O processo de seleção dos diretores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), baseado em critérios técnicos de recrutamento, será extinto por intervenção direta da presidente Dilma Rousseff. E o mandato de três anos garantido aos diretores da estatal valerá somente para os atuais executivos recém-confirmados no cargo.
O processo de seleção dos diretores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), baseado em critérios técnicos de recrutamento, será extinto por intervenção direta da presidente Dilma Rousseff. E o mandato de três anos garantido aos diretores da estatal valerá somente para os atuais executivos recém-confirmados no cargo.
Em meio à disputa de grupos internos pelo comando da principal instituição de pesquisa rural do país, o Palácio do Planalto interveio na condução da empresa para “adequar” a estratégia às suas prioridades. Em sua análise, a presidente identificou uma “excessiva autonomia” da atual direção, a necessidade de rever planos para o orçamento de R$ 1,8 bilhão em 2011 e o desejo de “ajustar” o foco da empresa.
A Embrapa tem papel fundamental no monitoramento por satélite das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no sucesso da transferência de tecnologia a países da África, continente onde o Brasil disputa influência com a China.
Na teoria, a seleção faria “blindagem” contra ingerências políticas na empresa. Mas estimulou as disputas. As brigas internas renasceram sob o comando do atual presidente Pedro Arraes. O grupo de “fundadores” da empresa se indispôs com sindicato dos trabalhadores. A bancada do PT passou a reivindicar mais espaço e a reclamar da forte influência dos ruralistas nos rumos da empresa. Como pano de fundo, estavam divergências sobre parcerias com multinacionais do agronegócio, tratamento desigual à agricultura familiar e abordagem das questões ambientais da Embrapa.
Insatisfeita com a conflagração, a presidente Dilma Rousseff resolveu ter mais controle sobre os destinos da Embrapa. A Casa Civil ordenou ao Conselho de Administração (Consad) da empresa o fim do “comitê de busca” dos diretores. E avisou que os novos indicados poderão ser substituídos. O próprio Pedro Arraes, no comando desde julho de 2009, está sob ataques. No ato de nomeação de Arraes, não constou a “garantia” do mandato de três anos como no caso dos novos diretores, todos pesquisadores concursados, que devem permanecer até abril de 2014.
O sindicato dos trabalhadores (Sinpaf) comemorou a decisão: “O estatuto não prevê comitê nem dá poderes ao Consad para isso”, disse Vicente Soares de Almeida. Para ele, o comitê não “blindou” a empresa de indicações políticas. “Veio goela abaixo depois que Pedro Arraes assumiu e quis fazer o mesmo com seus diretores. Não teve transparência. Não se sabe pontuação para critérios, etapas do processo nem teve espaço para questionamentos”.
A reportagem é de Mauro Zanatta, para o jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.
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A ingerência do governo numa area essencialmente tecnica,com certeza trará problemas,o que é um grande perda pois a Embrapa tem siso um marco de pesquisa e desenvolvimentono Brasil.É uma pena.
Nosso governo começa a por suas manguinhas de fora, em todas as empresas do governo se fosse algo sério, deveria ser somente supervisionada pelo mesmo, e não colocado seus diretores por indicações políticas, pois ali é que as influencias são mais escandalosas e os interesses de partidos mais acirados, uma vez que quando um cacique fica desgostoso funda seu próprio partido para poder comandar e disputar cargos no governo, uma vergonha.
se a embrapa entrar nessa de politicagem , babau embrapa, ficara totalmente desacreditaDA. VAMOS COM NOSSO ARROZ COM FEIJÃO GENTE.
Na EMBRAPA temos o Brasil que da certo,na política ao contrario,o atraso total.
Que tenhamos a luz como vencedora dessa ridicula querela, entre política, sindicatos e a ciencia.