Ainda não se sabe ao certo as consequências para o Brasil do surto recente de gripe suína, que já é vista com alto potencial de se tornar uma pandemia. Mas a maior empresa de carnes do mundo, a brasileira JBS, teve suas ações fortemente penalizadas no pregão de ontem da BM&F Bovespa, por conta de ter quase toda sua produção de carne suína concentrada nos Estados Unidos. Pedro de Camargo Neto, admitiu que haverá impacto econômico, mas disse não querer especular se será positivo ou negativo. Comentou, porém, que se não houver casos no Brasil, "poderá ser positivo".
Ainda não se sabe ao certo as consequências para o Brasil do surto recente de gripe suína, que já é vista com alto potencial de se tornar uma pandemia. Mas a maior empresa de carnes do mundo, a brasileira JBS, teve suas ações fortemente penalizadas no pregão de ontem da BM&F Bovespa, por conta de ter quase toda sua produção de carne suína concentrada nos Estados Unidos.
Outros efeitos também foram sentidos entre as empresas brasileiras. A Globoaves, uma das grandes exportadoras de suíno do País, chegou a ter suspensa a exportação dessa carne por um cliente russo, que somente após o pronunciamento oficial do governo do Brasil de inexistência do vírus no País, liberou o embarque do produto.
“Esperamos que a Organização Mundial de Saúde (OMS) esclareça que a contaminação não se dá pela carne. Essa precipitação não tem sentido”, reclama Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Suínos (Abipecs).
Segundo conta o diretor-presidente da Globoaves, Roberto Kaefer. “De forma geral, estão todos assustados. E há desinformação. Nosso cliente suspendeu o embarque até que o governo brasileiro se posicionasse sobre a inexistência de contaminação no País”, acrescenta Kaefer, para quem, a doença pode causar inicialmente queda do consumo de carne suína, mas mais à frente, uma oportunidade para ocupar espaço no mercado de países como Estados Unidos, México e Canadá, que já sofrem embargos de vários países, como Rússia, China e Coréia do Sul.
Em seminário sobre o setor de aves e suínos, na feira Avesui, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, admitiu que haverá impacto econômico, mas disse não querer especular se será positivo ou negativo. Comentou, porém, que se não houver casos no Brasil, “poderá ser positivo”.
“Em mercado de commodities, como é o de carnes, é comum o uso de qualquer artifício para barganhar preço. E isso pode acontecer com a gripe suína”, avalia Ivanir Rocha , diretor-presidente da trading Meat Center.
O embargo à carne dos Estados Unidos – onde a contaminação de 40 pessoas foi confirmada até ontem – fez com que as ações do JBS tivessem a maior queda do Ibovespa, fechando em R$ 6,10, retração de 12,23%, muito acima do índice da bolsa, que recuou 2,04%. Mesmo sem operações de suínos fora do Brasil, a Marfrig também viu suas ações caírem, mas bem menos que as da JBS, que está mais exposta a um possível recuo nas vendas de carne suína.Os papéis da Marfrig e do Minerva recuaram, 4,54% e 9,59%, respectivamente.
Peter Ping Ho, analista da Planner Corretora, explica que a queda das ações da JBS deve ser temporária, mas que provavelmente a companhia deve sim ter efeitos financeiros com o embargo aos Estados Unidos. “Na realidade, isso também deve afetar as empresas no Brasil, como Sadia e Perdigão. Mas os papéis delas não foram afetados porque estão sob efeito da possibilidade mais forte de ocorrer a fusão”.
JBS
Na tarde de ontem o diretor de relações com investidores da JBS, Jeremiah O´Callaghan, emitiu o seguinte comunicado:
“JBS S.A. (JBSS3 e JBSAY), à luz do recente surto de gripe, confirma que sua meta de crescimento de receita e rentabilidade permanece.
A Companhia acredita que o consumo de carne suína não oferece riscos a saúde. Ainda que o recente surto de gripe tenha sido intitulado como Gripe Suína ao invés de Gripe Norte Americana (como foi comunicado pela Organização Mundial de Saúde – OMS), não há evidencias materiais de que o consumo de carne suína apresente riscos à saúde.
A JBS é basicamente uma Companhia de carne bovina com uma plataforma de produção nos maiores países produtores e tem uma operação de carne suína que representa 14% da sua receita líquida. Menos que um sexto disso é vendido para outros países e uma eventual restrição nas exportações afetaria menos de 1,5% da receita consolidada. A JBS não cria porcos e não é verticalmente integrada. “Nosso negócio de carne suína é um negócio de margens”, disse Wesley Batista CEO da Companhia nos Estados Unidos. “Nós compramos e processamos suínos e uma eventual redução na demanda poderia refletir imediatamente nos preços dos suínos. Neste cenário, nós acreditamos que manteríamos nossas margens na unidade de negócios de carne suína”, completa.
A Companhia reitera que não há evidencias de que o consumo de produtos a base de carne suína represente um risco aos consumidores e uma eventual redução na demanda por estes produtos suína representaria correspondente aumento na demanda por carne bovina, setor que a JBS é o líder global.”
As informações são da Gazeta Mercantil e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.
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Quando o setor começa a alavancar vem essa tal gripe, fazendo com que as empresa mude mais uma vez suas estrategias.
Realmente e novamente,como aconteceu e acontece com o SISBOV, aí vem um pandemonio de noticias sobre a GRIPE MEXICANA,que interfere enormente em toda negociacao realizada por Estados e Paises exportadores decarne suina. Aonde vai e como interfere nas negociacoes destes exportadores, somente o alarme final vai dizer. Sabemos que pode ser uma PANDEMIA, mas mesmo assim o que melhora uma doenca é uma boa alimentacao,saudavel e que sabemos nosso país tem de sobra. Ate aonde vamos ver esta participacao dos reporteres ,sem exacerbar e dizer muita coisa que seja desfavorável a tudo que tentamos evitar ,pois que o brasileiro leva muita reportagem, nao absorvida acertadamente,talvaz pela pequena instrucao educacional,vá jogar comida fora.