Em seu relatório sobre o mercado de frango no segundo trimestre, o banco holandês Rabobank afirma que a gripe aviária está “desafiando” o comércio global, com os novos casos de gripe aviária em países como Estados Unidos, Rússia, China, Índia e nações da África tendo um grande impacto nos mercados internacionais.
A expectativa é que os preços continuem sob pressão pelo restante de 2015. O impacto no longo prazo pode ser significativo devido aos vários embargos ao comércio reprodutores em países importadores.
Contudo, os produtores nos países com mercados equilibrados continuam a se beneficiar de margens “saudáveis”.
“Os fundamentos da indústria de frango estão enfrentando fortes contratempos com os preços mais altos do que o esperado da ração animal devido ao dólar mais forte, crescente competição da carne suína e restrições no comércio”, afirma, no relatório, o analista de proteína animal Nan-Dirk Mulder. Ele acrescenta que os preços do frango inteiro, do “leg quarter” e dos pés estão caindo mais, enquanto os do peito de frango permanecem relativamente firmes.”
Para o Rabobank, a disciplina no aumento da oferta é importante diante de tais condições de mercado. A expectativa é de que muitos países na Ásia, incluindo a China, que impuseram restrições ao comércio de reprodutores sejam afetados pela baixa oferta no próximo ano devido à esperada escassez nas cadeias de reprodução locais.
Por região, o Rabobank destaca que a perspectiva é de que o Brasil tenha uma posição competitiva no mercado global graças à queda do real em relação ao dólar e ao embargo às exportações de frango de países concorrentes por causa da gripe aviária.
Para os EUA, o banco destaca que o segmento de frango inteiro foi menos impactado pelos surtos de influenza. Além disso, as margens seguem fortes em decorrência da demanda robusta no mercado doméstico. Isso ocorreu porque o frango inteiro é consumido basicamente no mercado interno americano. As exportações, estas sim afetadas, são principalmente de cortes.
No caso da União Europeia, a expectativa é de ligeira recuperação das margens e melhora nas exportações devido ao euro mais fraco e possível fim de restrições comerciais relacionadas à gripe aviária.
Para a China, o Rabobank vê forte impacto no mercado, apesar da queda no número de casos de influenza aviária. Vê ainda margens nos menores níveis em cinco anos. Em relação à Tailândia, o banco vê superoferta apesar de fortes exportações.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.