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Grã-Bretanha e Alemanha tentam reduzir subsídios agrícolas

Os esforços da União Européia para reduzir os subsídios agrícolas em produtos como trigo, açúcar e gado bovino enfrentam mais resistência depois que os Estados Unidos anunciaram planos de aumentar os gastos agrícolas em mais de US$ 51 bilhões nos próximos seis anos.

A França, maior receptora de ajuda sob a Política Agrícola Comum (PAC) da UE, lutará mais para manter seus benefícios depois da nova lei agrícola nos EUA.

Isso desencadeará conflito com a Alemanha e a Grã-Bretanha, que querem reduzir os 45 bilhões de euros (US$ 42 bilhões) em subvenções aos agricultores da UE, quase metade do orçamento do bloco, para evitar que os custos da expansão do grupo para o Leste Europeu acabem fugindo ao controle.

Recessão

“Num momento em que os EUA juntam dinheiro para os próximos seis anos, essa medida dificultará a reforma da PAC”, informou a diretora da agência de Bruxelas do Sindicato Nacional dos Agricultores Britânicos Betty Lee.

A batalha em torno da ajuda à agricultura ocorre quando a Alemanha, maior contribuinte, luta para se recuperar da recessão de 2001 e assiste à retração da receita fiscal. Os pagamentos líquidos da Alemanha à UE, de nove bilhões de euros (US$ 8,2 bilhões) em 2000, equivaliam à quantia paga à agricultura francesa. Com isso, estatisticamente, é o contribuinte alemão quem mantém o agricultor francês operante.

“As reformas são necessárias devido ao nosso posterior desenvolvimento da PAC”, disse o porta-voz da comissão européia, Gregor Kreuzhuber. A comissão tem planos de modificar radicalmente o orçamento agrícola em meados de junho.

Dez países (Polônia, República Checa, Hungria, Eslovênia, Estônia, Eslováquia, Lituânia, Letônia, Chipre e Malta) pretendem ingressar no bloco em 2004. Outros três (Bulgária, Romênia e Turquia) cumprem um cronograma mais lento nesse sentido.

As necessidades dos agricultores do Leste Europeu tornarão ainda mais caras as políticas da UE de ajuda à produção rural. Para controlar os custos, o comissário de Agricultura da UE, Franz Fischler, propôs a introdução gradual de subsídios ao longo de uma década. Isso significaria pagar aos agricultores poloneses, húngaros e checos o equivalente a 25% dos subsídios que seus congêneres da UE receberão na França, na Grã-Bretanha e na Espanha em 2004. Os subsídios vão alcançar o mesmo nível apenas em 2013.

Os gastos totais agrícolas da UE serão de US$ 297 bilhões em seis anos, 21% mais do que os atuais programas. Os subsídios à agricultura deverão custar US$ 98,9 bilhões, a partir dos US$ 61,3 bilhões. “Os subsídios agrícolas da UE correspondem ao dobro dos norte-americanos”, disse Andrew Natsios, do Departamento de Desenvolvimento Internacional dos EUA.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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