Análise do mercado do boi – 17/08/2006
17 de agosto de 2006
Aftosa: não criticar, mas construir soluções
21 de agosto de 2006

Guedes: pecuaristas tiveram responsabilidade por aftosa

O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, afirmou que os pecuaristas tiveram grande responsabilidade pelo ressurgimento da febre aftosa no MS ano passado, em matéria de Fabíola Salvador para o O Estado de São Paulo. Ele também criticou indiretamente os pecuaristas que trazem animais do Paraguai, onde a arroba do boi costuma custar menos, para o Brasil, de forma irregular.

O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, afirmou que os pecuaristas tiveram grande responsabilidade pelo ressurgimento da febre aftosa no MS ano passado, em matéria de Fabíola Salvador para o O Estado de São Paulo. “Há recomendações técnicas para que se vacine de duas a três vezes por ano. Naquela região, houve recomendação para uma terceira vacinação. Infelizmente nem todos seguem”, disse, em entrevista ao estado. O governo determina que os pecuaristas do Centro-Sul vacinem seus rebanhos duas vezes por ano, em maio e novembro.

Guedes Pinto afirmou que muitas vezes o pecuarista compra a vacina para ter uma nota fiscal, mas joga fora as doses. Outras vezes, segundo ele, o pecuarista compra só a nota fiscal. Eles dizem que não vacinam os animais porque os rebanhos perdem peso após a imunização, o que os obriga a manter os animais por mais tempo nas fazendas. Mas essa prática, ressalvou o ministro, está diminuindo.

Ele também criticou indiretamente os pecuaristas que trazem animais do Paraguai, onde a arroba do boi costuma custar menos, para o Brasil, de forma irregular. “Nada contra trazer os animais, desde que isso seja feito dentro das regras.”

Para Guedes Pinto, é preciso ter uma ação conjunta na defesa sanitária que envolva os governos federal e estaduais e também a iniciativa privada. O ministro admitiu que há dificuldades na defesa sanitária do país, mas disse que o governo está avançando.

Ele disse que houve incremento nas verbas destinadas à defesa sanitária e às unidades do Lanagro. Em relação à defesa, o orçamento foi de R$ 78 milhões em 2003 e chegou a R$ 133 milhões em 2005. Para a modernização e capacitação de pessoal de laboratórios, as liberações subiram de R$ 15,6 milhões em 2003 para R$ 53,3 milhões no ano passado. Este anos, foram gastos R$ 19,8 milhões até agora com laboratórios. A meta é chegar a R$ 50 milhões.

Guedes Pinto não endossou as críticas do diretor-presidente da Iagro, João Cavalléro, que classificou, na semana passada, o Paraguai como “exportador de aftosa”. “Não nos cabe atribuir responsabilidade a outros”, disse. As informações são do O Estado de S. Paulo.

Já em matéria do jornal Valor Econômico, Guedes ponderou e disse que o país paga o preço da redução de investimentos na área. Responsabilizou estados pela redução de recursos. “Não quero acusar, mas neste ano nove estados sequer apresentaram projetos e outros três não poderemos pagar porque não fizeram prestação”, afirmou na notícia de Mauro Zanatta. Guedes ainda defendeu uma integração com outros países para erradicar a aftosa no continente.

0 Comments

  1. Alberto José Gonçalves Junior disse:

    Muito fácil para o ministro culpar os pecuaristas pelo surto de aftosa em MS. Ele apenas esqueceu de comentar que é obrigação da vigilância sanitária fiscalizar e punir os pecuaristas que não vacinam. É o mesmo que culpar a população de SP pelos ataques do PCC.