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Guerra desencadeou pior crise alimentar global desde 2008, diz FMI

A guerra na Ucrânia aumentou a fome no mundo, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que considera a atual crise alimentar a pior desde pelo menos 2008. A escassez de comida tem crescido desde 2018, período em que a oferta de alimentos piorou por causa de adversidades climáticas e da pandemia da covid-19, que prejudicou as cadeias de distribuição, mas a situação ficou ainda dramática após o início do conflito entre russos e ucranianos, em fevereiro deste ano, segundo a entidade.

O FMI lembra que a guerra encareceu alimentos e fertilizantes ainda mais, prejudicando os importadores e fazendo com que vários países restringissem suas exportações.

“O resultado é que as vidas e os meios de subsistência de 345 milhões de pessoas estão em perigo imediato devido à insegurança alimentar aguda, um número sem precedentes. Em todo o mundo, mais de 828 milhões de pessoas vão dormir com fome todas as noites, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos”, disse o FMI, em comunicado.

A instituição destaca que o impacto da crise alimentar é ainda mais forte para os 48 países que dependem diretamente da oferta de alimentos de Ucrânia e Rússia.

O FMI estima que o aumento de preços de itens alimentícios e fertilizantes adicionará US$ 9 bilhões ao balanço de pagamentos dessas nações em 2022 e 2023. O aumento de gastos deve corroer as reservas internacionais desses países e, com isso, reduzir sua capacidade de importação.

O fundo lembra, que embora os preços dos alimentos já tenham caído em relação a seus picos recentes, eles desencadearam o aumento custo de vida. Isso provavelmente aumentará a pobreza e prejudicará o crescimento de nações mais vulneráveis.

“Como resultado, os governos adotaram medidas fiscais para proteger as pessoas da atual crise alimentar”, diz o FMI. A entidade calcula que, só neste ano, os países altamente expostos precisarão de até US$ 7 bilhões para ajudar as famílias mais pobres a lidar com o problema da fome.

Ações contra a insegurança alimentar

No comunicado, o Fundo Monetário Internacional pede que os governantes adotem medidas de curto prazo contra a escassez de alimentos. Entre as sugestões estão o combate à inflação e a criação de programas de assistência social.

“Os programas devem fornecer ajuda alimentar de emergência ou transferências de renda para os mais pobres, como os recentemente anunciados por nações como Djibuti, Honduras e Serra Leoa. Quando isso não for possível, subsídios e medidas fiscais podem dar um alívio temporário a essas populações”, disse o FMI.

A entidade também ressaltou que é vital manter o fluxo de comércio para que os alimentos possam chegar aos países mais necessitados. Ela citou o corredor de exportações de grãos da Ucrânia pelo Mar Negro.

“Medidas protecionistas só servem para piorar a crise alimentar, respondendo por até 9% do aumento dos preços mundiais do trigo, segundo o Banco Mundial”, acrescentou o FMI. A entidade defendeu ainda que os países aumentem a produção de alimentos e invistam em cultivos resistentes às mudanças climáticas.

Fonte: Valor Econômico.

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