No final de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou os dados da Pesquisa trimestral de abates. Segundo as avaliações do instituto, no primeiro trimestre de 2008 foram abatidos 7.154.900 bovinos nos estabelecimentos inspecionados. Este número é 10,08% inferior ao apurado no primeiro trimestre de 2007 e 3,13% menor do que os números dos três últimos meses do ano passado.
No final de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou os dados da Pesquisa trimestral de abates. Segundo as avaliações do instituto, no primeiro trimestre de 2008 foram abatidos 7.154.900 bovinos nos estabelecimentos inspecionados. Este número é 10,08% inferior ao apurado no primeiro trimestre de 2007 e 3,13% menor do que os números dos três últimos meses do ano passado.
Tabela 1. Abate total de bovinos
Podemos notar que os números da pesquisa vem caindo desde o primeiro trimestre do ano passado, quando foram abatidas 7.957.028 cabeças, confirmando a redução de animais disponíveis para o abate. Essa redução pode ser atribuída ao crescente número nos abates de matrizes que ocorreu nos últimos anos, no primeiro trimestre de 2006 os frigoríficos brasileiros chegaram a ter 40,98% de vacas em suas linhas de abate.
Esta situação está se refletindo agora, com a diminuição no número de animais terminados ofertados para o abate e a redução do número bezerros, garrotes e bois magros para a reposição. Com esta redução na oferta vemos desde o ano passado o aumento nos preços do boi gordo e de animais para reposição, que estão batendo recordes mês a mês.
Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo e bezerro MS
De um lado os frigoríficos sem ter bois para completar escalas – que em geral seguem curtas desde o começo do ano, mesmo durante o tradicional período de safra – recorrem ao abate de fêmeas para manter a oferta de carne e continuar operando. Assim os preços da fêmeas subiram no rastro das cotações da arroba do boi gordo. Do outro lado muitos pecuaristas que possuem vacas e novilhas vêem na engorda e abate desses animais uma boa oportunidade de se capitalizar, tendo um giro mais rápido do que no sistema de cria.
Desta maneira, os frigoríficos brasileiros registraram durante o primeiro trimestre de 2008, abate de 2.730.424 de vacas, que corresponde a 38,16% dos abates totais. Se observarmos os dados separados mês a mês, temos que os abates de vacas corresponderam a 33,35%, 41,47% e 40,18% dos abates de janeiro, fevereiro e março, respectivamente. Assim podemos estimar que a recomposição do rebanho brasileiro está acontecendo a “passos lentos” e a escassez de animais para abate e reposição deve continuar por algum tempo.
Gráfico 3. Participação de bois e vacas nos abates totais
Couro
No 1º trimestre de 2008 foram adquiridas de terceiros pelos curtumes 9,694 milhões de peças inteiras de couro bovino cru, e foram registradas quedas de 10,6% em relação ao primeiro trimestre de 2007 e 0,3% quando comparada ao 4º trimestre.
Esta quantidade de couro é 35% superior ao de bovinos abatidos no período, sendo a diferença causada pelos abates não contabilizados pela pesquisa cujas peças de couro são enviadas aos curtumes para serviços de curtimento a terceiros. De fato, as 2,249 milhões de peças recebidas de terceiros para curtimento representaram 23% total de couro adquirido/recebido, e quando consideramos apenas a quantidade de peças adquiridas diretamente pelos curtumes (7,446 milhões), os valores são muito próximos do abate bovino (7,155 milhões, uma diferença de 4% a mais).
Quanto ao couro efetivamente curtido houve registro de 9,770 milhões de unidades, indicando queda de 10,4%, com relação ao mesmo período de 2007, e aumento de 0,8% com relação ao 4º trimestre do ano passado. Esta quantidade de couro curtido, superior à adquirida e recebida, é resultante do uso de estoques anteriores.
Equipe BeefPoint, com dados do IBGE