A campanha para vacinação contra brucelose vai abranger fêmeas bovinas e bubalinas (búfalas) de Mato Grosso. A campanha nacional para erradicação da doença começou neste mês, com o levantamento do rebanho mato-grossense e a definição dos técnicos e veterinários do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) que vão atuar na conscientização e no acompanhamento da imunização dos animais.
Apenas as fêmeas com idade de três a oito meses serão vacinadas, já que os machos podem portar a doença sem desenvolvê-la. O Indea começa neste mês a distribuir cartazes e panfletos e vai veicular propaganda sobre a campanha.
Mas a expectativa é de que somente em fevereiro a vacinação propriamente dita tenha início.
O veterinário do Indea, Ivo Santana, esclarece que a campanha será realizada de forma contínua. “A vacinação se faz necessária à medida em que o rebanho se renova e cresce”, observa.
A campanha desenvolvida pelo Indea visa conscientizar criadores e acompanhar a evolução do controle da doença. Equipes do instituto vão percorrer os municípios do Estado prestando orientações técnicas para a realização e manuseio dos produtos.
“O acompanhamento dos técnicos do Indea é fundamental para o sucesso da campanha, porque a vacina só é vendida com prescrição médica e para aplicá-la são necessários cuidados específicos. A má utilização pode contaminar quem vai aplicar a dose”, observa Ivo Santana.
Caberá ao criador arcar com os custos da vacinação. Hoje, cada dose está sendo vendida em Cuiabá por R$ 0,55, e a imunização é feita em dose única.
A concentração da campanha contra brucelose animal se dará nas cidades que formam a bacia leiteira do Estado – Jaciara, Juscimeira, Rondonópolis e Cuiabá.
O programa nacional de erradicação à doença estava previsto para ser implantado em 1998, pelo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas foi adiado por várias vezes. No ano passado, a campanha foi iniciada nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Brucelose
A brucelose animal é causada pela bactéria Brucela abortus e pode gerar a esterilidade das fêmeas. O sintoma característico da doença são os freqüentes abortos. Além de atacar o rebanho, a brucelose também é transmitida ao homem, por meio da ingestão de leite extraído de animal contaminado, ou no contato direto com as vísceras restantes de um aborto, por exemplo.
A fêmea contaminada aborta pelo menos nas três primeiras crias, o que representa prejuízo econômico ao criador, já que as crias são anuais e a reprodução de um animal com a doença inviabiliza comercialmente a renovação do rebanho.
A transmissão de um animal para o outro ocorre com a ingestão de pasto contaminado.
Fonte: Diário de Cuiabá (por Marianna Peres), adaptado por Equipe BeefPoint