“Num workshop realizado em Auckland, na Nova Zelândia, os inúmeros benefícios da carne vermelha foram discutidos”
A carne vermelha tem papel importante na nutrição como fonte de ferro e zinco e uma grande contribuição na absorção de selênio e cobre. Esta foi uma das principais conclusões do workshop promovido pela “International Meat Secretariat” que aconteceu em Auckland e foi patrocinado pelo “Beef and Lamb Marketing Bureau” da Nova Zelândia.
Durante a conferencia, a Professora Susan Fairweather-Tait, do “UK Institute of Food Research”, afirmou que a carne é responsável por 15% da ingestão de ferro nas dietas onívoras do povo ocidental.
Esta porcentagem não pode deixar de ser avaliada como uma fonte de ferro heme, o qual é duas vezes melhor absorvido que o ferro inorgânico. Outra característica importante é a inclusão da carne vermelha junto às outras fontes de ferro inorgânico que promovem uma melhor absorção de todo o ferro, tanto aquela na forma heme como o inorgânico.
A Dra. Margareth Ashwell da Ashwell Associates do Reino Unido, disse que o hábito de não comer carne está relacionado com a baixa quantidade de ferro presente no organismo de garotas na fase escolar, complementando que a mensagem “coma mais carne” deve ser divulgada entre todas as faixas etárias se quisermos manter ou melhorar os níveis de ferro no organismo.
A rotulagem, informações da biodisponibilidade do ferro na dieta e como este é absorvido e utilizado, podem ser seguidas mais facilmente e recomendações do mesmo na dieta podem ser melhor compreendidas segundo o Dr. Scott Knowles da AgResearch da Nova Zelândia.
Dr. Wim van Dokkum do TNO Research Institute disse que os estudos sobre a dieta na Europa mostraram que a ingestão de ferro, zinco, cobre e selênio são preocupantes e normalmente abaixo dos níveis recomendados, o que torna o consumo de carnes e produtos cárneos importante.
A importância do consumo de carnes e peixes como fonte de zinco e ferro foi reiterada pela Professora Rosalind Gibson da Universidade de Otago, na Nova Zelândia. Disse ainda que o consumo de carnes é mais importante que o consumo de cereais e que qualquer tentativa em diminuir a carne da dieta e aumentar cereais, vegetais e grãos, pode apresentar um efeito negativo, já que estes apresentam um inibidor da absorção de zinco. A ingestão de suplemento de zinco não necessariamente compensa a deficiência de zinco da dieta substituindo uma fonte a base de carne.
O Professor Stewart Trustwell da Universidade de Sidney da Austrália disse que o consumo de carne provém também a vitamina B12, e que aqueles de hábitos vegetarianos comparados aos de hábito onívoro, apresentaram níveis baixos de B12, o que pode por outro lado ser interpretado como um aumento nos níveis de homocisteina, responsável por um aumento no risco de doenças cardiovasculares.
A carne vermelha está se tornando importante na composição de dietas visando a perda de peso, já que pesquisas recentes mostram que uma dieta alta em proteína pode ajudar na perda de peso, oposto ao que acontece com uma dieta alta em carboidratos.
O Dr. Manny Noakes do CSIRO Health Sciences e Nutrition, disse que existem grandes benefícios para mulheres seguindo a dieta de alta proteína, quando se observa uma grande redução na quantidade de triglicérides naquelas mulheres com níveis elevados, além da diminuição na quantidade de gordura.
Ao contrário do que se acredita, na medida que os animais se tornam maiores e mais magros e mais gordura passa a ser aparada da carne, esta deixa de ser uma grande fonte de gordura, segundo o Professor Roy Bickerstaffe da Lincoln University da Nova Zelândia.
A Dra. Martha Slaterry da Universidade de Utah, nos EUA, também descartou a hipótese de que existe uma conexão entre carnes vermelhas e câncer, já que existem discrepâncias quanto a quantidade, tipo e forma de preparo das carnes nos vários trabalhos.
Uma nova área de trabalho que desponta quanto aos benefícios da carne vermelha é com relação a esta como fonte de vitamina D. Maureen Strong, gerente do Human Nutrition e Ciência da Carne da “UK Meat & Livestock Comission”, disse que um trabalho mostra que a carne fornece 21% da necessidade diária de vitamina D e, como conseqüência, seu impacto direto na integridade óssea. Segundo Strong, pesquisas com a densidade óssea de mulheres vegetarianas mostrou valores significativamente menores para aquelas recebendo dietas vegetarianas quando comparadas aquelas com dietas onívoras.
Todas as pesquisas científicas se mostraram essenciais nas campanhas promocionais da carne vermelha.
Tanya Hart do Beef and Lamb Marketing Bureau da Nova Zelândia, disse que a demanda direcionada para a carne vermelha é para questões relacionadas com saúde, nutrição, qualidade, segurança alimentar, conveniência, sabor e palatabilidade. Muito embora, complementa Hart, o produto deve ser legitimamente nutritivo.
Trabalho traduzido do relatório do International Meat Secretariat e publicado na Revista Meat Processing de Maio/Junho de 2003 por Albino Luchiari Filho.