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Independência corre risco de falência

A recuperação judicial do frigorífico Independência está virando água. Sem capital de giro, o grupo desativou as três unidades de abate que ainda operava e já demitiu parte dos funcionários que restavam. Agravando a crise, o Independência anunciou que não pagaria uma parcela de juros dos eurobônus (títulos de dívida) emitidos em março que vencia na semana passada e iria renegociar, abrindo o flanco para que esses credores peçam a sua falência.

A recuperação judicial do frigorífico Independência está virando água. Sem capital de giro, o grupo desativou as três unidades de abate que ainda operava e já demitiu parte dos funcionários que restavam. Agravando a crise, o Independência anunciou que não pagaria uma parcela de juros dos eurobônus (títulos de dívida) emitidos em março que vencia na semana passada e iria renegociar, abrindo o flanco para que esses credores peçam a sua falência.

O anúncio ocorre duas semanas depois de uma assembleia geral de credores convocada pela administração para aprovar uma moratória de dois meses no pagamento dos pecuaristas credores, que possuem uma parte pouco significativa da dívida. Entre os maiores credores estão os bancos JP Morgan e Citigroup.

Ao convocar assembleia para renegociar pequenos valores – a Associação dos Criadores do Mato Grosso calcula que 90% dos pecuaristas já tenham sido pagos – o Independência acendeu o sinal amarelo do mercado.

As agências de classificação de risco Moody´s e Fitch Ratings rebaixaram a classificação da dívida do grupo após a assembleia. A Fitch deu aos eurobônus do Indpendência o rating CCC, que indica risco de não pagamento. “O rebaixamento dos ratings do Independência reflete a incapacidade da companhia de cumprir com suas obrigações mensais de pagamento, devido à insuficiência de liquidez”, disse a Fitch.

Os eurobônus de US$ 165 milhões foram emitidos em março, com alienação fiduciária completa, para que o frigorífico conseguisse pagar parte dos fornecedores para voltar a operar. Mas o dinheiro não foi suficiente para sustentar as operações. “Desde a emissão das notas, a companhia continuou a lutar com as necessidades de capital de giro e não foi capaz de retomar suas operações ao nível que seria suficiente para cumprir as obrigações previstas pelo plano de recuperação”, diz o comunicado do Independência.

“Vamos ver como esses credores vão se comportar, mas o que preocupa é esse calote não ter sido negociado na última assembleia de credores, 15 dias atrás”, diz o advogado Armando Candia, que representa os pecuaristas credores do Mato Grosso.

Os donos das notas do Independência podem pedir a falência da empresa porque têm garantias. Mas precisam esperar no mínimo dez dias após o vencimento dos juros para fazê-lo.

Caso isso ocorra, o grupo deixa para trás uma dívida estimada em quase R$ 3 bilhões quando o plano de recuperação judicial foi aprovado. O Brasil Econômico apurou que as três unidades de abate que o grupo reativou após a aprovação do plano de recuperação, em março, pararam de funcionar pouco depois, há mais de dois meses.

A matéria é de Luiz Silveira, do Brasil Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Evándro d. Sàmtos. disse:

    Lamentável!!!

    Estando a situação neste nível,sugiro aos pecuaristas credores que junten-se em cooperativas,assumam as plantas possíveis,e que abatam nestas plantas seus próprios animais,alternativa também para evitar futuras situações como esta,sendo também alternativa para não ficar nas mãos dos impérios,alternativa para não tornaren-se o que tronaran-se os criadores de suínos.

    Atenção,administração e comercialização profissionais para cooperativas,não façam como a Cooperocarnes em Rondônia.

    Saudações,

    EVÁNDRO D. SÀMTOS.

  2. Carlos Alberto Barros disse:

    É muito triste tudo isso. E também fácil o discurso moralista sobre essa situação do independência… Opinar sobre problemas de gestão na empresa, ou o discurso sobre as incoerências do BNDES, ou então divagar sobre as disputas de forças e pesos do setor, é muito fácil nessa hora.

    Mas, como dito, isso é muito triste, pois nem sei quantas famílias dependem direta e indiretamente do Independência para viver, e estarão literalmente lançadas à própria sorte.

    Eu mesmo, em outras matérias do BeefPoit já coloquei comentários e análises pessoais, mas nessa hora quero apenas pedir a Deus que ilumine os verdadeiros prejudicados nesse momento.

    Carlos A. R. Barros – CDconsulTI.

  3. Marcelo Ribeiro disse:

    Amigo Evandro,
    pecuarista comercializando carne chega ate a ser engracado! Melhor perder o dinheiro mesmo, do que perder mais!
    Abraco e boa sorte a todos!
    Marcelo Ribeiro

  4. Rodrigo Belintani Swain disse:

    Muito melhor do que trabalhar no vermelho com uma divida absurda.

  5. ROGERIO AVEZUM DE MORAES disse:

    Lamentável,

    Muita arrogância e nenhuma competência e nenhum conhecimento empresarial na tomada de decisões que realmente tivesse retorno positivo ao caixa da empresa. Uma pena, foi uma excelente empresa…

  6. Altair Kuntz disse:

    Caro Evandro junyar e fazer lotes de bois para abate e simples e so ter um pre;o diferenciado para o produtor pois o lado mais sensivel do pecuarista e o bolso, dificil e o mercado de carne ou seja o atacado vc deve saber se voce trabalha com frigorificos pois ficar com uma carga de carne na porta de um atacado esperando que o comprador decida se realmente quer ficar com o produto, ou pagar mais barato do que combinou na compra pois se boi baixa ele fica feliz e quer pagar menos se sobe ele fica feliz pois pagou pouco, ainda no mercado de carne nao se tem negociado a vista.

  7. ROGERIO AVEZUM DE MORAES disse:

    Mais uma vez vemos a triste história de um empresário empreendedor que construiu um império e atingiu um momento em que acreditou que seus herdeiros seriam capazes de pelo menos manter o patrimônio que ele construiu, porém não foi o que ocorreu…Por quê isso é tão comum nas empreas familiares onde os filhos destroem o império que o pai contruiu???????