Tecnologia da informação
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Pecuarista acredita que indústria deve pagar mais por carne rastreada
24 de junho de 2002

IMA recebe visita técnica para credenciamento sobre rastreabilidade

Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estarão na próxima segunda-feira (24) no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para avaliar se a instituição será credenciada para elaborar, ou apontar, a certificação do gado bovino mineiro, como parte do programa brasileiro de rastreabilidade. O diretor técnico do IMA, Altino Rodrigues Neto, afirma que a entidade pode tornar-se um “braço” do ministério em Minas para implantação da certificação. “Em até duas semanas o governo anuncia as próximas credenciadas”, afirma.

Quatro empresas já foram escolhidas pelo Ministério da Agricultura para certificarem a origem dos bovinos e bubalinos brasileiros, uma exigência do mercado importador, principalmente dos países europeus. No primeiro momento, estas empresas irão rastrear cerca de 310 mil animais no Brasil.

Os primeiros animais rastreados serão aqueles que têm a carne como destino para o mercado europeu, responsável por 50% das exportações nacionais. A Europa exige o certificado de origem da carne importada desde 1998 e o atraso, na avaliação de técnicos do IMA, pode fazer o país perder espaço neste mercado.

O programa de rastreabilidade foi anunciado em janeiro pelo Mapa, mas ainda não foram implantadas as regras do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Há três conceitos a serem entendidos sobre o programa: identificação significa a identidade do animal; rastrear implica a capacidade de encontrar o histórico da utilização ou localização de um produto qualquer por meio de identificação registrada e certificar consiste em aplicar um conjunto de medidas que permitam auditar um processo ou produto para afirmar, atestar, convencer ou asseverar alguma coisa a respeito do produto, sobre o processo de produção, qualidade ou a origem do mesmo.

O engenheiro agrônomo e diretor do IMA, Célio Gomes Floriani, disse que há três barreiras no processo. A primeira é a barreira do custo do brinco ou do chip. No entanto, esses artefatos começaram a ser produzidos no Brasil e tendem a ficar mais baratos. A falta de energia em muitas propriedades rurais é outra dificuldade e nesta situação não há como exigir que o produtor tenha computador e sistemas informatizados. A falta de preparo da mão-de-obra é o terceiro problema. “É preciso também que haja uma aliança mercadológica entre criadores, frigoríficos, supermercados e demais estabelecimentos que vendem a carne in natura ou preparada. Se não agirmos assim ficará mais difícil”, analisa.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Karlon Aredes), adaptado por Equipe BeefPoint

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