BM&F: outubro acumula alta de R$ 2,70 na semana
9 de março de 2006
Bunge lança farelo de algodão de alta energia
13 de março de 2006

Governo prepara nova normativa para Sisbov

A necessidade de atender às exigências impostas pela União Européia para importação da carne bovina brasileira levou o governo federal a aprimorar os processos de rastreabilidade e de certificação existentes no País. O governo criou uma nova normativa, com regras e procedimentos que devem mudar o cenário das empresas certificadoras brasileiras, um setor que gira cerca de R$ 20 milhões por ano.

Uma reunião entre certificadoras e o comitê técnico consultivo do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina estava marcada para hoje, mas foi adiada, sem data certa para ocorrer, segundo informações do Ministério da Agricultura.

A nova normativa irá mais que dobrar o custo da rastreabilidade para o pecuarista, informa o presidente da Associação das Empresas de Rastreabilidade e Certificação Agropecuária (Acerta) e diretor da certificadora Planejar, Luciano Médici Antunes. Segundo ele, a nova normativa tem muitos pontos positivos, mas apresenta muitas lacunas que o governo não está discutindo.

Pela nova normativa, todo o processo de rastreabilidade passa a ser executado não mais pelas certificadoras, mas pelos órgãos estaduais ligados ao sistema de defesa sanitária governamental. “As certificadoras vão ficar apenas com o papel de realizar auditorias nas fazendas duas vezes por ano”, diz Antunes.

Para realizar as auditorias de acordo com a nova normativa, o perfil das certificadoras irá mudar e novos investimentos em treinamento terão de ser realizados. “O custo vai aumentar para o pecuarista, porque o trabalho que antes era feito por apenas uma empresa agora será feito por duas”, diz.

Antunes explica que estes órgãos não estão totalmente preparados nem equipados para realizar a rastreabilidade. “A normativa também não esclarece de onde virão os recursos para equipar estes órgãos e nem como será feita esta transição, com a passagem das funções das certificadoras para o governo”, diz.

O diretor substituto do grupo de defesa sanitária animal da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, Cláudio Alvarenga de Mello, explica que o sistema utilizado para fazer a rastreabilidade deverá ser o que hoje é usado para emitir as Guias de Trânsito Animal, documento onde são registradas todas as movimentações de animais com identificação de origem e destino. “Em um primeiro momento, temos condições de fazer a rastreabilidade de animais voltados para o mercado internacional, mas um volume maior de animais fica impossível”, diz.

A normativa traz também alguns pontos positivos para o mercado. Segundo José Amaral Wagner Neto, diretor da certificadora OIA Brasil, a normativa vai padronizar procedimentos que antes eram muito diferenciados.

Entretanto, as novas regras ainda não definiram como será a identificação individual do animal, já que o documento existente anteriormente, conhecido como DIA, foi extinto.

Além disso cada propriedade poderá fazer a certificação com apenas uma certificadora. Segundo Antunes, da Acerta, esta medida pode fazer com que o número de certificadoras existentes hoje, em torno de 65, diminua de forma expressiva.

A matéria é de Eduardo Magossi, para o jornal Estado de S. Paulo.

0 Comments

  1. Juliana Fidalgo Gutierrez disse:

    Gostaria de saber como foi discutido isso com os pecuaristas. Trabalho com rastreabilidade faz 3 anos e vejo no dia a dia que muitos não tem informação o suficiente.

    O mercado hoje não está ajudando muito e pelo que li nesta reportagem ninguém está vendo o lado do pecuarista, que na cadeia é o ponto mais importante.

  2. ailton caetano de matos disse:

    Senhores,

    Seria Cômico se não fosse trágico!!! Fui um dos ratos “cobaias” dos tecnocratas responsaveis pela “ORGANIZAÇÃO” do sistema de identificação dos bovinos Brasileleiro.Sofri todos os chiliques das idéias luminósas e amargurei as infindaveis mudanças da Rastreabilidade…Consequencia disso fui ao extremo stresse diagnosticado posteriormente pelos sabidos, que era “A TAL CINDROME DO PÂNICO” fui afastado do serviço, estou em rigoroso tratamento médico psiquiatrico e não se tem uma idéia de quando isso vai findar, Hoje mais uma vez estou ouvindo mudanças no SISBOV, gostaria de saber se o meu caso é um caso isolado ou existe centenas de profissionais da área internados ou curados e que poderiamos formar uma entidade forte para opinar mesmo babando e se retorsendo todo poderiamos sermos util para o MAPA ver os erros do passado e não continuar a repetir sempre!