A prenhez no início da estação de cobrição em vacas de corte é limitada pela proporção de vacas que estão ciclando.
Apesar do anestro prolongado não ser fator limitante em vacas de leite,o balanço energético negativo está associado com anestro prolongado.
Em um estudo com mais de 2200 vacas de corte, concluiu-se que a condição corporal, a ordem de lactação e os dias em lactação influenciaram a proporção de vacas ciclando (a ciclicidade foi avaliada pela concentração sérica de progesterona) antes do início da estação de cobrição.
Quando a condição corporal aumentou de < 4 para > 5,5 (escala 1 = magra a 9 = gorda), a ciclicidade aumentou (P<0,05) em 18 ± 2% para cada unidade de aumento da condição corporal. A ciclicidade aumentou linearmente de 25% (<50 dias) para 60% aos 70 dias em lactação. Para cada intervalo de 10 dias entre <50 a >80 dias, a ciclicidade aumentou 7,5±0,7%.
Comparando com vacas velhas (53%), uma menor porcentagem de primíparas estava ciclando (44%), apesar de apresentar três semanas a mais no período de lactação.
Em outro trabalho, vacas de leite de três fazendas de alta produção foram avaliadas (produção de leite > 10.000kg). Em uma fazenda com 678 vacas (2 ordenhas por dia) a porcentagem de animais ciclando entre 40 a 68 dias pós-parto foi de 82%.
Em primíparas, a taxa de ciclicidade foi menor em uma fazenda que outra (72 vs. 87%), enquanto que não houve diferença para as outras categorias (88 vs. 86%).
A condição corporal (1 = magra a 5 = gorda) avaliada no momento da colheita de sangue para dosagem de progesterona foi de 2,3 ± 0,5. Para cada aumento de 0,5 unidade de condição corporal, ocorreu aumento da ciclicidade de 4,6 ± 2,2%
Para cada 10 dias de aumento do período de lactação, houve aumento da ciclicidade de 6,1± 1,7%.
Em um terceiro estudo com rebanho de 251 vacas (3 ordenhas/dia), a ciclicidade foi de somente 44% entre 47 a 67 dias pós-parto.
Vacas primíparas apresentaram menor porcentagem (40%) de ciclicidade do que animais com mais lactações (55%).
Neste estudo, a condição corporal média foi de 2,3 ± 0,5. Para cada aumento de 0,5 unidade da condição corporal ocorreu aumento da ciclicidade de 24,3 ± 4,9%.
A produção de leite não influenciou a ciclicidade, sendo este um dado bastante interessante do trabalho.
No último estudo com 367 vacas em três rebanhos (2 ordenhas/dia) durante o verão, a ciclicidade foi de 84% entre 56 a 83 dias. Neste estudo, a ordem de lactação não influenciou a ciclicidade. Porém, a condição corporal (média de 2,4 ± 0,5) aumentou a ciclicidade em 8,5 ± 2,3% para cada aumento de 0,5 unidade da condição corporal.
Concluindo, devemos manejar vacas de corte em lactação e de leite para perderem menos peso e ciclarem o mais rápido possível, principalmente as primíparas, pois o atraso na primeira ovulação aumenta o período de serviço e diminui a eficiência do sistema de produção.
Estes dados foram apresentados pelo Dr. J.S. Stevenson, da Kansas State University, durante a reunião da Americam Dairy Science Association em Indianapolis USA, 2001 (Incidence of anestrus in suckled beef and milked dairy cattle, J. Dairy Sci., vol. 84, suppl. 1, pg. 116, 2001).