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Governo da Argentina pode mudar impostos de exportação, visando reconquistar fatia do mercado perdida para outros países

Depois da derrota nas eleições legislativas, o Governo da Argentina prepara medidas para a indústria frigorífica exportadora, que poderiam influenciar favoravelmente na atividade pecuária em geral. Essa medida seria anunciada nos próximos dias. A rigor, na última sexta-feira, na reunião de exportadores de carnes e operadores do negócio, o secretario de Comércio Interior, Guillermo Moreno, deu pistas nesse sentido.

Depois da derrota nas eleições legislativas, o Governo da Argentina prepara medidas para a indústria frigorífica exportadora, que poderiam influenciar favoravelmente na atividade pecuária em geral. Essa medida seria anunciada nos próximos dias.  Na reunião de exportadores de carnes e operadores do negócio, o secretário de comércio interior, Guillermo Moreno, deu pistas nesse sentido.

Uma das medidas que está sendo analisada é uma redução dos impostos. A ideia é que alcance todos os produtos de carne de exportação, que hoje têm um imposto de 15%. Algumas fontes dizem que se reduziriam a 5%. Também estaria sendo avaliado algum estímulo no lado das restituições às exportações.

No ano passado, as exportações do setor representaram US$ 1,19 bilhão, com US$ 180 milhões retidos pelo Estado.

Em abril de 2012, o Governo argentino fez uma alteração nos impostos de exportação somente para os produtos processados, que são elaborados por animais que chegaram ao final de seu ciclo produtivo. Nesse momento, foi reduzido de 15% a 5% para evitar o fechamento de uma planta que o grupo brasileiro, JBS Swift, referência em carne processada, tinha em Venado Tuerto.

No entanto, a medida não freou o fechamento. Essa planta passou, então, a engrossar a lista de 128 estabelecimentos que deixaram de operar na Argentina devido à crise gerada pela intervenção oficial no mercado.

A intervenção do Governo no setor destruiu a atividade exportadora: em 2005, a Argentina foi o terceiro exportador de carne do mundo, com 771.000 toneladas. Em 2012, com 183.000 toneladas, caiu ao posto de número 11. O negócio caiu em 75%.

Quando em abril de 2012 os impostos sobre carne processada caíram, as indústrias tinham a promessa de Moreno de que, no segundo semestre do ano, haveria a redução dos impostos para o restante dos produtos. No entanto, esse compromisso não se concretizou.

Agora, o governo parece retomar a iniciativa, após o fracasso nas eleições, em que também perdeu nas zonas rurais. Segundo o informado, Moreno admitiu que o preço dos animais aos produtores deve melhorar, para que não complique outros produtos substitutos, como frango e suínos. De acordo com os produtores, os valores dos bovinos têm tido uma variação significativa nos últimos dois anos e meio, enquanto os custos não deixaram de subir mais de 20% por ano.

“A carne está barata com relação ao frango e a carne suína e pode afetar esses produtos. Por isso, é necessário ajudar as exportações”, segundo o diagnóstico do funcionário.

Nesse contexto, o Governo teme que se inicie, para alguns especialistas, já é um fato um novo ciclo de liquidação do rebanho, após terem perdido 12 milhões de cabeças. A alta participação das fêmeas nos abates totais, com 43%, está em um nível crítico, que acendeu luzes de alerta.

Para a indústria, a redução dos impostos poderia ser um alívio. Além dos impostos, o setor foi afetado pelo atraso cambiário.

Pela perda de competitividade e os controles sobre as exportações, foi ficando cada vez mais carne no mercado interno. Entre janeiro e setembro desse ano, o mercado interno consumiu 92,7% da produção total de carne bovina e somente exportou 7,3%, segundo dados da Câmara da Indústria e Comércio de Carnes (Ciccra).

Uma tímida melhora nas vendas ao exterior de carne bovina (sem contar miúdos e vísceras) ocorreu entre abril e agosto desse ano, já que, com 60.279 toneladas, houve alta de 27,1% com relação ao mesmo período de 2012.

Com mais de 15.000 postos de trabalho perdidos nos frigoríficos pela crise no setor, quem também pediu a Moreno que revisse os impostos foi o secretário geral da Federação dos Funcionários da Indústria de Carnes, José Fantini. O sindicalista disse que a questão dos impostos “é uma dúvida pendente” do Governo e lembrou que “a presidenta se comprometeu comigo há um ano e meio” a abordá-las.

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Fonte: Jornal La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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