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Goiás perde faturamento porque não agrega valor ao couro

Com produção anual de 3,15 milhões de peças, Goiás é um dos maiores produtores de couros do País. Mas não aproveita racionalmente toda essa riqueza. A maior parte é comercializada para outros Estados e até para o exterior apenas semi-processado (tipo wet blue), o que significa pouco valor agregado. Apenas uma pequena parte passa por acabamento.

Além disso, a qualidade deixa a desejar. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Curtumes e Correlatos do Estado de Goiás (Sindicurtumes), João Essado, no momento, a entidade, em parceria com a Secretaria de Indústria e Comércio e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, está empenhada na melhoria do couro goiano, incluindo cuidados que o pecuarista deve ter no manejo do rebanho, passando pelo transporte até os locais de abate e os cuidados no frigorífico. Conforme Essado, no momento em que o couro tiver boa qualidade, o pecuarista também será beneficiado, recebendo mais pelo produto.

O presidente do Sindicurtumes diz também que a taxação do couro wet blue pelo governo federal nas exportações tem prejudicado o setor e não cumpre o objetivo de forçar a indústria nacional a investir no acabamento do produto. Segundo ele, em 2001, sem o imposto de 9%, o Brasil exportou de janeiro a abril 3,22 milhões de couros. Este ano, já com a incidência do tributo, as vendas ao mercado externo saltaram para 4,05 milhões de peças no mesmo período. Quanto ao couro salgado, de janeiro a abril de 2001, foram exportadas 61 mil peças. Neste ano as vendas subiram para 122 mil peças no mesmo período.

Para Essado, o melhor desempenho do setor coureiro goiano passa pela atração de indústrias do setor calçadista e de móveis para Goiás. Para ter idéia, este segmento absorve apenas 5% de todo o couro produzido em Goiás. Os 95% restantes saem do Estado nas formas de couro salgado, wet blue e acabado (este último em quantidades mínimas).

Números:

Goiás possui o terceiro maior rebanho do Brasil

* Produção anual de couro chega a 3,15 milhões de unidades
* Do total, apenas 5% é usado por indústrias do próprio Estado
* Faturamento anual do setor de curtumes atinge R$ 312 milhões
* Só na área de curtimento são gerados 1.760 empregos diretos
* De todo o couro goiano, 20% é comercializado salgado
* Outros 70% são vendidos na forma wet blue
* Apenas 10% recebe acabamento

Fonte: O Popular/GO, adaptado por Equipe BeefPoint

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