O gabinete criado pelo governo federal contra a gripe suína, formado por representantes do Ministério da Saúde, da Anvisa e do Ministério da Agricultura, divulgou nota neste domingo informando que foram descartadas evidências de circulação do vírus no país. A nota destaca ainda que no Brasil não há suspeita ou registro de gripe suína causada pelo mesmo agente identificado nas áreas afetadas e que "o consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas".
O gabinete criado pelo governo federal contra a gripe suína, formado por representantes do Ministério da Saúde, da Anvisa e do Ministério da Agricultura, divulgou nota neste domingo informando que foram descartadas evidências de circulação do vírus no país. O Ministério da Saúde confirmou que a Secretaria de Saúde de São Paulo chegou a notificar o governo sobre a suspeita de que dois brasileiros que chegaram de uma recente viagem ao México apresentaram sintomas de gripe. Mas, segundo a nota, as análises iniciais indicam que os sintomas não estão relacionados com a gripe suína.
“O dois casos estão sendo investigados para identificar a causa do quadro clínico, mas não atendem à definição de caso suspeito de influenza suína por não apresentarem sinais e sintomas compatíveis com a doença: febre acima de 39ºC, acompanhada de tosse e/ou dores de cabeça, musculares e nas articulações”, diz o documento.
A nota destaca ainda que no Brasil não há suspeita ou registro de gripe suína causada pelo mesmo agente identificado nas áreas afetadas e que “o consumo de produtos de origem suína não representa risco à saúde das pessoas”.
Exportações de carne suína
O Brasil pode se beneficiar da decisão da Rússia de suspender as importações de cortes de suínos de EUA e méxico. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, lembra que Brasil e Estados Unidos disputam o mercado russo de carne suína, que é distribuído entre os produtores mundiais por um sistema de cotas.
“Sem os americanos, que são grandes fornecedores mundiais, o Brasil deve ganhar espaço no mercado de carne suína, especialmente na Rússia”, afirmou. A proibição imposta pela Rússia vale também para carne crua de suínos da Guatemala, Honduras, República Dominicana, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Nicarágua, Panamá e El Salvador, embarcadas após 21 de abril.
Apesar de vislumbrar incremento do volume exportado, Camargo Neto não descarta a possibilidade de queda momentânea no consumo devido aos temores de contaminação por meio da ingestão de carne. Para evitar uma queda acentuada e contínua, ele defende que a população seja informada sobre a doença, o que, segundo ele, já está sendo feito pelo governo brasileiro. “De suíno, a doença só tem o nome. Não há notícia de animais infectados”, disse.
Para o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Inácio Kroetz, a gripe suína é, até o momento, um problema de saúde pública. “Esse é um assunto grave de saúde pública. A grande preocupação neste momento é com a contaminação das pessoas”, avaliou. Camargo Neto lembrou ainda que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla antiga) não divulgou comunicado sobre a doença, o que comprova que o problema não é sanitário. “O fato de só a OMS (Organização Mundial de Saúde) ter se manifestado mostra que o foco é a saúde pública”, disse.
China
Pedro de Camargo Neto, disse que a expectativa é que a habilitação de frigoríficos brasileiros para exportar à China esteja concluída com a visita do presidente Lula a Pequim, em 19 de maio. A China realizou missão veterinária ao Brasil em novembro de 2008 e o Brasil encaminhou para lá informações detalhadas de 24 frigoríficos que desejam ser habilitados. Maior produtora e consumidora de carne suína, a China passou nos últimos três anos de exportadora a importadora, como resultado do aumento de consumo e de problemas sanitários na suinocultura do país.
As informações são da Folha Online, Valor Econômico e jornal Hoje em Dia/MG, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.