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25 de julho de 2008

IBGE: abates recuam 10% no primeiro trimestre de 2008

No final de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou os dados da Pesquisa trimestral de abates. Segundo as avaliações do instituto, no primeiro trimestre de 2008 foram abatidos 7.154.900 bovinos nos estabelecimentos inspecionados. Este número é 10,08% inferior ao apurado no primeiro trimestre de 2007 e 3,13% menor do que os números dos três últimos meses do ano passado.

No final de junho, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) divulgou os dados da Pesquisa trimestral de abates. Segundo as avaliações do instituto, no primeiro trimestre de 2008 foram abatidos 7.154.900 bovinos nos estabelecimentos inspecionados. Este número é 10,08% inferior ao apurado no primeiro trimestre de 2007 e 3,13% menor do que os números dos três últimos meses do ano passado.

Tabela 1. Abate total de bovinos


Gráfico 1. Abates totais de bovinos no Brasil


Durantes os três primeiros meses de 2008 foram abatidas 3.374.924 cabeças de boi, com 47,17% de participação nos abates totais, 2.730.424 cabeças de vacas (38,16%), 964.677 novilhos e novilhas(13,48%) e 2.874 vitelos (0,04%).

Podemos notar que os números da pesquisa vem caindo desde o primeiro trimestre do ano passado, quando foram abatidas 7.957.028 cabeças, confirmando a redução de animais disponíveis para o abate. Essa redução pode ser atribuída ao crescente número nos abates de matrizes que ocorreu nos últimos anos, no primeiro trimestre de 2006 os frigoríficos brasileiros chegaram a ter 40,98% de vacas em suas linhas de abate.

Esta situação está se refletindo agora, com a diminuição no número de animais terminados ofertados para o abate e a redução do número bezerros, garrotes e bois magros para a reposição. Com esta redução na oferta vemos desde o ano passado o aumento nos preços do boi gordo e de animais para reposição, que estão batendo recordes mês a mês.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&F boi gordo e bezerro MS


Apesar do abate de fêmeas ter provocado a escassez observada atualmente no mercado, causando dificuldades para os frigoríficos, esta ação continua sendo praticada e muitas matrizes e futuras matrizes continuam indo para o abate.

De um lado os frigoríficos sem ter bois para completar escalas – que em geral seguem curtas desde o começo do ano, mesmo durante o tradicional período de safra – recorrem ao abate de fêmeas para manter a oferta de carne e continuar operando. Assim os preços da fêmeas subiram no rastro das cotações da arroba do boi gordo. Do outro lado muitos pecuaristas que possuem vacas e novilhas vêem na engorda e abate desses animais uma boa oportunidade de se capitalizar, tendo um giro mais rápido do que no sistema de cria.

Desta maneira, os frigoríficos brasileiros registraram durante o primeiro trimestre de 2008, abate de 2.730.424 de vacas, que corresponde a 38,16% dos abates totais. Se observarmos os dados separados mês a mês, temos que os abates de vacas corresponderam a 33,35%, 41,47% e 40,18% dos abates de janeiro, fevereiro e março, respectivamente. Assim podemos estimar que a recomposição do rebanho brasileiro está acontecendo a “passos lentos” e a escassez de animais para abate e reposição deve continuar por algum tempo.

Gráfico 3. Participação de bois e vacas nos abates totais


Gráfico 4. Abates de Fêmeas


Também podemos supor que se todas as outras variáveis (capacidade de instalada de frigoríficos, demanda aquecida no mercado interno, aumento da demanda internacional) continuarem inalteradas, a oferta continuará restrita nos próximos meses e consequentemente o preços devem se manter firmes.

Couro

No 1º trimestre de 2008 foram adquiridas de terceiros pelos curtumes 9,694 milhões de peças inteiras de couro bovino cru, e foram registradas quedas de 10,6% em relação ao primeiro trimestre de 2007 e 0,3% quando comparada ao 4º trimestre.

Esta quantidade de couro é 35% superior ao de bovinos abatidos no período, sendo a diferença causada pelos abates não contabilizados pela pesquisa cujas peças de couro são enviadas aos curtumes para serviços de curtimento a terceiros. De fato, as 2,249 milhões de peças recebidas de terceiros para curtimento representaram 23% total de couro adquirido/recebido, e quando consideramos apenas a quantidade de peças adquiridas diretamente pelos curtumes (7,446 milhões), os valores são muito próximos do abate bovino (7,155 milhões, uma diferença de 4% a mais).

Quanto ao couro efetivamente curtido houve registro de 9,770 milhões de unidades, indicando queda de 10,4%, com relação ao mesmo período de 2007, e aumento de 0,8% com relação ao 4º trimestre do ano passado. Esta quantidade de couro curtido, superior à adquirida e recebida, é resultante do uso de estoques anteriores.

Equipe BeefPoint, com dados do IBGE

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