Em 2004, o Brasil manteve sua posição de maior rebanho comercial de bovinos do mundo, atingindo um efetivo de 204,512 milhões de animais, o que representou aumento de 4,58% em relação ao ano anterior.
Os dados são da pesquisa da Produção Pecuária Municipal 2004, que traça um perfil da produção brasileira de animais e de produtos de origem animal. Na mensuração do rebanho, foi analisado o efetivo de animais em 31/12/2004. Para os produtos de origem animal, foram pesquisadas as quantidades produzidas durante todo o ano.
Mato Grosso conquista liderança na criação de bovinos
A Região Centro-Oeste, em 2004, concentrava 34,80% de todo o rebanho bovino do Brasil, seguida da Norte com 19,45%, Sudeste com 19,26%, Sul com 13,79% e Nordeste com 12,70%. O estado do Mato Grosso, com 12,67% do total do País, ultrapassou o efetivo de bovinos do Mato Grosso do Sul (12,09%), conquistando a liderança nacional.
Dos dez principais municípios detentores de rebanhos de bovinos no Brasil, oito estavam na Região Centro-Oeste do país: cinco no Mato Grosso do Sul e três no Mato Grosso. Destacaram-se também os municípios de São Félix do Xingu, o segundo maior, e Marabá, o nono, demonstrando o crescimento e o ganho de importância da pecuária no estado do Pará.
Mapa: Distribuição espacial do rebanho de bovinos, com destaque para os dez principais municípios – Brasil – 2004
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Há mais de 4 anos escuto falar que a pecuária brasileira está em crise, que a classe está desanimada com a atividade… Que a @ do boi está nas mínimas históricas…
E mesmo assim ano após ano o rebanho vem crescendo e ofertando ainda mais esse mercado…
A pergunta é: Até onde vai esse rebanho?
Baseado em que o IBGE faz uma afirmação destas?
O último censo agropecuário foi feito em 1995, portanto a sequência de “dados de rebanho” foram feitas em cima de projeções, baseadas em suposições de que as variáveis mantiveram um “padrão” histórico.
A aferição destas projeções, ou seja, o novo censo que deveria ter sido feito em 2005, está marcado para talvez 2008.
Projeções baseadas no cruzamento de dados de consumo de insumos pecuários são apenas indicativos de tendência, com validade estatística frágil para projetar rebanho.
Portanto se as projeções do IBGE consideraram o abate de fêmeas como produção e não como redução de rebanho, todo o indicativo é que o rebanho real seja bem menor do que o projetado.
Julio Tatsch
Agropecuarista
Presidente do Sindicato Rural de Caçapava do Sul-RS
Seguramente tem muito boi por aí. A pressão da oferta e a queda de preços são as conseqüências.
Quando 4 a 5 anos atrás o INPE anunciava dados sobre desmatamento, teria sido possível antever o que viria pela frente, pois somente as pastagens podem conviver com tocos e troncos remanescentes.
É certo que a tecnologia e o melhoramento do Nelore ajudaram, mas, realmente, a causa da atual abundância é a ampliação da pecuária de corte baseada em novas pastagens em solo fértil de mata alta.
Não me parece que tenhamos recuperado muita pastagem em solos fracos de cerrado, banhado e campo.
O que contou mesmo é a terra nova, produtiva, desempraguejada. Já aconteceu antes com o café: novas aberturas e decorrente superprodução.
Recentes dados indicam um arrefecimento das derrubadas. Menos pastos novos e decadência normal dos existentes, virá certamente reduzir o ritmo do crescimento da boiada.
Então alcançaremos o equilíbrio e melhores preços.
Nesse meio tempo, vamos exportar mais e mais carne barata de baixo colesterol, sem complicar e encarecer a atividade do pecuarista e dos abatedores, substituindo brincos e papelada inútil por vacinas e luta pertinaz contra aftosa.
A carne vermelha vai ficar menos abundante em futuro próximo, enquanto cresce o consumo mundial. Isso vai acontecer, não tenhamos dúvida.
Saudações cordiais.