O vice-presidente da Anffa (Associação Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários), Wilson Roberto de Sá, admitiu ontem que a greve dos ficais agropecuários pode ir além do previsto inicialmente. A idéia dos fiscais era manter a paralisação por um período de sete dias, prazo que termina na próxima segunda-feira. “Nossa expectativa era chegar, nesse prazo, a uma posição que atendesse às partes”, afirmou. Ele disse, no entanto, que o Ministério do Planejamento não apresentou uma proposta para negociação.
Eles reivindicam aumento salarial, realização de concurso público, isonomia entre ativos, aposentados e pensionistas e fim do contingenciamento dos recursos orçamentários da Secretaria de Defesa Agropecuária.
O representante lembrou que o fim da greve não depende do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Ele contou que o ministro está preocupado com os reflexos da paralisação, mesmo com a manutenção do atendimento básico com 30% do pessoal.
Sá calculou que dos 2.700 fiscais da ativa, 810 técnicos não aderiram ao movimento para o atendimento básico. Esses fiscais estão trabalhando em ações de combate e controle da febre aftosa, gripe aviária, portos, aeroportos, postos de fronteira e na liberação de produtos perecíveis, mas em número reduzido.
No Pará, cargas de pimenta do reino, madeira, castanha do Brasil, palmito, cevada e bois vivos não estão sendo despachadas, totalizando prejuízo de US$ 4 milhões, segundo a associação. No total, a Anffa já foi notificada de 84 liminares preventivas para evitar que a greve prejudique os abates e as exportações.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Fabíola Salvador), adaptado por Equipe BeefPoint