pecuária, destaca-se o investimento relacionado à industrialização do couro em Itumbiara, pela Braspelco. O couro, aliás, foi um dos produtos com um dos melhores desempenhos nas exportações nos últimos três meses. Em outubro, o couro bovino já ocupava a 6ª colocação entre os produtos goianos mais negociados com o Exterior, com uma receita acumulada no ano de US$ 14 milhões, o que representa um crescimento de quase 20% sobre o mesmo período de 2002.
Segundo o presidente do Sindicarne, José Magno Pato, o setor voltou a vender significativamente ao Exterior a partir de 1998, quando conseguiu certificado de área livre da febre aftosa com vacinação. “As negociações estavam suspensas desde de 1991”, disse.
Pato prevê ainda que as exportações do agronegócio goiano podem crescer até 20% em 2004, melhorando o resultado de US$ 1 bilhão alcançado neste ano. No entanto, o mesmo crescimento não deverá acontecer com a carne bovina. “Esperamos um incremento de 3% a 4% para a venda de carne, pois, no próximo ano, teremos uma forte concorrência da Argentina e da Austrália no mercado internacional”, comentou.
Fonte: O Popular/GO (por Leandro Resende), adaptado por Equipe BeefPoint