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Humberto Tavares: suspensão da vacinação preocupa

Parabéns ao sr. Cardoso Pinto por levantar uma questão bastante pertinente. Mesmo concedendo a possibilidade de conflito de interesses, de que ele fatalmente vai ser acusado, não posso negar meu apoio a sua tese. Imaginem que "delícia" um foco de febre aftosa no Brasil. A classe pecuarista deve ver, sim, como altamente preocupante a hipótese de suspensão da vacinação, pois o vírus vai continuar circulando na população de animais silvestres, queira-se ou não.

“Parabéns ao sr. Cardoso Pinto por levantar uma questão bastante pertinente. Mesmo concedendo a possibilidade de conflito de interesses, de que ele fatalmente vai ser acusado, não posso negar meu apoio a sua tese.

Imaginem que delícia um foco de febre aftosa no Brasil.

Que estrago longamente duradouro não faria nos preços do boi em todo o país.

Que volatilidade, que incertezas traria em desfavor do produtor.

Que terrível ferramenta nas mãos do cartel dos compradores de reses gordas!

A classe pecuarista deve ver, sim, como altamente preocupante a hipótese de suspensão da vacinação, pois o vírus vai continuar circulando na população de animais silvestres, queira-se ou não. Há poucas semanas tivemos em Jussara (GO) um terrível exemplo do que é um “outbreak” de uma doença em área livre sem vacinação, com perdas econômicas importantes. Felizmente as perdas foram apenas de bovinos e praticamente da totalidade do rebanho silvestre de capivaras, pois a doença era a raiva. Imaginem se fosse a aftosa…

A carne brasileira hoje é altamente demandada em todo o mundo, e assim vai continuar. Basta ver que nossos preços em dólar são da mesma magnitude que os auferidos pelos nossos concorrentes dos EUA e Austrália. Novos compradores para a nossa carne estão brotando em cada esquina. Estudos da FAO recentemente divulgados (https://beefpoint.com.br/fao-preve-novo-salto-dos-precos-dos-alimentos_noticia_60648_15_166_.aspx#carta49577) indicam a necessidade de dobrarmos a produção até o ano 2050.

Não há nenhuma garantia de que a carne de nosso rebanho vá aumentar de valor pelo mero fato de que o gado não mais seja vacinado. Não quero posar de dono da verdade, mas minha opinião sincera é que quem fala o contrário abusa da ingenuidade, da irreflexão ou da defesa de interesses ocultos. O fórum para discutirmos este assunto é aqui mesmo no BeefPoint, quem tiver opinião discordante que se manifeste”.

Clique aqui para ler mais opiniões sobre este assunto.

0 Comments

  1. Emerson Figueira disse:

    Concordo plenamente.
    Não podemos parar de vacinar.
    O risco não compensa.
    Quem sabe, talvez, possa haver uma flexibilização da vacinação como por exemplo: vacinar 2 vezes por ano animais até 2 anos, e 1 vez os animais acima dessa idade. Isso ainda muito bem estudado.

  2. Murilo Borges disse:

    parabens pela abordagem do senhor humberto tavares , no nosso estado MS o BRAZIL com o PARAGUAI tem mais de 700 km de fronteira seca, e animal silvestre nao respeita marco quem defende a nao vacinaçao nao conhece o pais que mora e as demais fronteira que temos com os nossos outros vizinhos , o nosso rebanho sem vacinaçao e um tiro de misericordia

  3. Tiago Auad da Fonseca Reis disse:

    Realmente é complicado e muito difícil controlar as febre aftosa sem vacinação em nosso país. Possuimos uma extensa fronteira e como disse nosso amigo Murilo “animal silvestre nao respeita o marco”!!!O trânsito de gado e fomites até pode-se controlar com as barreiras sanitárias, mas o animais selvagens nao ha como fazer o mesmo!!!
    E neste caso o ditado é o contrário “É melhor remediar para prevenir”….
    Um surto de aftosa no Brasil não será bem vindo!
    Vamos pensar bem antes de tomar certas atitudes, pois um surto destes não é brincadeira, desbamcaria todo o país!!!!

  4. FULVIO NASCIMENTO disse:

    Penso que o estado de SP está pronto para ser área livre sem vacinação, assim como SC, porém existe interesse econômico de laboratórios por se tratar de um estado com um dos maiores rebanho do país.