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Importadores chineses e árabes sinalizam elevar ainda mais a demanda por carne brasileira

Apesar de já possuir uma presença forte na China e nos países árabes, a carne bovina do Brasil tem condições de expandir sua participação nestes mercados. Durante o Congresso Nacional da Carne (Conacarne), realizado nesta quinta-feira (18/9) em Belo Horizonte, importadores destacaram o potencial de crescimento das compras globais da proteína brasileira.

A China já responde por mais de 40% das compras de carne bovina do Brasil e tende a ampliar ainda mais a demanda pelo produto brasileiro e de países da América do Sul como a Argentina, avalia a diretora de negócios internacionais da plataforma chinesa de importação Optimize Integration Group (OIG), Kelly Wang.

Ela ressaltou que a carne brasileira tem uma boa reputação no mercado doméstico chinês, pela capacidade de manter a padronização e qualidade dos produtos. “Os produtores brasileiros têm feito um excelente trabalho na China, eles fornecem produtos padronizados e a população chinesa é enorme”, afirmou a executiva.

Segundo Wang, manter o nível de padronização é um fator muito importante para os compradores do país asiático. “A gente está buscando novos fornecedores de carne bovina, como Argentina e Brasil. Acho que vocês (brasileiros) podem investir em novos produtos e conseguir novos consumidores (chineses)”, acrescentou.

Em 2024, a China importou cerca de 2,9 milhões de toneladas de carne bovina, volume mais de 5% maior do que o registrado no ano anterior.

Wang disse que o país tem uma demanda massiva por compras externas de carne bovina, mas, por outro lado há desafios financeiros. O tópico custo é considerado relevante porque, segundo a executiva, os valores da carne na China encontram-se no patamar mais baixo da última década.

Neste sentido, o Brasil “tem um papel importante em termos de custo”, uma vez que a carne comercializada mantém preços competitivos para os compradores chineses. “A média de consumo per capita na China é pequena, de 8 quilos por ano, é menor que a média global e as razões são econômicas”, afirmou Wang.

De modo geral, os consumidores chineses têm requisitos diferentes e hábitos de consumo distintos a depender da região do país em que estão localizados, e isso pode representar uma oportunidade para os negócios entre os dois países.

“Na área de processamento, a grande maioria de carne bovina é importada”, ressaltou. No entanto, os maiores consumidores do produto são os supermercados, seguidos pelos hotéis e em terceiro lugar está a área de processados.

Países árabe

A carne brasileira tem ganhado cada vez mais espaço entre os países árabes, ocupando uma demanda que antes era atendida pelos produtos da Nova Zelândia e Austrália, por exemplo. Riyadh Jabbar, diretor da Al Tayeb Meat da trading LuLu Group, acredita que o Brasil tem potencial para crescer ainda mais no Golfo, entretanto, precisa ampliar as práticas de rastreabilidade digital.

“A rastreabilidade digital é importantíssima. Precisa ter um esforço entre os países da minha região com o Brasil para que a rastreabildiade seja digitalizada e a certificação comprovada”, afirmou o executivo da companhia, que é dos Emirados Árabes Unidos.

Segundo Jabbar, a carne brasileira é uma das mais bem aceitas pelos consumidores árabes, devido aos elevados níveis de confiança e qualidade.

Um fator importante para isso é que cerca de 40% de todas as exportações brasileiras para a região são de produtos com a certificação halal e essa exigência dos compradores “não é por uma questão religiosa, mas sim de confiança” na qualidade do produto, disse o diretor.

“Imagino que possamos aumentar o número de negócios que fazemos entre nossos mercados”, estimou.

Jabbar sugeriu ainda que os exportadores brasileiros se adequem aos padrões de embalagem à vácuo adotadas pelos árabes. “São muito importantes para nós”, contou.

A conveniência na hora do consumo também é um diferencial. “Os nossos consumidores querem uma carne que seja pronta para ser preparada”, disse.

Além da população local, ele destaca que os restaurantes são grandes pontos de demanda pela carne, assim como locais que atendem turistas.

Fonte: Globo Rural.

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