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Humberto Tavares: controle de abates é essencial

O leitor do BeefPoint Humberto de Freitas Tavares (Produção de gado de corte), de Ribeirão Preto, São Paulo, enviou um comentário ao artigo “Acompanhamento de abate: você já utilizou esse serviço?“. Abaixo leia a carta na íntegra.

“Acompanhamento se faz para evitar roubos na toalete e na balança, este último bem mais difícil de coibir.

Coibir roubo na toalete é mais fácil, embora isso exija inspetores com amplo conhecimento prático do serviço de limpeza de uma carcaça. O pecuarista que não tomar suas precauções pode sofrer com uma sangria mal feita (que acarreta maior perda de carne), ficar sem muita gordura de cobertura numa esfola começada por faqueiros preguiçosos e receber nas carcaças de seu gado a chamada “toalete padrão”, com a remoção em excesso da nobre gordura de cobertura. Pode ainda ficar sem peças como pacuzinho, matambre, fitão, aranha, e (pasmem) até mesmo sem cupim.

Só isso já paga amplamente os honorários de grupos como a Abate Consultoria, de Goiânia, e o Escritório do Fausto, de Rio Verde (GO). Uma vez tive o desprazer de pagar uma outra empresa, cujo inspetor (eu depois soube) foi uma pessoa que eu conhecia e sabia ser um total ignorante da arte de acompanhamento de abates.

Tenho notado uma elevação no padrão ético das pesagens. Vacada Nelore de 14,5 arrobas tem dado mais de 51% de rendimento, peso antes de beber, mas de bucho cheio. Isso eu nunca havia visto.

Este é um ponto ao qual os pequenos frigoríficos precisam dar muita atenção, ao invés de ficarem se deblaterando contra empréstimos do BNDES. A moralização desta questão da balança (mas não necessariamente da toalete num abate desassistido) tem partido dos médios e dos grandões, que sabem que não podem vacilar na manutenção de uma boa imagem pública. Afinal – pensará o consumidor -, quem é ladrão vai manter bons padrões de higiene, qualidade de matéria prima e de ética nas relações de trabalho e proteção do meio ambiente?

Se é mais fácil coibir roubo na toalete, bem difícil é evitar pagar mico quando se reclama de pesagem. O pecuarista precisa fazer sua lição de casa muito bem feita e construir seu banco de dados. Precisa ter noção muito precisa da variação do rendimento com o acabamento e raça. Mais pesado, mais rende. Mais anelorado, mais rende, com exceção das cruzas com raças de musculatura dupla.

É surpreendente que a CNA não patrocine estudos tão baratos e economicamente tão impactantes quanto estes de rendimento no abate em função de horário de pesagem, tempo de caminhão, tempo de descanso no curral de abate, raça, sexo. A Kátia Abreu bem que podia dar atenção a esta questão, tão básica e tão esquecida”.

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0 Comments

  1. Clédio Luiz Fabre disse:

    Eu lembro da época que se vendia boi gordo na propriedade, prendia de madrugada, pesava na balança da propriedade e, bois com menos de 450 Kg 50%, de 450 Kg á 470 Kg 51%, de 471 á 490 Kg 52%, de 491 Kg á 500 53%, de 501 Kg á 530 Kg 54%. Posso ter esquecido ou confundido algo, mas é próximo disto. E bem lembrou o Humberto; a soja e outros produtos não tem sua classificação? Porque não ter classificação no abate de boi? Porque os Frigoríficos não aceitão peso de balanças com lacre do IMETRO? Porque a limpesa de carcaça, de sangria, de infecção pela limpesa, do rabo (do cupim,”ABSURDO”!) não é feito depois da balança? E o couro, o sangue, as víceras, nervos, sistema digestivo, o berro do boi, etc? Não queremos tudo, só o justo, nada mais!

    Clédio – pecuarista.