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Governo argentino propõe nova classificação de bovinos

Após 32 anos sem mudanças no sistema de tipificação da carne bovina, o Governo da Argentina tentará introduzir alterações na normativa em vigência, com o objetivo de obter um produto de maior qualidade e, por sua vez, uma maior produção no país.

Há seis meses, a Oficina Nacional de Controle Comercial Agropecuário (Oncca), dependente da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA), enviou aos criadores de raças bovinas uma proposta para incorporar mudanças na tipificação.

Em linhas gerais, a nova tipificação seria centralizada mais em critérios como a idade dos animais e não no peso, como ocorre atualmente, e no manejo da fazenda do campo ao frigorífico, entre outros aspectos. As relações músculo/osso (conformação) e músculo/gordura (terminação) se manterão como estão, mas com uma mudança na nomenclatura de classificação.

Bezerros com mais quilos

Como primeiro ponto desse conjunto de mudanças, os pecuaristas concordaram em modificar o peso para o animal médio considerado como bezerro, que passaria de 73 a 85 quilos.

Isso significaria que o produtor que antes terminava o animal com 260 quilos de peso vivo para não passar para a categoria de novilho e eventualmente conseguir um preço menor, agora poderia seguir alimentando o animal até 320/325 quilos devido ao aumento do peso do animal médio.

Vale esclarecer que, com a recente medida de proibir o abate de animais com menos de 300 quilos, o Governo argentino já alterou o peso do animal médio, que ficou em 85 quilos; daí em diante, o animal passa da categoria de bezerro para a de novilho.

Além do limite de peso para o bezerro, para o resto das categorias, como novilhos, não haveria restrições no peso, segundo concordado pelos criadores, já que para a tipificação seriam classificados pela dentição (idade) e não pelo peso, como ocorre atualmente.

Outro ponto concordado se refere a evitar que os animais cheguem aos frigoríficos com golpes. “Isso poderia degradar a categoria. Isso se faria para cuidar do manejo e da transferência da fazenda”.

Além disso, ocorreria uma mudança na palavra “Junta”, utilizada para determinar o grau de qualidade na conformação, por um sistema mais simples de letras, de A a F. Os criadores também manterão seu foco em aspectos como maturação e palatabilidade, que compreende maciez, sabor e suculência. No entanto, o grau de terminação continuará com a classificação atual (0,1,2,3,4), segundo a cobertura de gordura do animal.

Um ponto que até agora não foi incluído no debate sobre a tipificação é a referência à qualidade segundo cada raça, o que ainda sofre muita resistência pelos criadores que não criam Angus nem Hereford. “Isso não estará em uma primeira etapa, mas sim na tipificação final, porque trata-se de algo fundamental para a qualidade”, disse o representante da Hereford, Ignacio Harries.

Fonte: La Nación (por Fernando Bertello), adaptado por Equipe BeefPoint

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