Mesmo com o rebanho recorde confinado no ano passado, as expectativas para o volume de animais a serem fechados neste ano registraram aumento de 14,3%, chegando ao número total de 929.942 cabeças.
O primeiro levantamento quanto à intenção de confinamento no Estado de Mato Grosso foi realizado entre os meses de abril e maio. A pesquisa entrevistou mais de 140 pessoas, entre técnicos, gerentes e proprietários de uma base de 220 unidades de confinamento.
Além disso, como houve uma revisão na base de entrevistados, o número do confinamento para 2011 foi atualizado com alteração apenas para a região oeste, que passou de 109.905 para 159.905 cabeças. Desta forma, o total confinado em 2011 no Estado passou de 763.947 para 813.947 cabeças.
Mesmo com o rebanho recorde confinado no ano passado, as expectativas para o volume de animais a serem fechados neste ano registraram aumento de 14,3%, chegando ao número total de 929.942 cabeças.
Dentre as regiões do Imea, o oeste do Estado se destacou pela evolução de 32,1% chegando a 206.540 cabeças. Este incremento é explicado por dois movimentos: o primeiro é a piora das condições das pastagens em parte da região, principalmente as áreas próximas ao Pantanal, que sofreu novamente com a seca; e o segundo é o aumento do investimento por parte dos grandes confinamentos operados por grupos frigoríficos. As regiões médio-norte, centro-sul e sudeste também apresentaram evolução no rebanho total a ser confinado, de 11,0%, 11,9% e 16,5%, respectivamente. Já a região norte apresentou uma menor evolução, de 5%, chegando a 21.050 cabeças. Enquanto isso, a região nordeste apresentou um rebanho praticamente semelhante ao confinado em 2011. Já a região noroeste apresentou recuo de 22,1%, não afetando a média do Estado, devido à baixa prática da engorda em sistema intensivo na região.
A pesquisa também atualizou a capacidade estática dos confinamentos do Estado, detectando um aumento do investimento na infraestrutura da atividade, assim como uma elevação na utilização da capacidade. A capacidade estática instalada em Mato Grosso passou de 804,1 mil cabeças para 805,5 mil, aumento de 5,8%. Como a evolução do rebanho se deu em maior intensidade, o giro médio do Estado passou de 1,01 em 2011 para 1,09.
É importante destacar que por mais um ano o volume de cabeças confinadas deve pelo menos dar um giro na estrutura existente no Estado. Esta recuperação após os anos de 2009 e 2010 se deve aos novos sistemas de arrendamento da estrutura, os chamados “Boitéis”, e a incorporação por parte dos frigoríficos de grandes estruturas que estavam paralisadas desde 2008, quando as grandes expectativas em relação ao sistema foram frustradas pela crise mundial. Dentre a utilização da capacidade entre as regiões, a sudeste segue como a região com a maior utilização, com um giro médio de 1,23, seguida pela região médio-norte, com 1,18 de giro.
Quanto à aquisição do gado magro, principal insumo para a atividade do confinamento, o levantamento apurou que cerca de 78% do rebanho a ser fechado neste ano já está garantido. Os maiores números de rebanho já garantidos são de regiões que justamente não detectaram expansão ou menor crescimento da atividade. Deste modo, grande parte dos 22% do rebanho que ainda deve ser obtido, equivalente a 201,2 mil cabeças, pode vir a ser um dos entraves para a consolidação da variação positiva de 14% no Estado.
O levantamento também apontou uma maior intenção dos produtores quanto ao travamento dos preços do boi gordo neste ano, reagindo aos resultados do ano passado quando um baixo volume de hedge foi realizado. Em relação ao ano passado a evolução no hedge via bolsa foi de 13 pontos percentuais, chegando aos 14%. Apesar do crescimento, boa parte da produção prevista, 86%, ainda está no mercado, revelando que a grande maioria dos confinadores ou estão esperando melhores preços no segundo semestre ou não utilizam a bolsa em suas comercializações antecipadas.