IMEA – MT: intenção de confinamento 2012, veja relatório completo

O segundo levantamento de intenção de confinamento em Mato Grosso realizado entre os meses de julho e agosto entrevistou pouco mais de 120 pessoas, entre técnicos, gerentes e proprietários de confinamentos no Estado. O levantamento apurou a intenção de confinamento de um rebanho de 740,4 mil cabeças, apontando uma queda de 20,4% em relação à estimativa inicial de 2012 e um recuo de 9,0% na comparação com o rebanho confinado no ano passado.

Dentre as regiões do Estado, com exceção da região oeste, onde se registrou um crescimento de 6,3% com relação ao ano passado, todas registraram recuo no rebanho confinado, tendo a região nordeste como destaque, onde se observou uma maior redução, com uma queda de 38,8% no número de animais confinados.

A grande diferença entre o primeiro levantamento de abril e o de julho foi de uma inversão do cenário no período para a atividade em relação à expectativa inicial. Primeiramente, o preço médio da arroba do boi gordo seguiu sob pressão de baixa, em grande parte devido a maior oferta de fêmeas para o abate em Mato Grosso observada neste ano. Com isso, o preço médio retornou a patamares próximos do patamar alcançado ainda no mês de agosto de 2010.

Paralelamente a essa pressão de baixa dos preços do boi gordo, as principais commodities iniciaram movimentos de alta. No caso do farelo de soja, a valorização do preço da saca do grão, principalmente como efeito da estiagem no Sul do país, fez com que o produto do grão passasse a acumular seguidas altas desde o início do ano.

Já no caso do milho, fundamental item da formulação da ração, o cereal já vinha com a cotação trabalhando em um maior nível desde o início do ano passado. No entanto, mesmo com a entrada da grande produção de milho de 2ª safra do Estado as notícias com relação aos efeitos da estiagem na produção norte- americana fizeram com que o preço passasse por um novo movimento de alta a partir do mês de junho.

Portanto, com estas altas nos preços dos principais insumos da ração, o custo de produção apresentou aumento de 22% na comparação de agosto com o respectivo mês de 2011.

 Além do aumento do custo, outro fator que veio a influenciar a decisão dos confinadores do Estado foram as chuvas atípicas em maio que se estenderam até meados de junho. Após um início de ano com uma precipitação acumulada abaixo da registrada nos anos anteriores, as chuvas surpreenderam, justamente logo após o período quando foi realizado o primeiro levantamento. Essas chuvas ampliaram o suporte das pastagens em algumas regiões do Estado, reduzindo a pressão de demanda sobre o confinamento e favorecendo um deslocamento da engorda para sistemas semi-intensivos.

Outro motivo apontado por confinadores do Estado para a redução da expectativa quanto ao rebanho foi a baixa pela qual atravessaram os preços dos contratos de boi gordo no mercado futuro.

Considerações finais

– As mudanças observadas no cenário entre os levantamentos de abril e julho levaram à inversão da expectativa inicial de um crescimento de 14,3% para redução de 9,0% em relação ao ano passado;

– Os movimentos opostos do preço do boi gordo e dos preços dos principais insumos formaram a principal característica do período entre o primeiro e o segundo levantamento;

– Como resultado da valorização dos insumos o custo de produção apresentou um aumento de 22% em relação ao ano anterior, inviabilizando a conta dos pecuaristas em alguns casos;

– Outros fatores como as condições climáticas favoreceram a redução de demanda sobre o confinamento.

Fonte: IMEA, adaptado pela Equipe BeefPoint.