O ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, disse que não existem razões objetivas para uma drástica redução do abate de boi gordo em Goiás, conforme vêm denunciando as entidades representativas dos produtores.
Mesmo sem apontar manobras da indústria, Pratini de Moraes pondera que a demanda por carne no mercado interno não caiu tanto, a ponto de justificar um redimensionamento das escalas de abate dos frigoríficos, e nem existe pressão do produto importado da Argentina, como chegou a ser alardeado. “Na verdade, as importações da Argentina nesse primeiro trimestre até caíram em relação ao mesmo período do ano passado e continuam restritas a alguns cortes especiais de carne maturada e desossada”, garante.
Para o ministro o que está havendo é uma acomodação do mercado depois de importantes conquistas obtidas no ano passado e que precisam ser consolidadas. Ele acredita que, ao invés de retração do consumo, o que de fato existe é um grande aumento na produção brasileira de carne bovina, que exige da cadeia um redobrado esforço de exportação e conquista de novos mercados. “Estou recomendando que se invista firmemente na promoção de marcas de carnes, como a do novilho precoce de Goiás, a do vitelo pantaneiro do Mato Grosso do Sul e o boi verde do Triângulo Mineiro”, diz.
Mas, para tanto, o ministro acredita que não basta investir maciçamente em marketing da carne brasileira dentro e fora do País. Segundo ele, o consumidor dos países desenvolvidos é exigente, e, para conquistá-lo, é preciso investir permanentemente na qualificação do produto, observando-se com rigor, por exemplo, todos os programas de sanidade animal em curso no País. “A promoção é muito importante, mas não basta. Precisamos oferecer um produto cada vez melhor, para obter o reconhecimento internacional da carne brasileira como uma marca de qualidade”, diz.
Câmbio
Pratini afirma que a maior dificuldade para o setor, hoje, é a valorização do real, que em poucos meses passou de R$ 2,80 para R$ 2,30 por um dólar. “Isso tem um impacto enorme no comércio exterior e certamente não estava nos cenários concebidos pelos nossos frigoríficos exportadores”, diz, alegando que os insumos importados, como combustíveis, não baixaram com o dólar, pelo contrário, continuam subindo de preço abusivamente.
Segundo ele, esse sempre foi o grande calcanhar de Aquiles da agropecuária nacional: “quando a cotação do dólar sobe, os preços de todos os insumos vão junto, mas quando a moeda norte-americana desvaloriza, só o preço dos nossos produtos caem junto”. O ministro defende uma ação organizada para reivindicar que corrijam as distorções, principalmente em relação aos combustíveis, que continuam tendo os seus preços majorados.
Fonte: O Popular/GO (por Edimilson de Souza Lima), adaptado por Equipe BeefPoint