No último domingo, 28 de agosto, foi realizado o II Fórum Mercosul da Carne. O evento, que discutiu a rentabilidade da cadeia produtiva da carne e teve como tema as Relações entre produtores e frigoríficos – base para um negócio sustentável, integrou a programação oficial da Expointer, que acontece em Esteio/RS até o dia 04 de setembro.
Participaram da abertura do Fórum o secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, o médico-veterinário da Embrapa, Pedro Paulo Pires, o presidente do Instituto Universal de Marketing e Agrobusiness – I-UMA, José Américo da Silva, o engenheiro Ruy Gil, do Instituto Nacional da Carne do Uruguai, o presidente da Sociedade de Criadores de Limousin do Uruguai e da Associação Limousin do Mercosul, Mariano Corballo e a presidente da Associação Gaúcha de Limousin, Maria Pia da Costa Rodrigues.
O Fórum reuniu cerca de 50 pessoas entre produtores de genética e de gado comercial, veterinários, zootecnistas e agrônomos, empresários do setor de frigoríficos, empresas de rastreabilidade, laboratórios veterinários e estudantes. O evento é realizado pela Associação Gaúcha de Criadores de Limousin e pelo Núcleo de Pesquisa em Sistemas de Produção em Bovinos de Corte e Cadeias Produtivas da Carne da Ufrgs.
Na abertura, Maria Pia Costa Rodrigues, ressaltou a importância de estabelecer um melhor entendimento entre pecuaristas e frigoríficos para fortalecer o segmento. “O Brasil tem o maior rebanho do mundo, com mais de 180 milhões de cabeças. Em 2004, o país foi líder mundial nas exportações de carne bovina, com 1.161.000 toneladas embarcadas. Mas a cadeia produtiva da carne vai aproveitar todo o seu potencial somente se conseguirmos estabelecer políticas que promovam o entendimento entre produtores, indústrias e governo”, afirmou.
Segundo a presidente da AGL, o mercado interno para o gado limousin também é altamente positivo. Em 2003, o Brasil consumiu mais de seis milhões de toneladas de carne da raça, o que representa em média 34,5 quilos per capita. O país perde em consumo apenas para os argentinos, uruguaios, americanos e australianos. Um total de 1,8 milhão de propriedades brasileiras – que, juntas, equivalem a 200 milhões de hectares de pastagens – abastece 1,5 mil frigoríficos, mais de 100 empresas de armazenagem e cerca de 50 mil pontos de comércio varejista. A cadeia gera sete milhões de empregos no país.
O secretário Odacir Klein ressaltou a importância do Fórum na busca de solução para problemas que envolvem a produção de carne nos países do Mercosul e afirmou que a integração é fundamental. “Ou somos integrantes de ações comuns, ou somos concorrentes. No caso da pecuária, podemos buscar, juntos, qualidade genética e maior produtividade. O Mercosul não pode ser apenas uma área de livre comércio, deve ser um conjunto de países unidos em busca de novos mercados”, afirmou Klein. O Secretário anunciou também que o Departamento de Produção Animal (DPA), da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai ser informatizado até o final do ano.
Durante todo o dia, os palestrantes apresentaram pesquisas relacionadas à cadeia produtiva da carne no Brasil e em outros países, discutiram as políticas implementadas no Mercosul e promoveram uma reflexão acerca da integração entre produtores e frigoríficos em busca de melhor qualidade para o produto, abertura de novos mercados, segmentação e preço. O engenheiro agrônomo da USP, Marco Fava Neves, coordenador de projetos de pesquisa em pecuária como o PENSA, em Ribeirão Preto, falou sobre Perspectivas e Estratégias de Negócios no Setor Pecuário. O médico veterinário Júlio Barcellos, professor dos Programas de Pós-Graduação em Zootecnia e em Agronegócios da UFRGS, falou sobre ajustes nos sistemas de cria para aproveitar oportunidades. A Engenheira Agrônoma Yara Bento Pereira Suñe e a médica veterinária Luciana Christofari, apresentaram a palestra Caracterização dos ajustes do sistema de produção para aproveitar oportunidades na comercialização e Marketing Time.
O Médico Veterinário Miguel de Souza Gularte, diretor presidente do Frigorífico Pul (Uruguai), apresentou o funcionamento do Pul, um dos mais importantes frigoríficos do Mercosul e discorreu sobre os mercados atuais para a carne bovina e as perspectivas de curto prazo. O ururguaio Ruy Gil, representante do Instituto Nacional da Carne do ururguai – INAC, apresentou a instituição e falou sobre a atuação da cadeia produtiva da carne uruguaia nos mercados interno e externo. O médico veterinário Pedro Paulo Pires, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande/MS, apresentou a realidade dos produtores brasileiros e as pesquisas realizadas pela Embrapa que desenvolvem o que chamou de “Pecuária de Precisão”.
Fonte: Assessoria de imprensa da AGL