Dados da Asbia apontam que cresce no país o uso de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Estimativas do setor mostram que 1,5 milhão de animais são submetidos à inseminação programada, 15% do mercado total de sêmen.
Dados da Asbia apontam que cresce no país o uso de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Estimativas do setor mostram que 1,5 milhão de animais são submetidos à inseminação programada, 15% do mercado total de sêmen.
Segundo dados da Unesp, cerca de 90% das vacas no início da estação de monta não estão no cio. De acordo com o professor José Luiz Moraes Vasconcelos, da Unesp, a técnica permite que o produtor tenha os bezerros em meses mais apropriados para que entrem na estação da seca mais pesados.
O veterinário Jorge Luiz Oliveira Santana, da Fazenda Sereno, de Jaciara/MT atesta o retorno financeiro. Segundo o veterinário Jorge Luiz Oliveira Santana, da Fazenda Sereno (Jaciara/MT), um bezerro que nasce em setembro é até 100 quilos mais pesado no desmame do que o nascido mais tarde.
Além disso, o uso de produtos que permitem sincronizar a ovulação das vacas e determinar o período da inseminação é vantajoso porque os medicamentos fazem com que até animais que não estariam no período fértil, como as fêmeas em lactação, possam ser inseminados. “A tecnologia contribui para emprenhar vacas que não têm boa nutrição, além de aumentar o número de usuários da inseminação e a venda de sêmen”, avaliou o gerente-geral da Asbia, Ricardo Reuter Ruas.
Segundo o gerente de marketing da Divisão de Saúde Animal da Pfizer, Oclydes Barbarini Júnior, mais de 85% dos resultados têm sido, em média, iguais ou acima das projeções de prenhez.
A reportagem é de Neila Baldi, para a Gazeta Mercantil.
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Os protocolos de IATF têm serventia em toda fazenda de gado que utiliza IA. Os custos já melhoraram e os resultados são bastante satisfatórios se tomado as devidas precauções. Uma ferramenta tecnológica que com certeza veio para ficar!
Acredito na IATF como a grande ferramenta no auxilio da melhoria da eficiência reprodutiva de nossos rebanhos, não como solução de problemas reprodutivos, porém como incremento na produção de um bezerro ano, o que a viabiliza tornando-a um investimento e não custo dentro da propriedade.
Na minha opinião, a IATF tem seus méritos, porém em muitas fazendas o seu resultado é desastroso porque não se conta que é necessário possuir um profissional com bom conhecimento sobre o assunto. Muitas vezes ocorrem falhas no desenvolvimento da técnica, após esse período começa se fazer comentários que a IATF não apresenta bom retorno econômico.
A prática de IATF é muito útil, uma excelente ferramenta para acelerar o progresso genético do rebanho. Entretanto, se realizada em vacas que não tenham boa nutrição, é um verdadeiro fracasso. A técnica exige uma excelente condição corporal das vacas, desde o parto até o momento da inseminação. Esses dados constam em toda a literatura nacional e internacional, além de ser comprovada pela aplicação a campo da técnica. É importante que fique claro para o produtor que a IATF não é uma prática que visa aumentar as taxas de prenhez, ou seja, não é a solução para vacas em má condição nutricional.
Concordo com o Ronaldo.
Precisamos estar atentos para as “modas”. Vantagens sabemos que existem, mas o importante é avaliar as vantagens em relação aos custo.
Além do que, como produtora, pergunto: Essas induções de cio não mascaram a fertilidade das matrizes? Será que não estamos mantendo em nosso rebanho animais subférteis e que transmitirão essa condição às suas filhas?
Acredito na IATF para fins de ajustes na estação quando, por exemplo, temos problemas de chuvas e atrasamos a estação. Aí compensa utilizar a técnica para manter as projeções de nascimento e apartação mas na próxima já devemos voltar ao normal.
Adriana
Inseminar é fácil, difícil é buscar a vaca no pasto.
Quanto ao estado corporal das vacas, sabemos que infelizmente nem sempre é o satisfatório.
Custo IATF hoje pouco mais do que o aluguel de pasto de um mês de uma vaca parida. Índice de prenhez pouco mais pouco menos do que 50%. Intervalo entre partos das que emprenham na primeira IATF sempre menor que 365 dias.
Permite sincronizar vacas a partir de 35 dias de paridas e com eCG permite inseminar vacas que não estão ciclando. Não dá para ficar sem.
