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Governo Lula investe 19% do orçado para Defesa

Na contramão do crescimento das exportações de carnes brasileiras, o governo tem investido cada vez menos na Defesa Animal nos últimos cinco anos. Em particular, o Governo Lula tem investido 46% abaixo do orçado para o setor, contra 23% menos do que o previsto, no governo anterior. Neste ano foram 81% a menos que o orçado, conforme dados da Secretaria de Defesa Animal (SDA) do Ministério da Agricultura.

“Estamos negociando intensamente com o Ministério da Fazenda o descontigenciamento das verbas da Defesa Sanitária”, tem afirmado o Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues em várias ocasiões desde janeiro deste ano.

Apesar dos esforços e interesse do Ministro em liberar os investimentos da Defesa Animal, as verbas previstas ano após ano nunca são aplicadas na íntegra.

Em cinco anos, entre 2000 e 2005, a previsão no orçamento da SDA foi de R$ 740,9 milhões, mas o investido ao longo do período foi de apenas R$ 484,75 milhões ou 34,57% a menos da verba empenhada para serem aplicados em tudo que diz respeito à Defesa Animal. Lembrando que estamos a apenas duas semanas da chegada da missão da União Européia para avaliar o sistema brasileiro de rastreabilidade.

“O fato de você não investir em sanidade é um tiro no pé. É o mínimo de obrigação que o governo tem de fazer para colocarmos o produto no mercado. Não tenho palavras para descrever isso. O governo que arque com as conseqüências caso surja um único problema de febre aftosa”, indigna-se Alessandro de Caprio, diretor do Núcleo de Zootecnia.

Em 2005, a situação está ainda mais grave porque dos R$ 169 milhões previstos no orçamento da União para serem destinados para a Defesa Sanitária, até a semana passada foram aplicados apenas R$ 31,950 milhões neste setor, ou seja 81% menos do que o previsto.

Se comparados os valores das exportações brasileiras sobre o que se deveria investir em Sanidade Animal, os números são irrisórios. É falar de faturamento no complexo carnes de US$ 6,5 bilhões para investimentos ao redor de R$ 170 milhões. Com foco apenas para carne bovina, as exportações previstas para 2005 são de US$ 3 bilhões.

“A nossa barreira lá fora é sanitária e não alfandegária. Essa falta de investimentos básicos prejudica a expansão do setor”, informou José Luiz Vianna, diretor de negócios internacionais do frigorífico Quatro Marcos.

Pela primeira vez na história, um país deve exportar mais de 2 milhões de toneladas equivalente carcaça. Este desempenho se concentra em exportações de carne bovina “in natura” que neste ano deve corresponder a um volume exportado superior a 1,5 milhão de toneladas equivalente carcaça.

“Cortar recursos da pasta do setor que vem garantindo ótimos resultados para a balança comercial é uma ameaça às contas do País. O ministro Roberto Rodrigues tem demonstrado forte empenho a fim de retomar as verbas, mas encontra resistência de outras alas do governo”, informou Cesário Ramalho, pecuarista e vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira.

O complexo carnes deverá exportar em 2005 um total de 5,173 milhões de toneladas com expectativa de faturar US$ 6,5 bilhões, conforme estimativas do Instituto FNP. Número que cresce a impressionantes taxas de 30% ao ano.

Verba da Secretaria de Defesa Animal do Ministério da Agricultura Orçada e Aplicada


Fonte: Enfoque Sistemas (por Arnaldo de Sousa), adaptado por Equipe BeefPoint

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  1. Roberto R.Barcellos disse:

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