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Governo da Argentina diz que controlará os aumentos do preço da carne

Após perceber o impacto que o mais recente aumento do preço da carne terá nos bolsos e no humor dos argentinos, o Governo da Argentina disse terça-feira que poderá tomar medidas para “corrigir” a situação. Os aumentos, que vão de 10 a 20%, já chegaram à maior parte dos açougues e estão sendo notados gradualmente nos supermercados.

O chefe do Gabinete, Alfredo Atanasof, culpou a forte alta dos preços do gado bovino devido à reativação da indústria frigorífica exportadora após a crise da febre aftosa pelo aumento dos preços da carne. “A Argentina está tendo um crescimento muito grande nas exportações de carne, e isso é bom. Mas se isto fizer aumentar os preços internos, então já não é tão bom, e serão tomadas medidas que sejam adequadas para corrigir esta situação”.

Para tomar uma decisão, Atanasof solicitou à Secretaria da Agricultura um informe sobre a situação do setor. O documento, que estava sendo redigido terça-feira à noite, repetia um diagnóstico conhecido: no Mercado de Liniers, o valor do gado bovino aumentou quase 30% desde segunda-feira passada e nada menos que 170% desde janeiro; no começo desta semana, o preço passou de 1,70 (US$ 0,45) para 1,728 (US$ 0,46) o quilo vivo. A conclusão foi que seria impossível que grande parte deste aumento não se transferisse ao consumidor.

Na realidade, o aumento do preço do gado bovino não gerou impacto linearmente nos produtos do varejo. Segundo o Instituto Nacional de Estatística da Argentina (INDEC), antes dos aumentos desta semana a carne tinha sofrido uma inflação de 34%, até junho.

O Governo argentino, todavia, não sabia ainda que medida poderia ser tomada para deter este aumento, ainda que fontes especulavam um possível aumento das retenções, que atualmente são de 5%. A Associação da Indústria de Carnes criticou esta alternativa. Além disso, os exportadores negaram ser os culpados. “O aumento obedece, sobretudo, à redução da oferta de gado”.

Além da reativação da exportação, há uma série de fatores que provocaram esta situação atípica. “Faltam animais terminados. Este foi um inverno duro e a produção está bastante fraca”, disse o consignatário, Ignacio Gómez Alzaga. Para este especialista, os altos preços do gado poderiam se manter em níveis similares aos atuais até a primavera.

Em Liniers, onde os preços na terça-feira se mantiveram calmos logo após oito dias de aumento, os analistas aguardam uma certa re-acomodação. No entanto, eles afirmam que o novilho terá, durante um tempo, um piso entre 1,70 e 2 pesos (US$ 0,53) por quilo vivo. Para os comércios, isso significa pagar mais de quatro pesos (US$ 1,07) em média por quilo vivo.

“Desde a década de oitenta não se registrava um aumento tão forte. Será impossível para nossa empresa absorver, mas a alteração dos preços ao consumidor será gradual. Esta semana isso será pouco sentido, mas será notado na próxima semana”, informou uma das principais redes de hipermercados da Argentina.

Uma possível intervenção no mercado de carnes foi criticada pelas entidades rurais, que lembraram que outros produtos subiram tanto quanto ou mais que a carne desde a desvalorização, sem que o Governo tenha feito nada para deter o aumento.

Fonte: El Clarín, adaptado por Equipe BeefPoint

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