Utilizo já há 4 anos e meus índices de prenhez/natalidade subiram estratosfericamente, além da qualidade do gado ser outra hoje.
Muito boas todas as considerações sobre a IATF. Especialmente do Pötter de Livramento.
Acima do perigo de reproduzir e multiplicar problemas de fertilidade como a Adriana já mencionou, eu tenho a preocupação que o custo da sincronizacao será descontado na hora da compra da genética, cambiando a oportunidade de melhorar o rebanho para a “seleção” do sêmen mais barato.
Se for só isso, a IATF será nada mais que uma fonte de renda da indústria química a custo da preguiça ou incompetência dos usuários.
Já vi muita besteira na multiplicação de animais inferiores com uso da TE e IVF sem critério de qualidade…
A IATF, vista e usado como um instrumento de investimento no rebanho vale e rende muito mais que ser tratada como uma simples tecnologia para automatizar a reprodução!
No meu entendimento, todas as observações acima devem ser consideradas, pois cada fazenda vive um determinado momento em sua trajetória rumo ao melhor índice de fertilidade.
Quando a propriedade já está trabalhando com elevado acerto no manejo (acima de 90% de prenhezes ou acima de 85% de crias nascidas por ano, através da IA convencional), não há necessidade para se introduzir a IATF, ao pouco que falta pode ser feito ajuste de “sintonia fina no sistema”, como por exemplo atualização de inseminadores e uso de novas tecnologias como um Descongelador Eletrônico de Sêmen, para padronizar em melhor nível o descongelamento das palhetas. Estes excelentes índices são possíveis de se alcançar, permitindo uma reposição anual mínima de 20% das matrizes, este é o ponto mais importante, renovação de no mínimo 20% das matrizes (daquelas que precisaram ser estimuladas, por filhas daquelas que tiveram naturalmente bom desempenho reprodutivo), de preferência com algumas sendo vendidas gestantes, mesmo que seja para o abate (em gado de corte).
A IATF é uma ferramenta extraordinária quando usada em determinadas situações, por ex. uma fazenda de matrizes de corte em regime de monta natural, que não tem estação de monta, a IATF pode proporcionar até 70 % de nascimentos em um mesmo mês, iniciando assim um processo de controle da data de nascimento dos produtos, com todos os benefícios que a estação de monta trás, além de proporcionar o nascimento de crias melhores, por serem filhas de IA. Em gado de leite de média/alta produção, pode ajudar na consecução de intervalos de parto próximos a 12-13 meses, pois aquelas fêmeas que não ciclam até 60- 90 dias após o parto, podem ser estimuladas pelos hormônios do protocolo. E finalmente, em condições adversas onde a condição fisiológica ideal à concepção não pôde ser naturalmente alcançada, é uma ótima alternativa, proporcionando o nascimento de mais produtos, que naturalmente não nasceriam.
É uma técnica que auxilia muito para formarmos nossa estação de monta quando bem aplicada, já que faz ciclar vacas mau nutrida tenho minhas duvidas Eu já usei em duas estações e os resultados foram satisfatórios.
Entendo que a tecnologia (IATF) deve ser utilizada como ferramenta de ajuste das fêmeas dentro da Estação Monta; visando a antecipação (Cio) e conseqüentemente a parição (“mais cedo”), evitando assim o menor volume das chamadas “matrizes ” tardias” dentro do sistema de produção.
Acho que a IATF é uma ferramenta a mais em nosso dia a dia dentro da IA. Porém não melhora fertilidade simplesmente concentra nascimento e melhora as condições de manejo em uma propriedade, havendo também uma melhor concentração de renda em determinadas épocas do ano, diminui custo com funcionários, há um melhor acompanhamento por parte do produtor ou técnico responsável etc. Sem dúvida nenhuma o futuro da inseminação artificial.
São válidas todas as considerações acima e realmente precisamos ter cuidado e critérios para que a técnica seja realizada com sucesso. a IATF pode ser uma ferramenta para assegurar que muitos produtores continuem inseminando visto que sempre ouvimos reclamações de produtores dizendo que a inseminação esta muito ruim e vai parar.
Grandes frigoríficos já estão usando a técnica para padronizar os produtos (carcaças) e garantir mercados externos.
IATF de maneira criteriosa sem dúvida será a ferramenta para a produção lucrativa da cadeia da carne.