A trajetória descendente do dólar favoreceu o cultivo agrícola no sul, que ficou novamente mais rentável quando comparado ao centro-oeste. Com o dólar abaixo de R$ 2, a margem de ganho do produtor de milho equivale, nesta safra, a 56% e 51% do preço de exportação, respectivamente. Se for incluído o gasto com frete, cai para 28% e 8,5%.
A trajetória descendente do dólar favoreceu o cultivo agrícola no sul, que ficou novamente mais rentável. Com o dólar abaixo de R$ 2, a margem de ganho do produtor de milho de Londrina equivale, nesta safra, a 56% do preço de exportação. Se for incluído o gasto com frete, cai para 28%.
Já em Rio Verde, importante pólo de grãos no sul de Goiás, a rentabilidade do produtor que exporta milho é 51% do preço nesta safra. Com o frete, cai para 8,5%. Com isso, o Centro-Oeste deixou de ser o eldorado do agronegócio devido ao custo baixo das terras, pois o custo com transporte não compensa mais.
“O dólar deixou de encobrir a ineficiência da infra-estrutura”, disse o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados.
“A região produtora de grãos mais tradicional, que é o Paraná e o entorno, vai, cada vez mais, se tornar a área de cultivo de grãos para exportação, pois está relativamente próxima dos portos”, disse.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram indícios da mudança de perfil. A área plantada com grãos no Centro-Oeste caiu 11,5% entre as safras 2004/05 e 2006/07, enquanto a retração do Sul no mesmo período foi de 3,9%. O recuo do Centro-Oeste foi quase o dobro da média nacional, de 6,3%, informou notícia de Márcia De Chiara, do jornal O Estado de S.Paulo.